DOIS CAVALOS PARA UMA SENHORITA

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Naquele mesmo dia, os novos recrutas começaram a treinar. Hosea foi o mentor de Mike e Ricardo, enquanto Sadie se ofereceu para ensinar a Marilia como ser uma verdadeira guerreira. Dentre os três, era ela quem passaria pela maior transformação, mas isso não a intimidou.

O primeiro passo era o vestuário, trocando seu estilo recatado pelo de mulher de ação, com chapéu, botas, calça jeans e lenço no pescoço. Ela gostou de seu novo visual (assim como todos os rapazes do acampamento) e estava ansiosa para aprender a lutar e usar uma arma, mas logo sua mentora veio com uma questão importante:

‒ Você não vai poder usar o Viserys durante as missões.

‒ Não vou? Por quê?

‒ Porque ele não é rápido e forte o bastante para aguentar um tiroteio ou uma perseguição. É um cavalo de passeio.

‒ Mas quando os O'Driscolls nos perseguiram de Blackwater até as montanhas, ele aguentou muito bem. Até escapamos de tiros.

‒ Certo, isso foi realmente impressionante, mas por que está fazendo tanto drama? Você tem o Baylock, que é um ótimo cavalo, já treinado para situações desse tipo. Não poderia ser mais perfeito.

‒ Eu sei, mas o Viserys é meu melhor amigo. Queria que ele estivesse ao meu lado nessa nova fase da minha vida.

‒ E como se sentiria se ele fosse ferido ou morto em algum confronto?

Marilia sentiu um aperto no peito só de pensar nisso e abaixando a cabeça, respondeu:

‒ Você está certa. Tenho que pensar nele e não em mim.

‒ Muito bem.

‒ Se não se importa, vou falar com ele e o Baylock sobre isso. Quero deixar tudo bem claro.

‒ Tudo bem.

Sem demora, a moça foi contar as novidades aos amigos, Baylock ficou muito empolgado e disse que estava pronto para tudo, mas Viserys ficou bem desapontado.

‒ Mari, se o Baylock vai ser seu cavalo durante as missões, como eu fico?

‒ Do que está falando?

‒ Se ele é melhor do que eu em tudo, de que eu vou te servir?

Olhando em seus olhos, ela disse:

‒ Oh, meu amor.... Eu já entendi tudo.

‒ Entendeu?

‒ Você acha que vou te deixar de lado.

‒ Sim...

‒ Mas isso nunca vai acontecer. Eu amo você e nada vai mudar isso.

‒ É mesmo?

‒ Claro, seu bobinho. Vou usar o Baylock durante as missões porque ele já tem experiência nisso. Não sei o que faria se você se machucasse.... Estou fazendo isso para te proteger.

Abraçando o amigo, ela o beijou e disse:

‒ Mesmo que eu tenha vários outros cavalos, você sempre será meu bebezinho. Sempre vai morar no meu coração.

Para confortá-lo de vez, ela começou a cantar a canção favorita de Viserys, que sempre o acalmava ou animava em momentos difíceis. Todos os outros cavalos ficaram encantados com sua bela voz.

Passado esse momento. Marilia pôde começar a treinar com Sadie, ansiosa para poder participar de um assalto a um trem de passageiros dali a 2 dias. Os rapazes também estavam bem empolgados, mesmo sabendo o quanto isso seria arriscado.

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