Capítulo 39

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Caleb Nolasco

Ficar perto de Isabella né deixava leve, eu tinha espaço para ser mais livre, poder me divertir. Durante a minha vida eu sempre tive que assumir as responsabilidades sozinho. Meu pai se ausentou do dever dele como marido e pai, então eu tive que assumir esse papel. Catarina quando chegou na adolescência também se tornou irresponsável, não queria saber de estudar e eu sempre estive ali. Quando montei minha empresa e conheci Matheus foi a mesma coisa. Ele ficou com a parte divertida e eu era o cara chato. Mas com Isabella, sei lá, era diferente, eu tinha mudado, podia ser quem eu sou. Sabendo que ele era tão responsável como eu.

- Você tem que voltar para o Brasil. – Ela fala e eu sinto um aperto no coração voltando para a realidade.

- Está me expulsando ? – Tento sorrir

- Não... Estou te liberando. Era seu plano voltar. Não quero que fique aqui por minha causa. – Ela fala sem graça.

- Eu ficaria por você... Sem nenhum problema. – Falo e ela da um sorriso amarelo.

Ela estava me expulsando. Tivemos uma noite ótima, mas ela estava me expulsando. E porque não faria? Eu que estava emocionado demais. Sempre escutei que não existia tempo para gostar de alguém, e não existe mesmo. Não sei quando isso começou, mas estou gostando disso. Mas parece que tudo colabora para não acontecer. Isso é praga da Ayo.

- Tudo bem.  Vou ver quando sai o próximo vôo. – Falo sorrindo. – Vamos? Vou te deixar em casa.

Isabella apenas sorrir e acena com a cabeça, vamos andando até a casa dela com cuidado e em silêncio. O clima ficou estranho entre nós dois. Isabella ficou na porta e não me chamou para entrar, então eu não entrei.

Fui direto para casa e assim que cheguei entrei Matheus sentado na sala me esperando, ansioso. Os olhos brilhavam esperando notícias do que tinha acontecido.

- Deu certo não foi? Você só está chegando agora. – Ele fala animado.

- Acho que deu. – Falo mexendo no celular.

- O que foi? Está mandando mensagem pra ela? Já? – Ele olha animado.

- Estou marcando nosso vôo de volta para o Brasil. – Falo olhando a tela.

- Vai voltar? Não deu certo? – Ele fica confuso.

- Deu certo. Mas ela me lembrou que eu tinha que voltar. – Falo desanimado.

- O que aconteceu? – Ele fala irritado.

- Dormimos juntos. Foi ótimo. O ferimento dela abriu, levei ao médico. Na volta ela veio me dizer que eu tinha que voltar para o Brasil. Então estou voltando. – Falo irritado.

- Acho que ela queria que você ficasse. As mulheres sempre falam o contrário do que elas querem. – Ele fica pensativo.

- Isabella não. Esquece isso. Consegui um vôo pra hoje. Temos 8 horas. Vão deixar algumas coisas que Isabella pediu para obra. Vamos voltar com eles. Suas coisas estão arrumadas? – Pergunto indo para o meu quarto.

- Vai se despedir dela? – Ele vem atrás de mim.

- Eu preciso? Ela quer que eu volte. Está com pressa de se livrar de mim. – Falo com raiva.

- Que isso? Esse seu lado eu não conheço. Cadê o Caleb? Meu amigo? – Ele me olha assustado.

- Me deixa em paz. – Fecho a porta do quarto.

- Esse quarto é meu também. Lembra? Nós dividimos. – Ele fala do outro lado da porta.


Passo a tarde deitado na cama pensando se deveria voltar ou não, se deveria me despedir ou não

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Passo a tarde deitado na cama pensando se deveria voltar ou não, se deveria me despedir ou não. Depois de algumas horas resolvo pegar minha mala e ir para sala. Temos cinco horas para ir embora. Eu já tinha comprado presentes, não ia me despedir de ninguém, já tinha feito. Decido me levantar e ir até a casa de Isabella. Antes de chegar a porta escuto alguém bater.

