RED STORY

JOGO PERIGOSO

Na manhã seguinte, Dutch mandou Arthur, Kieran e Mike irem vender o carregamento de Moonshine para os Braithwaites. Os rapazes obedeceram, mas para sua surpresa, eles não quiseram comprar, pagando para eles distribuírem de graça no bar da cidade, que pertencia ao xerife Gray.

Com o consentimento do chefe, eles fizeram isso, o que gerou a maior confusão. Como retaliação, o Sr. Gray (pai do xerife) mandou John e Javier roubarem os Puros-Sangues Árabes premidos da família rival, dizendo que cada um deles valia 5 mil dólares na Enseada Clemens.

Animados, os rapazes fecharam negócio com ele e chamaram Marilia para participar desse roubo, já que ela levava muito jeito com cavalos, o que seria bem útil para o sucesso da operação. Empolgada, a moça partiu com Daemon acompanhada pela dupla.

Chegando a enorme fazenda dos Braithwaites, o trio fingiu estar interessado em comprar cavalos, mas quando o cavalariço os levou até o estábulo para mostrar os animais, John o apunhalou pelas costas, deixando a jovem chocada:

‒ O que você fez? Não precisava disso!

‒ Melhor prevenir do que remediar. Vamos colocar os disfarces, antes que apareça alguém e você, faça sua mágica.

Ignorando o ocorrido, Marilia cumprimentou um belo Puro-Sangue Árabe branco, que estava agitado com a presença do trio, mas com jeitinho, ela o acalmou, dizendo que o levaria para um passeio com seus amigos. Com sua ajuda, ela também acalmou outros dois belíssimos cavalos que John e Javier iriam levar: um árabe negro e um Turcomeno baio escuro.

O trio saiu do estábulo tranquilamente, mas logo foi visto por alguns capangas que começaram a atirar. Depois de uma fuga bem tensa, eles conseguiram chegar a Enseada Clemens, onde se encontraram com o negociante de cavalos indicado pelo Sr. Gray, mas para sua infelicidade, o homem só lhes pagou 750 dólares por cada animal.

Indignado, John quis dizer um monte de desaforos a ele ou até pular em seu pescoço, mas Javier e Marilia o seguraram, dizendo que não valia a pena cometer outra morte desnecessária, mesmo que o homem tivesse sido canalha com eles.

De volta ao acampamento, o trio contou todo o ocorrido e Abigail deu a maior bronca no marido por ele ter matado um inocente a sangue frio.

Alguns dias depois, Hosea e Sean estavam na fazenda dos Braithwaites, onde receberam a tarefa de incendiar a plantação de tabaco dos Grays. O homem de cabelos grisalhos não gostou nada dessa ideia e se recusou a participar disso, mas Arthur não viu o menor problema em sujar as mãos pela enésima vez e disse a Sra. Catherine Braithwaite que faria o trabalho.

Naquela mesma tarde, o rapaz partiu em uma carroça com Sean rumo a fazenda dos Grays, com a desculpa de que tinham uma entrega a fazer, mas ao se lembrar que já era conhecido por lá, teve que se esconder junto com alguns engradados de Moonshine.

Chegando a fazenda, o irlandês foi abordado por um guarda e começou a gaguejar, mas logo fez amizade com o mesmo ao lhe oferecer bebida, conseguindo entrar facilmente. Os dois passaram um bom tempo conversando no celeiro, mas no final, Arthur acabou matando o homem, o atacando por trás.

Sean pareceu bem triste com isso e disse:

‒ Você não precisava ter feito isso, cara.... Foi graças a esse pobre coitado que conseguimos entrar.

‒ Isso não é hora para ter escrúpulos. Temos um trabalho a fazer aqui, esqueceu?

‒ Claro que não, mas...

‒ Então, deixa de drama e vamos esperar anoitecer.

Quando a noite chegou, os dois foram até a plantação, onde encharcaram os campos com o Moonshine que tinham levado. Havia vários guardas nos arredores, mas ambos conseguiram ficar fora de vista o tempo todo. Terminada a tarefa, eles queimaram o celeiro usando uma garrafa incendiária, o que já chamou a atenção dos empregados da fazenda.

Em seguida, Arthur atirou outras garrafas nos campos, que começaram a arder em chamas na hora. Logo começou uma intensa troca de tiros, onde muitos homens foram mortos.

Com o serviço concluído, a dupla deu uma boa olhada no enorme incêndio que consumia a propriedade e Sean comentou:

‒ Acho que passamos dos limites dessa vez...

‒ Desde que sejamos pagos conforme o combinado, quem liga?

‒ Eu não estou te reconhecendo, Arthur. Você não é o tipo de pessoa que sente prazer com o sofrimento dos outros. O que deu em você, amigo?

O rapaz refletiu por um momento, mas não lhe deu muita atenção e disse que era hora de voltar para o acampamento.