Capítulo 35

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Caleb Nolasco

Respiro fundo, levanto, pego as sacolas e saio novamente de casa. Respiro fundo e imploro para que Bomani não esteja mais lá. Chego na porta e penso por alguns segundos. Bato na porta e ela demora a me atender, provavelmente por causa da dor na perna. Ela abre a porta, ela me olha Séria sem vontade de atender, tenta fechar a porta mais eu seguro, olho para a perna dela e tinha sangue no curativo.

- Está sangrando. Me deixa ver. – Falo e ela continua segurando a porta.

- Vai embora. – Ela fala chateada.

- Não vou. Vou ver o curativo. – Insisto.

- Eu não quero. Vai embora agora. – Ela fala de maneira autoritária.

- Não sou seu emprego senhorita Bacelar. – Falo com ironia e abro a porta com força.

- Não quero você aqui. Babaca. É a minha casa.  – Ela fala irritada.

- Me desculpe. Fui um babaca mesmo. Isso é culpa minha, duas vezes. Primeiro porque não te protegi, segundo porque fui um babaca e te fiz andar atoa. Me desculpe, então me deixar cuidar disso e reparar meu erro. – Falo tentando manter a calma.

Ela abre a porta e vai andando com dificuldade para o quarto, eu entro fecho a porta e vejo que ela está a sozinha, até porque Bomani já teria aparecido se ele estivesse aqui. Entro no quarto e ela já estava sentada na cama, me sento ao lado dela, coloco as sacolas na cama, abro e começo a pegar o material para fazer o curativo.

Levanto o shorts dela com cuidado e vejo a perna . Vou tirando curativo com cuidado e vejo o ferimento. Ainda estava feio e sem dúvidas deixaria uma cicatriz feia. Ela fica me olhando o tempo todo de forma séria. Começo a limpar o curativo.

- Está acontecendo algo entre você e Bomani? – Falo puxando assunto.

- Se tiver? Algum problema. – Ela fala e me irrita.

- Quero saber se está. – Falo irritado.

- Não te interessa Caleb. É a minha vida. – Ela fala irritada com lágrimas nos olhos.

- Pra mim interessa. – Falo tentando me acalmar.

Ela fica me olhando por alguns segundos e fica relutante para responder. Ela não parecia estar pensativa, estava apenas irritada. Depois de longos minutos ela me olha e responde.

- Não esta acontecendo nada. – Ela responde irritada.

- Você queria que estivesse acontecendo? – Pergunto rápido enquanto limpo a ferida.

- Não Caleb, não é isso que está acontecendo. Ele está sendo só cuidadoso. Nada está acontecendo. – Ela fala me olhando nos olhos.

- Está revirando os olhos porque? – Falo com um leve sorriso.

Fico ajoelhado na frente dela para  limpar a ferida com cuidado. Ela fica me olhando nos olhos, o rosto dela fica vermelho e ela prende o cabelo. Passo a atadura na coxa dela para proteger o ferimento. Eu me levanto e ela não desvia o olhar.

- O que você quer Caleb? – Ela pergunta nervosa.

- Nada e você? – Respondo sorrindo.

- Água. Por favor. – Ela fala e se abana. – A África é sempre quente.

Vou até a cozinha e pego um copo de água pra ela. Volto e vejo Isabella ainda nervosa. Quando ela nota minha presença tenta se manter durona outra vez. Entrego o copo e ela fica bebendo e tentando desviar o olhar. Ela termina e se levanta e quase cai. Eu me aproximo rápido e a seguro pela cintura. Ela fica me olhando nos olhos, me aproximo lentamente e ela não se afasta. Ela vai se aproximando e quando estou muito perto alguém bate a porta.

- Que inferno. – Falo sem prensar e ela solta uma risada. - Acha graça? – Falo rindo também.

Isabella vai andando com dificuldade até a porta. Eu vou logo atrás dela. Ela abre a porta e encontramos Ayo parada. Ela nos olha dos pés a cabeça. Fica analisando por alguns segundos. Então a expressão dela muda, fica mais suavizada.

- Estão juntos? – Ela pergunta assustada.

- Você não é vidente? – Eu respondo rindo.

- Não podem ficar juntos. – Ela fala realmente preocupada. – O universo... Ele está mandando sinais... Confusos, mas vocês não podem ficar juntos.

- Porque não? – Isabella pergunta preocupada.

Era a minha segunda tentativa, primeiro foram os pais de Isabella e agora Ayo. Nunca foi tão difícil beijar alguém. Agora ela aparece com esse papo pra estragar a minha noite. Que merda. Pela cara de Isabella ela ficou pilhada com isso.

- Eu não consigo ver. Você é um caso muito raro, eu nunca vi isso. Eu só vejo dor, arrependimento, tristeza. Nada disso é bom. – Ela aponta pra nós dois.

- De novo com isso? Não basta você falar toda aquela besteira agora de novo? – Falo um pouco irritado.

- Estou falando para o bem de vocês. É muita dor. – Ela continua.

Olho para Isabella e ela estava assustada. Isso estava mexendo com ela de novo. Ayo parece que fazia isso para machucar ela. Isabella me olha assustada e eu decido encerrar a conversa.

- Tudo bem. Obrigado pelo aviso. – Falo e faço um sinal para ela se afastar e fecho a porta. – Esquece isso.

- Não é a primeira vez que ela fala isso. E não é a primeira vez que somos interrompidos. – Ela fala pensativa.

Isabella estava totalmente preocupada, ela já tinha levado isso para mente e provavelmente iria ficar presa nisso. Eu não queria perder a minha chance, era a segunda tentativa, não queria ter que esperar pela terceira. Respiro fundo, e me aproximo de Isabella, seria um tiro no escuro, eu queria tentar, mas não queria assusta-la, tento ser o mais carinhoso possível, mas ao mesmo tempo estava ansioso, até ontem eu não suportava Isabella mas tudo mudou, eu queria ela desesperadamente. Seguro ela pela cintura e aperto de leve, coloco a outra mão na nuca dela. Ela me olha sem reação, apenas de deixando levar. Me aproximo com cuidado e beijo Isabella com carinho.

Ela demora alguns segundos, mas corresponde ao beijo. Ela passa as mãos por cima do meu ombro fazendo a minha mão sair da nuca dela. Eu me afasto, sorrio e ela corresponde o sorriso.

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