Isabella Bacelar
A semana passou rápido. Eu me dividia entre deixar o escritório no Brasil organizado, acompanhar a obra de longe, responder as mensagens de Bomani dizendo que eu almocei e jantei, que eu tranquei a porta de casa. Respondia as mensagens de Zuri me contando as fofocas e eu contando as minhas pra ela. Respondia Caleb e tentava não perder a concentração pelo resto do dia. Cuidava do meu pai e programava viagem com Marina. Eu estava exausta novamente.
A minha vida era sempre essa correria. As vezes eu sentia que precisava parar. Mas também sentia que se eu parasse eu não saberia lidar com o tempo sobrando que eu teria. Caleb me chamou atenção pra isso. Disse que eu estava me sobrecarregado, que o tempo da viagem seria importante. Ter um tempo para mim seria necessário.
....
Hoje era sexta feira. Vamos viajar mais tarde. A noite e chegar lá de madrugada. André vai viajar com a gente. Parte porque ele era funcionário de Marina e porque ele não queria ficar de babá do meu pai, e não foi contratado pra isso.
Termino de organizar o último detalhe. Assino o último papel. O dia foi cansativo mas eu consegui fazer tudo. Meu pai não apareceu pra conversar horas sobre um novo investimento que ele viu em algum lugar, então eu não perdi muito tempo.
Abaixo minha cabeça na mesa por alguns segundos. Escuto Alguém na porta e dou permissão para entrar. Quando a porta se abre vejo Caleb com duas bolsas de papel na mão. Ele estava um pouco nervoso e eu dou um sorriso.
- Desculpa vir sem avisar. Mas eu estava com saudades, preocupado com a sua exaustão e vou ficar duas semanas sem te ver. Queria fazer uma refeição com você. – Ele mostra as sacolas.
- Obrigada. Você é maravilhoso. Eu não almocei hoje. – Falo e ele fecha a porta.
- Vou ficar com saudades. Mas você realmente precisa relaxar. Vai pra uma praia e fica. Só lembra de passar protetor solar. Mas relaxa lá. Esquece o trabalho, obra, seu pai. Eu vou estar aqui. Conta comigo. – Ele fala e segura a minha mão.
- Eu nem acredito que tenho você. – Falo sorrindo.
Ficamos conversando durante duas horas até que meu pai entrou de uma vez na minha sala. Ele sempre fazia isso quando estava empolgado com alguma coisa. Marina já sabia de Caleb mas provavelmente não tinha contado ao meu pai. Deixaria que eu contasse no meu tempo.
- Filha você não sabe do novo.... Senhor Nolasco. O que te atrás aqui? – Meu pai pergunta e eu fico nervosa.
- Oi Raul. Pode me chamar de Caleb. – Ele fala me olhando, entendo meu nervosismo.
- Caleb... Aconteceu alguma coisa com a obra? – Meu pai fica me olhando.
- Não.. vim apresentar novos materiais. Sua filha disse que ficaria responsável por isso. – Ele inventa uma desculpa.
- E estão almoçando? – Meu pai olha para a mesa.
- Sim. O senhor não tinha almoçado também? Eu não pensei nisso. Me desculpe. – Ele tenta mudar o foco.
- Pai... – Olho para Caleb. – Eu e o Caleb estamos namorando. Estamos juntos. Por isso ele está almoçando comigo. – Caleb me olha de forma estranha.
- Você acabou de me pedir em namoro ? – Ele me olha rindo.
- Não. Não.... – Fico pensativa.
- Então não estamos namorando ? – Ele fica implicando comigo.
- Caleb. – Finjo estar irritada. – Eu não sei. Estamos juntos. É isso. – Fico rindo.
- Desde quando ? - Meu pai questiona confuso.
- Eu não sei. Mas em algum momento na África. – Falo confusa.
- Entendi. Não sei o que dizer. Fico feliz por vocês? – Meu pai ainda olha confuso. – É que eu me acostumei a ter você sozinha filha. Ainda mais depois do.... Enfim... Eu fico feliz por você. É bom ter alguém. Você sabe disso. – Ele fala rindo.
- Obrigada pai. – Sorrio.
- Então eu ainda tenho chance de ter netos. – Meu pai fala brincando.
- Sim. Quantos você quer? Dois? Três? – Caleb fala empolgado.
- três seria ótimo. – Meu pai fala pensativo e animado.
- Vamos com calma vocês dois. Pai... Você sabe .. – Meu pai volta a realidade.
- Desculpe filha. Bem... Antes de viajar passa lá em casa. Estou te esperando lá também Caleb. – Meu pai fala e sai da sala.
- Desculpe pela brincadeira. Não quero forçar nada. – Caleb me olha sem graça.
- Quero ter filhos. Muito mesmo. Mas não posso. Eu tentei, fiz tratamento. Nunca consegui. – Falo desanimada.
- É porque você não me conheceu. – Ela fala rindo e fica sério. – Vamos com calma. E daremos um jeito. – Ele sorri e segura minha mão.
- Você faz tudo parecer simples. Pelo jeito quer ser pai. Está se relacionando com alguém que não pode te dar filhos. Entende como isso é problemático? – Falo tentando sorrir.
- Não vejo dessa forma. Eu tive um pai. Ele acabou com a nossa família e desapareceu. Posso considerar ele um pai ? Pai é quem cria. Vamos tentar de forma natural, inseminação, barriga de aluguel, adoção. São muitas opções. – Ele me olha e eu sinto uma lágrima cair.
Caleb se levanta da cadeira, vem andando na minha direção. Me levanta e me faz sentar no colo dele. Não foi algo sexual. Foi apenas carinho. Ele me abraça forte e eu relaxo nos braços dele. Ficamos assim por mais alguns minutos. Ele me beija com carinho e eu tento sair do colo dele, mas ele me abraça por mais alguns segundos. Dessa vez eu acho que ele precisava disso.
Me dei conta de que Caleb sempre me apoiava e cuidava de mim. Mas quem estava cuidando dele ? Abraço ele e beijo a cabeça dele. Ele respira fundo e me olha sorrindo.
- Vamos ter três filhos. De qualquer jeito. Vão ser nossos filhos. – Ele me olha rindo.
Terminamos de comer, eu pego minhas malas e Caleb me leva para casa dele. Chegando em casa ele me beija e quando eu percebo nos dois estamos deitados sem roupa na cama. E eu nem sei como aconteceu, mas foi maravilhoso. Tomo um banho e me arrumo outra vez e me questiono porquê viemos aqui. Pego minhas malas e desço com Caleb. Vamos dirigindo conversando sobre bobagens até o portão dos meus pais. Ele fica muito relutante, fica um pouco sem graça mas decide entrar.
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Destinada ao Amor
RomanceExiste a possibilidade de encontrar o amor verdadeiro? O amor é Eterno? Alma gêmea existe? O destino realmente existe? As vidas são interligadas. Amores de outras vidas? É possível que almas gêmeas sejam destinadas a não ficar juntas? E final feliz...