Caleb Nolasco
- A casa é minha. Eu que mando aqui. A família é minha. Quem você pensa que é pra entrar aqui e dar ordens? Você vive trabalhando e não se importa com a sua família. – Jonathan grita com raiva.
- Se quiser pega as suas coisas. Eu vou cuidar de vocês. Não se preocupe com nada. – Falo e ela me olha quase chorando. – Eu estou aqui CaTah. Agora estou aqui. Eu vou cuidar de você .
Ela me olha chorando e vai para o quarto. Fico em pé na sala ouvindo Jonathan grita alguma coisa. Meu telefone toca, Isabella me ligando. Provavelmente para dizer boa noite. Mas esse não era o melhor momento. Recuso a ligação.
Jonathan vai para o quintal fumar, segundos depois Catarina desce com duas malas. Eu levo até o carro e ela vai rápido para o quarto dos meninos. Pega tudo o que pode e desce com mais duas malas e eu coloco rápido do carro. Os meninos ficam olhando assustados. Cae pergunta o que está acontecendo e Rael pede pra ele ficar em silêncio por agora.
Catarina desce com as duas últimas bolsas de roupa e Jonathan volta. Ele começa a gritar e tenta segurar Catarina. Mas eu seguro o braço dele, Jonathan me acerta um soco e eu parto pra cima dele. Catarina começa a gritar e bater em Jonathan, ela joga alguma coisa em cima dele e eu consigo sair. Saímos de casa com ele gritando alguma coisa.
Cae estava assustado chorando dentro do carro. Catarina entra no banco de atrás junto com eles. Eu saio dirigindo rápido e vou direto para a casa da minha mãe. Depois de vinte minutos eu já estava lá. Minha mãe estava em pé no portão nos esperando.
- Está tarde mãe. Entra. – Falo e ela vai entrando.
Estaciono o carro e Catarina sai com Cae no colo. Ele tinha parado de chorar a pouco tempo. Rael fica para me ajudar com as malas. Ele era muito parecido comigo. Era o irmão mais velho. Eu não queria que ele passasse pelas mesmas coisas que passei.
- Sua sobrancelha está sangrando .- Ela fala puxando assunto.
- Vou cuidar disso depois. – Falo pegando as bolsas.
- Eu não quero mais morar com ele. Não quero ele com a minha mãe. – Ele fala. Chateado.
- Isso não vai acontecer. Eu vou cuidar de vocês. Vou estar mais presente agora. – Falo me sentindo culpado.
- Também vou cuidar dela.... Ele.... Bateu nela hoje. – Quando ele fala eu sinto meu coração parar.
- Bateu como? – Sinto meu corpo gelado.
- Bateu. Um tapa no rosto. – Ele fala triste. – Não conta que eu te contei.
- Tudo bem. Mas porque ele fez isso? – Pergunto um pouco irritado.
- Porque ela disse que ia embora e ia levar a gente. Ele disse que não ela ia fazer isso. E que não levaria a gente. – Ele fala de forma simples.
- Você quer morar com quem? – Pergunto tentando manter a calma.
- Com a minha mãe. Eu e Cae. Não queremos ver ele. – Ele fala decidido.
- Bem. Eu estou aqui. Qualquer coisa me liga. – Falo e ela confirma.
Entramos em casa e Catarina estava tentando segurar o choro. Ela precisava de espaço. Coloco os meninos para tomar um banho e se organizar paga dormir. Deixo as duas conversando. Depois de algumas horas consigo finalmente colocar os meninos para dormir. Saio do quarto e fecho a porta. Encontro Catarina chorando na cozinha com a minha mãe.
Seguro a mão de Catarina e faço ela levantar. Abraço ela com força e ela começa a chorar no meu ombro. Fico parado por alguns minutos até que ela consiga falar. Catarinas se senta e me olha.
- Porque não me ligou? Porque não falou nada? – Pergunto preocupado.
- Você estava trabalhando muito. Foi pra África, depois voltou apaixonado. Eu não queria atrapalhar a sua vida outra vez. – Ela fala chorando.
- Mas você sempre faz isso. Não é você se não atrapalhar a minha vida. – Nós três sorrimos.
- O que eu vou fazer agora? – Ela fala pensativa.
- Você trabalha a noite. Vai começar a vender quentinha, as duas como sempre desejaram. Vão começar de baixo e construir a pensão de vocês. Simples. Você vai estar em dois empregos. Mas os meninos vão colaborar. E daqui a pouco você sair do outro emprego. – Falo de maneira simples.
- Com que dinheiro vamos começar? O que eu tenho é muito pouco. – Minha mãe fala preocupada.
- Amanhã eu resolvo isso. Só façam uma lista do que vão precisar. Agora eu preciso dormir. Amanhã vou para empresa. – Falo e me levanto.
Vou para o quarto. Tiro minha roupa e me deito na cama. Olho o telefone e vejo uma mensagem de Isabella desejando boa noite. Eu respondo e desligo o telefone. Eu estava exausto e muito irritado. Queria só acabar com esse dia.
....
Acordo no dia seguinte com Catarina e minha mãe empolgadas na cozinha. Me sento para tomar o café da manhã e os meninos já estavam com uma cara bem melhor. Catarina estava mostrando no celular a logo que ela tinha criado, o cardápio e outras coisas que eu não entendia.
Ela passou a noite acordada fazendo tudo isso. Catarina sempre teve muita criatividade e facilidade para fazer essas coisas. A logo da minha empresa foi ela quem criou. Eu tomo café da manhã ouvindo elas organizarem o que iriam comprar com o dinheiro que elas tinham. Pego meu telefone e faço uma transferência de dez mil. Catarina recebe e olha assustada para o telefone.
- É tudo o que eu posso dar agora. Ajuda? – Ela sorri e me abraça.
- Sim. Muito. Eu vou te devolver. Muito obrigada Caleb. Eu vou te devolver esse dinheiro. Eu prometo. – Ela fala animada e volta para refazer a lista.
- Eu só quero te ver feliz e independente. – Falo e minha mãe me abraça.
- Obrigada meu filho. – Eu sorrio e beijo a cabeça dela.
Seria bom para minha mãe começar alguma coisa. Ela não precisava de dinheiro. Mas precisava ocupar o tempo dela. E Catarina precisava de dinheiro. As duas se davam bem, trabalhavam bem juntas. Essa foi a oportunidade delas começarem algo.
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Destinada ao Amor
RomanceExiste a possibilidade de encontrar o amor verdadeiro? O amor é Eterno? Alma gêmea existe? O destino realmente existe? As vidas são interligadas. Amores de outras vidas? É possível que almas gêmeas sejam destinadas a não ficar juntas? E final feliz...