Me aproximo rápido, só pode ser Isabella. Abro a porta e vejo Ayo. Ela estava com aquele olhar sério e analisador como sempre. Sem dúvidas iria me falar alguma besteira e eu não estava com paciência pra isso.

- Veio se despedir? – Falo com ironia.

- Vim para conversar. Sei que não vai acreditar em nada. Mas respeite a cultura, se for um homem decente. – Ela fala entrando na minha casa.

- Pode entra. Sinta-se em casa. – Falo com mais ironia.

Ela entra em casa. Se senta no sofá e fica me esperando, ela faz um sinal e eu me sento de frente pra ela na cadeira. Ela fica me observando por alguns segundos e então começa.

- Eu sei do seu passado. Agora consigo ver, não tudo. Mas vocês não podem ficar juntos. Vocês fizeram uma promessa. Não era para ter se encontrado. Vocês prometeram não se reencontrarem nunca mais. – Ela fala preocupada.

- Eu não prometi nada a ninguém. – Falo cansado.

- alguém prometeu. Você... Ela... Os dois. Eu não sei. Mas a promessa foi feita. Aos Deuses, não pode quebrar isso. As consequências vão aparecer. – Ela mantém o tom de preocupação.

Eu não acreditava nessas coisas. Tentava respeitar, minha mãe me mataria se descobrisse meu comportamento com ela. Mas Ayo é louca. Eu não prometi nada a ninguém, acabei de conhecer Isabella e estava gostando de estar com ela. E agora teria que me afastar por causa de uma promessa que eu não reconheço feita aos “Deuses”.

- Desculpe. Mas eu não acredito em nada disso. E não vou me afastar dela. – Falo decidido.

- Ela acredita. E está em dúvidas. Não insista se ela decidir se afastar. Esse não é o momento. Entenda isso. – Ela fala.

Ayo fala frases sem sentido e enigmáticas com sempre e se levanta. Ela vai caminhando até a porta sem eu pedir e vai embora. Depois de digerir as palavras e entendo. Se Isabela está na dúvida e acredita, significa que ela falou com Isabella, então por isso ela pode ter me mandado ir embora.

Olho o régio. Quatro horas e meia para voltar para o Brasil. Eu não podia cancelar agora. Seria a segunda vez e eu ficaria envergonhado de ter que cancelar. Me levanto e passo pela porta correndo, vou andando o mais rápido possível para a casa de Isabella. Bato na porta e olho o relógio, quatro horas e dezoito minutos para viajar. Isabella abre a porta e me olha confusa.

- Cancelou a viagem? – Ela pergunta de forma rápida.

- Tenho quatro horas e dezoito... Dezessete minutos para viajar. – Falo olhando o relógio.

- Tinha que está arrumando suas coisas então. – Ela fala sem tirar os olhos dos meus.

- Já está tudo arrumado. Eu... Eu só queria saber... Ayo veio conversar com você? – Pergunto e a expressão dela muda.

- Caleb... Eu... Eu não sei o que pensar. – Ela fala confusa e entra em casa.

Entro e fecho a porta. Isabella senta no sofá, prende o cabelo e respira fundo, parecia estar confusa ou preocupada. Sento ao lado dela. Isabella realmente mexia comigo. Depois que ficamos tudo mudou, o clima mudou. Parece que estou louco, mas é verdade.

- Me da uma chance. Você está gostando disso? – Pergunto apontando pra nós dois.
- Sim. – Ela responde sem me olhar.

- Se Ayo não tivesse falado nada. Você continuaria comigo? – Pergunto e ela me olha.

- Sim... Mas ela.... Não parece ser um bom argumento? O dela? E se os deuses realmente não estiverem satisfeitos porque vamos quebrar a promessa que fizemos? – Ela fala e eu acho tudo isso louco.

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