Enquanto se afastava do acampamento, as palavras de Leopold ainda ecoavam na mente de Marilia. Chegando ao pântano, ela começou a ouvir um choro e perguntou a Baylock:
‒ Você também está ouvindo isso?
‒ Sim. Parece que alguém está chorando aqui perto.
‒ Vamos ver o que houve.
Silenciosamente, os dois seguiram o som até as margens do rio, onde a moça teve uma surpresa.
‒ Apache?
‒ É o Nokota que o Daemon conheceu ontem em Saint Denis?
‒ Ele mesmo, mas o que será que faz aqui?
Descendo de seu cavalo, ela lhe pediu silêncio e foi até o Nokota, que estava com algumas queimaduras pelo corpo e chorava de dor, medo e desorientação. Penalizada, Marilia afagou sua crina negra e quis saber:
‒ O que aconteceu, meu amor? O que faz aqui?
Levantando a cabeça, ele a encarou aos prantos, sem conseguir dizer uma única palavra. Como seus carinhos não conseguiam acalmá-lo, a moça começou a cantar baixinho e depois de beijá-lo na testa, disse:
‒ Está tudo bem agora, querido. Fala o que aconteceu.
‒ Ontem à noite, o estábulo pegou fogo.
‒ Meu Deus! Como isso aconteceu?
‒ Parece que um funcionário deixou um charuto aceso cair na palha. Acordamos no meio da noite com a fumaça e a gritaria dos homens tentando apagar o fogo.
‒ E quanto aos outros cavalos? Eles escaparam?
‒ Sim, eles foram salvos a tempo, mas acabei sendo esquecido.... Eu gritei por socorro, mas ninguém me ouviu, até que consegui quebrar o portão da minha baia e fugi, mas o fogo já tinha se espalhado e acabei me queimando. Está doendo muito...
‒ Coitadinho.... Deve ter sido assustador.
‒ Nunca tinha sentido tanto medo em toda a minha vida. Saí correndo sem rumo, até que cheguei aqui.
Abraçando o cavalo assustado, Marilia o confortou:
‒ Está tudo bem agora. Eu vou cuidar de você.
‒ Por favor, não me leva de volta para aquele estábulo...
‒ Calma, eu vou te levar para o acampamento onde moro. Vai ficar tudo bem. Eu prometo.
Com um pequeno assobio, ela chamou Baylock e lhe apresentou o novato, que ainda parecia inseguro, mas ficou feliz com a ajuda. Logo os três tomaram o rumo do acampamento e ao chegarem, foram abordados por Mary Beth.
‒ Meu Deus! O que houve com o pobre cavalo?
‒ Houve um incêndio no estábulo de Saint Denis e o coitadinho acabou se machucando enquanto fugia. Eu vou cuidar dele agora.
‒ Eu ajudo. Ele parece tão assustado...
Sem demora, as duas moças foram cuidar dos ferimentos de Apache e todos os cavalos da tropa ficaram comovidos com seu drama, principalmente Daemon e Bella, que já ficou bem interessada nele.
Logo todos ficaram sabendo sobre o novato e torciam para que ele ficasse bem. Enquanto Marilia tomava conta do Nokota, Leopold apareceu e foi conversar com ela:
‒ Vejo que fez um novo amigo.
‒ O nome dele é Apache. Ele passou por grandes apuros ontem.
‒ Tenho certeza que com o seu carinho, ele vai se recuperar em breve.
Comovido, o austríaco se aproximou e o acariciou, o que fez o cavalo levantar a cabeça. Os dois ficaram conversando, até que Apache lhe disse:
‒ Eu gostei do senhor. É muito gentil.
‒ Vielen Dank, rapaz.
‒ Parece que foi o senhor quem ganhou um amigo. ‒ Marilia comentou:
‒ Tem razão, fräulein.
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RED STORY
FanfictionOs irmãos Mike e Marilia Matthews viviam tranquilos em seu pequeno rancho perto de Blackwater, até o dia em que os O'Driscolls invadiram o local, os forçando a fugir para as montanhas. Lá, eles conhecem a Gangue Van Der Linde e suas vidas nunca mais...