Capítulo 73

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Caleb Nolasco

Acordo no dia seguinte com Isabella deitada ao meu lado. Nossas roupas jogadas no chão. Me levanto com cuidado para não acorda-la. Eu precisava trabalhar cedo, mas acredito que ela não. Saio do chuveiro e Isabella estava apagada na minha cama. Coloco minha roupa , tomo um café da manhã rápido e saio de casa. Vou correndo para a fábrica encontrar Matheus. Quando eu estava passando pela porta da fábrica recebi uma ligação de Isabella. Atendi rápido.

- Oi..  nem te vi sair. – Isabella fala bocejando.

- Não quis te acordar. Toma um café da manhã aí. Deixei a mesa preparada pra você. – Falo sorrindo.

- Volta pra cá. Fica aqui na cama comigo. – Ela fala como uma garota mimada.

- Não posso. Preciso trabalhar. – Falo rindo. – Mas posso te ver mais tarde.

- Sim. Quero dormir com você. – Ela fala sorrindo.

- Então deixa as suas roupas aí. Volta mais tarde e eu te espero para o jantar.  Deixa a chave ai. – Falo animado.

- Vou deixar com o porteiro. – Ela fala ainda com sono.

- Perfeito. Preciso ir. – Falo e desligo rápido.

Matheus se aproxima com aquele sorriso de sempre. Mas dessa vez pior. Eu devia ter desligado a ligação. Mas não pensei com a cabeça certa. Esse fato nunca será esquecido. Matheus vai comentar e comentar até saturar o assunto. E mesmo quando eu pensar que o assunto já saturou ou já acabou, ele vai voltar com o assunto de novo até surgir outro.

- Então me conta sobre ontem a noite. – Ele fala sorrindo.

- Nada. Vamos trabalhar? – Falo irritado.

- Fala serio. Sou seu amigo cara. Me conta. Não quero detalhes. Só quero saber se foi bom. Se está feliz. Parece estar feliz. É isso que importa pra mim. Faz tempo que não te vejo sorrindo assim ao telefone. – Ele fala sem infantilidade.

- Sim. Estou feliz. Muito na verdade. – Falo entrando na fábrica.

- Ela é a sua garota não é? Eu conheço esse olhar. É ela. – Ele fala animado. – E xamã lá falando que vocês não podiam ficar juntos. Ela não sabe de nada. O destino que manda.

Quando Matheus fala sobre a Ayo eu sinto um aperto no peito. Um mal estar. Uma sensação ruim. Eu não gostava dela. Não sei porque. Só sei que por ela Isabella não ficava comigo de jeito nenhum.

Respiro fundo e volto para o mundo. Começo a conversar com o dono da fábrica. Explico exatamente o que eu preciso e fico analisando as máquinas novas. Fico analisando a estrutura da fábrica e desenhando na minha cabeça como seria a minha. Na minha empresa eu já conseguia produzir pequenas peças. Nada que precisasse de muito equipamento ou materiais químicos pesados. Já era um começo. Mas estava estudando para ano que vem começar a aumentar a produção.
Matheus terminava de organizar a papelada, essa era a parte dele, enquanto eu estava terminando a lista do que seria necessário para anexar aos documentos que Matheus estava finalizando.

- Então. Fiquei sabendo que está na obra o resort. É uma obra grande. Nada parecido com o que você já fez. – O dono da fábrica se aproxima curioso.

- Sim. É diferente, mas é ótimo para a empresa. – Falo escrevendo o último nome.

- Como conseguiu entrar nisso? É um grupo muito fechado. Eu já tentei fornecer pra eles. Mas nunca conseguir. Todos os arquitetos e engenheiros têm as suas fontes. Com o conseguiu entrar. Ainda mais com uma encomenda desse tamanho? E sem ter um nome conhecido. Com todo respeito Caleb. Sua empresa é muito séria. Você escolhe os melhores materiais, entrega tudo no tempo combinado. Mas ainda está começando. Tem tudo para ser uma grande empresa. Mas ainda falta tempo. Como conseguiu essa oportunidade? Estou curioso. – Ele fica me analisando.

- Vou te deixar com essa curiosidade. – fico rindo. – Bem. Eu estou me dando bem e você também. Isso que importa. – Falo e me afasto dele.

Isso me deixou mal. Um pouco. Esse contato tem nome e sobrenome Raul Bacelar. Só consegui porque ele me indicou, pediu ou cobrou um favor. Ninguém me conhece. Porque iriam me procurar? Mesmo que Raul tivesse falado meu nome. Provavelmente foi uma troca de favores. Mas essa foi a oportunidade que eu pedi. E ao longo da minha carreira fiz por merecer. Então agora vou aproveitar.

Separei os melhores materiais. Fui em três fábricas diferentes. Preciso ter minha fábrica para não perder mais tanto tempo pesquisando preço para a produção. Matheus organizou um portifólio para a apresentação e explicação para a equipe, esse era o nosso diferencial. E então dei sinal verde para começar a produção.
Visitei o resort novamente e falei com o dono da obra. Ele me convidou para um restaurante luxuoso e eu não fui avisado antes. Estava arrumado. Mas queria ter colocado um blazer pra me sentir melhor. O homem pede uma refeição e eu escolho alguma carne diferente. O garçom nos serve uísque.

- Então. Raul me cobrou um favor. Pediu que desse uma chance. Vou dizer que no incio eu não queria. Mas Raul salvou minha empresa uma vez. Eu devia isso a ele. Não acreditei em você. Mas para esse incio de trabalho eu estou gostando. Se seu material for esse que você está apresentando no portifólio eu vou fazer negócios com você mais vezes e vou te indicar a outras pessoas. – Ele fica me analisando.

- Muito obrigado. Senhor Salazar. Não vai se arrepender. – Ele me interrompe.

- Mas então a minha questão. O que Raul estava devendo a você? Porque ela te deu essa oportunidade? Como se conheceram? –  Ele né olha curioso.

- Fiz algumas obras pequenas pra ele. Fui a empresa dele algumas vezes pedir uma oportunidade. Então me deixou responsável por pequenas obras. Até que o cara que estava escalado para uma grande obra dele na África furou. Então eu cobri o cara. Agora estou fazendo todas as obras dele. – Falo lembrando do incio.

- Raul é um homem bom. Ajuda a todo mundo. Eu sei quem foi o cara que furou. Ele declarou falência. Ferrou muita gente. Ouvi dizer que vai abrir outra empresa com outro nome. É um merda. Sem honra. – Ele fala e bate na mesa.

- Sim. Agradeço a oportunidade que ele me deu. E a que o senhor está me dando. Não vai se arrepender mesmo. – Falo e ele me olha.

- Ouvi dizer também que está namorando a filha dele. - Ele da um leve sorriso. – Isabella. Vi essa menina crescer. Ela me chama de tio. Era uma criancinha. Branca com a bochecha sempre vermelha por causa do calor do rio. Agora está uma mulher. Salvando a empresa das bagunças do Raul. – Ele fica me olhando.

- Sim. É recente. Mas estamos juntos. – Fico sem saber o que dizer.

- Queria te conhecer. O ex marido dela era um merda. Ele acabou com a vida de Isabella. Em todos os sentidos. – Ele fala olhando a paisagem.

- Como assim? – Pergunto curioso.

- Eles nunca te contaram? – Ele fica me analisando.

- Não falamos muito do último relacionamento dela. Eu sei que foi complicado. Então não insisto em perguntar. – Falo e ele balança a cabeça.

- Foi um trauma pra ela. Achei que Isabella nunca mais de relacionaria. – Ele fica olhando para fora da janela.

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