Capítulo 68

38 3 2
                                    

Caleb Nolasco

Raul sai rápido da loja, aliviado. Eu vou andando junto com ele. Antes de chegar a saída do aeroporto nosso carro já estava a caminho. Depois de alguns segundos nosso carro chega e meu coração acelera. Não sei quem estava mais nervoso. Se era eu porque ia pedir Isabella em namoro sem ter me programado ou Raul que teria que justificar essa viagem e depois a fazenda e a bolsa. Sem dúvidas estava mais fácil pra mim.

Paramos na porta do hotel. Raul estava falando com André. Ele avisou que elas estavam comendo em um restaurante. Já estava na hora do almoço. Então deixamos nossas malas no hotel e andamos até o restaurante. No caminho ficamos em silêncio. Eu sentia o anel no meu bolso e não sabia o que dizer. Queria fazer algo especial. Isabella merecia isso. No caminho fiquei pensando que eu deveria ter feito reservas em um restaurante. Que devia ter ensaiado algo. O ex marido dela deve ter feito algo grandioso.

- Raul. Como a Isabella foi pedida em casamento pelo ex dela? – Pergunto nervoso.

- Ele não fez nada especial. Foi até a sala dela e entregou o anel. – Ele responde Nervoso olhando a entrada do restaurante.

Bem, eu iria fazer a mesma coisa que o ex dela fez. Só não seria no escritório. Seria mais especial por ser em um restaurante em Maragogi? Olho para Raul. Ele estava apertando as mãos de nervoso. Vejo as duas sentadas na mesa de costas pra porta de entrada. André de frente nos olhando. Vamos caminhando até a mesa e assim que nos aproximamos Raul beija a nuca de Marina. Ela se assusta e olha pra ele.

- Raul... O que você está fazendo aqui??? – Então ela fica irritada. – Estou de férias... De você.... – Ela fala e ele fica nervoso.

- Eu estava com saudades.... Me desculpe.... – Ele fala nervoso.

Não era o certo. Mas Isabella estava desapontada. Marina estava irritada e eu sabia que o casamento deles estavam em jogo. Respiro fundo e me aproximo.

- Desculpe Marina. A culpa foi minha. Liguei para Raul. Eu estava com saudades de Isabella... Estou passando por uns problemas de família também... Eu precisava viajar. Me desculpe por acabar com as férias de vocês. – Falo e Isabella fica me olhando.

- Ah.. Caleb... Desculpe. Não tinha te visto. Está tudo bem com a sua família? – Marina me pergunta preocupada.

- Sim. Minha irmã que se separou. Ela tem dois filhos... É complicado. – Falo e ela olha para Raul.

- Eu posso imaginar essa situação. – Ela fala e volta a me olhar. – Venha... Vamos almoçar. –  fala se sentando.

- Obrigado. – Falo.

Me sento aí lado de Isabella. Ficamos comendo em silêncio por longos minutos. Marina queria bater em Raul  isso estava nítido no olhar dela. Eu já tinha me arrependido de ter vindo. Mas não tinha como voltar atrás. Isabella ficava me olhando perdida. Eu tinha acabado com as férias dela.

- O que aconteceu?? – Ela me pergunta baixo.

- O que? – Eu tento disfarçar.

- Vou mostrar a praia a Caleb. Licença. – Isabella fala e se levanta.

Eu me levanto rápido logo atrás. O restaurante era lindo. Provavelmente caríssimo. As mesas eram de vidro. O pano da mesa era um tecido de gente rica. Vários copos e talheres. Flores lindas que eu não sabia se era de verdade ou não. E a sacada... Era uma arquitetura perfeita. Isabella fica encostada na sacada de braços cruzados me olhando.

- Bem que você me disse que aqui é lindo. – Falo admirando a paisagem.

- Não muda de assunto. O que aconteceu? – Ela bufa. – Não estou chateada porque você está aqui. Mas vocês não me enganam. O que meu pai fez? E ele não enganou Marina.

Eu precisava pensar rápido. Mas não queria mentir para Isabella. Não podia fazer isso. Olho para a mesa e Marina estava brigando com Raul. Ele apenas me olhava pedindo socorro. Então essa era a hora. Eu contaria a verdade pra ela. Mas aliviaria o lado de Raul.

- Seu pai comprou uma fazenda. Quase comprou um cavalo. E comprou duas passagens pra vir. Ele disse que estava com saudade de Marina. E eu estava com saudade de você. Então concordei.  – Falo e ela fecha os olhos apertando as têmporas.

- Não acredito que se meteu nisso Caleb. – Não deixo ela terminar.

- Mas não é só isso. Eu te amo Isabella. – Ela me olha assustada. – Eu realmente senti sua falta. Tudo está acontecendo muito rápido, eu sei. Mas eu te amo, muito. Penso em você o tempo todo. Esses dias sem você foram horríveis. E eu não quero mais fica longe de você. Então... Quer oficialmente namorar comigo? – Ela me olha confusa e depois sorri.

Eu olho para Raul e Marina. Raul estava sorrindo aliviado e Marina estava chorando. André estava sem emoção como sempre. Penso se deveria me ajoelhar, mas não era um pedido de casamento. Não é que eu não queria. Mas vamos dar um pouco mais de tempo. Isabella me olha com lágrimas nos olhos e sorri.

- Claro que sim. Óbvio que sim. – Ela me abraça.

O sorriso de Isabella acabava comigo. O mundo se tornava mais leve. Tudo ficava melhor quando tinha o sorriso dela. Automaticamente começo a sorrir. Todo o clima pesado estava indo embora. Coloco o anel no dedo dela e era o tamanho certo. Ela fica olhando anel por alguns segundos, analisando e então eu lembro que não foi o que o vendedor jurou ser o gosto dela. Sinto um pouco de ansiedade.

- Ele é perfeito. Me lembra... – Não deixo ela terminar.

- A pedra que você viu na África ? – Completo a frase dela.

- Sim. Como você lembra? .- Ela me olha curiosa.

- Eu estava perto de você quando os meninos levaram a pedra. Então quando vi esse anel achei ele perfeito. O cara disse que não era seu gosto. – Falo e ela revira os olhos.

- Está falando do vendedor Juan? – Ela fica me alisando. – Pela caixa só pode ser ele.

- Deve ser. Seu pai que me levou. Acho que são amigos. Sei pai compra coisas lá quando precisa se desculpar com Marina. – Falo lembrando do vendedor.

- Ele vendia joias para o meu ex..  – Ela fala e para.

- Pode me contar. Eu não me importo. – Falo curioso.

- Enfim. Ele comprava o gosto dele. Não o meu. Então o gosto que o Juan estava falando não era o meu gosto. Mas o de Levi. – Ela fala admirando o anel.

Destinada ao Amor Onde histórias criam vida. Descubra agora