Capítulo 43

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Caleb Nolasco

- Bem. Você está ocupado. Depois falamos. – Isabella fala e desliga.

Penso em retornar a ligação. Mas Catarina abre a porta e fica em pé na porta me olhando, na verdade me analisando. Esperando que eu contasse o que ela quer saber. O que ela provavelmente tentou tirar da minha mãe, mas ela é leal demais e não contaria. Ela queria saber e quanto mais eu demorasse seria pior. Catarina era extremamente ciumenta. Ela deveria ter ganhado uma irmã pra ela poder ficar trocando essas informações ou fofocando como ela fala. Ele sempre dizia que achava um absurdo eu não deixar ela participar da minha vida. Porque era apenas nos dois. Era muito drama.

- Você vai fazer isso toda vez que eu estiver no telefone? – Falo respirando fundo.

- Estava no telefone? Não vi. – Ela fala debochando. – Mas você não tem ninguém, porque está preocupado em como eu falo com você? – Ela continua.

- Existe alguém Catarina. E ela acabou de desligar o telefone chateada. Ela não é como as outras. Eu não posso perder ela. Então por favor. Engole seu ciúme só dessa vez. – Falo irritado e saio do quarto.

- Eu não sabia que ela era importante. Quem é ela? – Ela vem atrás de mim.

- Se continuar agindo assim não vai ter ninguém para conhecer. – Falo irritado.

- Vou me comportar. Mas me conta quem é ela. – Falo insiste.

- Não posso. Ela pediu segredo por agora. – Falo e entro na cozinha.

- Ela é casada? – Ela pergunta rápido.

- Não.... – Me irrito.

- Esta em outro relacionamento? – Ela dispara.

- Não.... Não que eu saiba. – Fico pensativo.

- Então porque ela quer segredo? Conheceu ela aonde ? – Ela continua.

- No trabalho. – Pergunto sem pensar.

- Ela é rica? Tem vergonha de você? – Foram dois tiros que me aceitaram.

- Não. Porque teria? Teria? Será que é isso? – Penso alto.

- Se for... Não vai dar certo. O quanto ela é rica? – Ela me há analisando.

- É a minha chefe. – Falo e me arrependo.

- A Senhorita Bacelar? – Minha mãe aparece para o interrogatório.

- Bacelar? Isabella Bacelar? Do escândalo? – Catarina pergunta assustada.

- Que escândalo? – Me sento e minha mãe também.

- Não ficaram sabendo do casamento dela com Levy ? O empresário lá? Ficaram casados por um tempo e ele traiu ela. – Ela conta com animação. – Fofoca dos ricos querido.

- Fiquei sabendo. Mas não foi um escândalo. O cara foi um babaca. – Falo tentando defender.

- Foi um escândalo sim. Ele colocou ela pra fora de casa de madrugada. Com algumas malas, no dia seguinte colocou a amante na casa dele como se fosse uma esposa, primeira dama.  Levou ela para várias eventos que eles já estavam agendados para aparecer juntos. Eventos dos ricos, jantares e festas. Isabella estava em alguns eventos. Dizem que o filho não se parece com ele. Mas depois abafaram o caso. Acharam que ela nunca mais iria se relacionar com ninguém. Daí escolheu você. – Ela fica me analisando. – Como foi Isso? Vocês não combinam, você não faz o tipo dela, você nem chega perto.

- Tipo dela.. qual é o tipo dela? – Pergunto irritado.

- Branco, rico, com sobrenome, ligações. Empresário. – Ela fala me olhando.

- Eu sou empresário. – Falo rápido.

- Estou falando de trilhões. Você está chegando ainda nos milhões... Vai demorar. – Ela fala me diminuindo.

- Ela não parece ser assim. Ela não deve ter esse tipo aí não. Você não conhece ela. – Falo tentando parecer seguro.

- Olha aqui. – Ela me mostra várias fotos no celular. – Esses foram os poucos caras que ela se relacionou. Todos bem parecidos certo? Esse é o tipo dela. – Ela fala implicando.

- Ela pode ter mudado. – Rebato.

- Bem. Ela não quer te apresentar para ninguém nem quer conhecer sua família. Ela provavelmente mudou. – Ela da outro tiro.

Ela não estava certa. Isabella não parecia ser tão patricinha assim. Ela era rica, sim. Andava de salto na África no início. Mas ela estava gostando de estar comigo. Não faz sentido. Ela parecia realmente estar gostando e estava tudo bem, até que Ayo começou a se meter.

Ficamos mais alguns minutos conversando sobre o meu relacionamento que não daria certo. Catarina tinha certeza disso. Ela deve ter consultado na bola de cristal dela. Minha mãe não concordava muito, ficava apenas ouvindo e me olhando. Depois de longos minutos meu telefone toca e para. Olho a tela e era Isabella. “ Sr. Barcelar”

- Nem mudou o nome dela. – Catarina Bufa.
– Liga de volta. Mas liga aqui. – Ela fala e senta ao meu lado.

- Não vou fazer isso. – Falo e ela tira o telefone da minha mão.

Ela liga para Isabella coloca o telefone do meu ouvido e fica ao meu lado tentando escutar. Demora um pouco e Isabella atende. Toda a situação era ruim. Acabei de ter uma conversa bem desagradável e Catarina estava agarrada na minha cabeça como se fosse colada a mim.

- Oi.... Hora ruim? – Ela fala um pouco nervosa.

- Oi... Não.... Pode falar. – Falo e Catarina faz um sinal e eu não entendo.

- Não é nada... Não quero te atrapalhar... Só queria saber como você estava. – Ela fala ainda muito nervosa.

Mesmo com toda essa situação era engraçado saber que ela ligou para nada. Será que ela poderia estar sentindo minha falta? Catarina fica me olhando pedindo pra eu responder.

- Saudades já? – Falo e sorrio.

- É muito cedo para sentir ? – Ela fala e da uma leve risada.

E por alguns segundos eu esqueço que Catarina estava grudada na minha cabeça como se fosse colada. A risada de Isabella me tira da minha realidade.

- Não. Eu também estou com saudades. Volta para o Brasil, te pego no aeroporto agora. – Falo rindo.

- Eu queria muito. Sempre fico até o final. Mas acho que dessa vez vou embora mais cedo. – Ela fala um pouco mais tranquila.

- Então eu sou importante? – Falo rápido.

- O que? – Ela começa a rir.

- Sim. Você nunca voltou mais cedo. A única peça diferente sou eu. – Falo e ela ri.

- Para de ser convencido. Você é convencido demais Caleb. – Ela ri e eu imagino o sorriso dela.

- Eu sou importante? – Falo um pouco mais sério.

- Eu não sei como ou o que aconteceu.... Mas você é. – Ela fala e eu dou um sorriso sem perceber.

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