Capítulo 21

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Isabella Bacelar

Abro os olhos e vejo que estou na cama. Me lembro da noite anterior, me levanto rápido e vejo se Caleb estava na sala. A casa estava silenciosa e vazia. Provavelmente ele foi embora ontem a noite depois que eu dormi. Olho pela janela e vejo Bomani parado de costas pra ela. Vou andando até a porta e abro.

- Olá... Bom dia. – Bomani me olha assustado.

- Bom dia Senhorita Bacelar. – Ele fala e olha em volta procurando algo.

- Está precisando de algo? – Ele me olha sem saber o que dizer – Esperando alguém?

- Esperando alguém. – Ele olha em volta. – Zaire , estava demorando. Já estou te esperando a um tempo. – Ele fala com um sotaque carregado.

- Me esperando? Como assim? – Zaire fica olhando sem entender.

Bomani resmunga algo em um dialeto que eu não aprendi, mas Zaire entende o recado. O homem da um leve sorriso para Bomani, antes de se afastar totalmente Bomani me pede para trancar a porta e assim some na multidão. Eu entro em casa e olho para a fechadura, sem chave. Vou até a cozinha, uma pequena caixinha que eu deixava as chaves, estava exatamente lá, então a porta dormiu aberta. Vou até a porta e tranco.

Vou até ao banheiro tomo meu banho, não é o mesmo banho que o Brasil. É rápido. Não tenho tempo, água e todos os meus produtos diários. Mas não sinto falta, não como eu pensei que sentiria. Termino do banho e vou me arrumar para mais um dia. Olho para o salto e dessa vez decido ficar sem ele. Coloco o sapatinho de pano que todos costumam usar aqui. Calça social preta, blusa branca com um termino preto por cima e o sapato preto com alguns detalhes em dourado.

Saio de casa e vou direto para a tenda da obra. Como sempre os homens já estavam trabalhando. Me encontro com o chefe da obra que me atualiza sobre o andamento. Depois de algumas horas Caleb entra na tenda como sempre, mas dessa vez foi diferente. Depois da conversa de ontem eu senti que ficamos mais próximos. Ele me contou brevemente sobre a família dele, na verdade falou muito da mãe. Não falou quer nada do pai, apenas disse que ele saiu de casa quando ela era novo. Me contou um pouco da irmã e os sobrinhos e pensando em tudo isso me dou conta de que ele não falou da esposa ou namorada. Ele pode não ter tocado no assunto por estar com saudades ou porque voltamos a falar dos matérias.

Ele entra e me olha com um leve sorriso. E por algum motivo eu senti uma descarga de energia no meu corpo, como um fio desencapado. Mas foi bom. Quando eu percebi, estava sorrindo também. O chefe da obra nos olhou de forma estranha e chamou nossa atenção. E por alguns minutos eu esqueci que odiava Caleb.
Conversamos por mais alguns minutos, repassamos o cronograma da semana e Caleb informou que iria embora em cinco dias. Que esse seria o tempo necessário para passar tudo, mas que ficaria a disposição para qualquer coisa mesmo estando no Brasil. Matheus estava animado para voltar para casa, mas tinha gostado do lugar.


Primeiro dia

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Primeiro dia. Faltam quatro dias para a partida de Caleb. Hoje passamos o dia todo na obram estamos no início ainda. Falta muita coisa. Eu e Caleb nós esbarramos algumas vezes. Ele me olhava sempre sorrindo de forma simpática, mas sempre tentando disfarçar. O sol hoje estava muito quente e eu fiquei com a pele queimada. Sai mais cedo porque não estava aguentando, precisava tomar um banho gelado. Eu estava saindo do banho, ainda com a toalha na cabeça quando ouvi alguém bater na porta. Quando abri, vejo Caleb parado me olhando dos pés a cabeça, ele fica sem graça e me entrega uma sacola.
- Vai te ajudar com as queimaduras na pele. Espero que fique bem. – Ele fala e sai andando.


Segundo dia foi muito difícil, furamos alguns centímetros para o lado e tivemos que refazer

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Segundo dia foi muito difícil, furamos alguns centímetros para o lado e tivemos que refazer. Gerou uma tensão na equipe. Os nativos ficaram nervosos achando que era culpa deles. Eu não percebi de início, só me dei conta quando Zuri veio conversar comigo. Me senti culpada e fiz uma reunião explicando que foi uma fatalidade, que era perda de tempo procurar culpados. Essa era um projeto social, não valia a pena ser tão rígida.

Eu estava extremamente estressada. Precisava relaxar. Passei a tarde toda na tenda pensando em como eu faria isso. Na Brasil eu tinha meus artifícios, aqui não.
Vejo Caleb andando pela obra. Ele parecia estar preocupado também. A pele negra dele brilhava no sol, a roupa suada desenhando o corpo e então ele me olha. Sinto meu corpo arrepiar. Ele da um leve sorriso e eu perco o ar. Mordo meus lábios e o olhar dele se torna diferente, de desejo eu acho.

A noite passei o hidratante que Caleb deixou pra mim. Gostei do gesto dele. Mas não foi nada. Ele está querendo voltar pra casa. Tomou essa atitude em agradecimento, sem dúvidas. E ele pode ser casado ou ter uma namorada. Estou ficando louca.


Terceiro dia

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Terceiro dia. Faltam 2 dias para a partida de Caleb. Passamos o dia todo andando juntos pela obra. Ele me explicava vários detalhes que eram importantes e complicados. Eu percebia que no final do dia as pessoas nos olhavam de forma diferente. Em um momento percebemos que Ayo estava nos analisando de longe e chegamos a conclusão que ela não gostava de nenhum de nós dois. E começamos a rir da situação. O sorriso de Caleb é lindo... Droga, estou ficando louca. Deve ser a exposição ao sol.

No final da noite Zuri apareceu no meu quarto e disse que eu e Caleb ficamos lindos juntos. Zuri era uma eterna romântica. Estava a procura do príncipe encantado dela. Era secretamente apaixonada por Bomani, mas ele não mostrava interesse nenhum. Ela disse que Ayo leu seu futuro. Disse que um homem iria aparecer junto com uma nuvem negra, mas que seria passageiro. Eu não acreditava muito nessas visões, mas respeitava.


Quarto dia

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Quarto dia. Falta um dia para a saída de Caleb. Hoje ele estava extremamente feliz por causa do retorno para o Brasil. Isso me incomodava um pouco, não sei porque.
Passei o dia todo andando com Caleb, em alguns momentos me peguei reparando no corpo dele, de novo.  Caleb tinha uma pele morena que chamava atenção. O sorriso dele estava mexendo comigo e eu acabava sorrindo junto. Zuri passava por mim e sorria implicando. As pessoas já estavam começando a comentar e então eu me lembrei que ele estava voltando para a “Familia” dele.

Já era hora do almoço e eu estava incomodada com alguma coisa. O sol estava forte demais, o ar pesado, a felicidade de Caleb. Tudo estava me irritando. Ele não estava na sala, na verdade estava desaparecido a algumas horas.

- Bem gente. Não estou bem. Vou para casa e retorno em algumas horas. – Falo e me levanto.

Não escuto a resposta de ninguém. Me levanto e vou para casa. Vou direto para o banheiro e tomo um banho bem gelado. Coloco minha roupa mais fresca e fico deitada na cama encarando o teto.

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