NEGÓCIOS NO PÂNTANO

2 2 0
                                    

Enquanto isso, Micah. Colm e Cornwall acabaram chegando ao pântano entre Rhodes e Saint Denis, ainda com medo de serem pegos pela Gangue Van Der Linde. Exausto, o empresário disse aos outros dois:

‒ Gente, vamos parar um pouco. Duvido que aqueles imprestáveis venham nos procurar aqui.

‒ Imprestáveis eram os seus capangas que mesmo em maior número, foram dizimados! ‒ o homem de cabelos platinados se indignou.

Logo Micah começou a gritar com os aliados e não aguentando a discussão entre os três, seus cavalos os derrubaram e fugiram em disparada. Furioso, Colm deu na cara do loiro e esbravejou:

‒ Parabéns, cara de retalho. Graças ao seu chilique, estamos sem cavalos e bem no meio desse pântano nojento!

‒ Nem vem com essa! Foram você e o velhote aí que começaram a briga.

‒ Quem você está chamando de velhote, seu inútil? ‒ Cornwall rebateu.

‒ Além de velho, é burro. Ele está bem na minha frente e como ousa me chamar de inútil?

‒ É inútil sim. Ficou bem na frente do Dutch e nem serviu pra dar um tiro na cara dele! Ou será que você ainda é amiguinho dele?

‒ Cala a boca!

‒ Vem calar, se for homem!

Furioso, Micah avançou contra o empresário e quando Colm tentou separá-los, acabou sobrando socos e chutes para ele também. De repente, eles gelaram de medo ao ouvirem um assobio longo e sombrio e o homem de cabelos loiros temeu que fosse o encapuzado de Strawberry e tentou sair correndo, mas foi contido pelos aliados.

Nesse momento, eles viram um velho conduzindo 4 cavalos na outra margem da lagoa. Ele tinha uma longa cabeleira branca que ia até a cintura, bigode espesso, uma barba desgrenhada que ia até o umbigo, grossas sobrancelhas da mesma cor, olhos cinzentos, pele avermelhada e um grande nariz curvado como o bico de um papagaio. Vestia um roupão cinzento e bem largo, encobrindo seu corpo esquelético e enrugado e para completar, ele andava descalço e curvado sobre uma bengala torta, que mais parecia um galho seco.

Por mais que o velhote metesse medo no trio de malfeitores, eles não podiam negar que seus cavalos eram belíssimos. Na frente, vinha um branco malhado de vermelho e ao seu lado um negro com listras brancas na barriga. Atrás, havia um animal forte e musculoso com pelagem vermelha e ao seu lado havia um alazão tostado.

Ainda estáticos, eles viram o velho cruzando a lagoa com seus cavalos e dirigindo-se a eles, os cumprimentou:

‒ Olá, meus rapazes. Ouvi dizer que estão precisando de novos cavalos e vim oferecer os meus.

Eles se entreolharam desconfiados, mas estavam completamente encantados pelos animais. Sendo o mais velho do trio, Cornwall ainda tinha um pouco de juízo e disse:

‒ Amigo, seus cavalos são realmente magníficos, mas infelizmente, estamos sem dinheiro no momento. Tivemos que sair de Valentine às pressas.

‒ Ora essa, não se preocupe, pois não vou cobrar um centavo por eles e sim um favor.

‒ Que tipo de favor? ‒ Colm quis saber.

‒ Que vocês capturem uma suçuarana negra com olhos azuis que vaga por esse pântano. Ela me persegue há anos, matando meus pobres cavalos por pura diversão. Só me sobraram esses aqui, mas para me livrar daquela praga, estou disposto a entregá-los a vocês, que me parecem ser homens tão bem-apessoados.

‒ Temos quanto tempo para pegar a danada? ‒ Micah se mostrou bem interessado no negócio.

‒ Acho que 1 ano está de bom tamanho, considerando que agora vocês terão os cavalos mais rápidos e fortes de todo o Oeste.

‒ Podemos escolher qualquer um deles?

‒ Fiquem à vontade. Há cavalos para todos vocês.

Sem pensar duas vezes, os canalhas foram escolher suas novas montarias. Micah se encantou pelo alazão vermelho, enquanto Colm ficou com o malhado e Cornwall com o preto. Escolhidos os animais, o velho disse alegre:

‒ Fizeram um ótimo negócio, rapazes e saibam que esses cavalos são diferentes de tudo que já viram, pois nunca se cansam e ainda têm poderes especiais, mas eles só funcionam à noite.

O trio ficou desconfiado dessa conversa, mas já estavam completamente apaixonados pelos cavalos e nada os faria desistir deles. Depois de apertar as mãos de seus clientes, o velho pegou cartazes de "Procurado" com a foto de cada um deles e uma pena de dentro da manga.

Eles tomaram um susto ao verem isso, mas o velho perguntou:

‒ Será que cada um poderia autografar o seu próprio cartaz? Sou um grande fã de vocês.

Mesmo achando o pedido estranho, eles atenderam e ainda puderam ficar com a pena que não precisava de tinta para funcionar. Em seguida, o estranho vendedor foi embora com o cavalo que havia sobrado e Cornwall perguntou aos companheiros:

‒ Mais alguém achou tudo isso muito esquisito?

‒ E quem liga? Agora temos os melhores cavalos do Oeste e agora podemos sair daqui para buscar nossa vingança contra aquela corja Van Der Linde. ‒ Colm sorriu satisfeito.

Como ninguém podia discutir com um argumento desse, o trio saiu do pântano, rumo a mansão de Cornwall e quando anoiteceu, descobriram que o velho tinha falado a verdade sobre os cavalos terem poderes, pois o do empresário podia criar uma nuvem de insetos devoradores, o de Colm tinha uma fumaça verde tóxica e o de Micah deixava um rastro de fogo por onde passava. No início, eles se assustaram com isso, mas logo viram que seria uma grande vantagem em futuras batalhas.

RED STORYOnde histórias criam vida. Descubra agora