NA CIDADE DE VAN HORN

2 1 0
                                    

Na manhã seguinte, Marilia e os rapazes acordaram aos primeiros raios de sol, ansiosos para continuar a caçada aos seus inimigos. Como Van Horn ficava ali perto, seus cavalos não precisaram de asas para chegar lá, o que deu a oportunidade para o grupo apreciar um pouco mais da paisagem.

Chegando ao seu destino, Ricardo ficou chocado ao ver a decadência de sua cidade-natal. Estava suja, desgastada e parecia abandonada, o que fez o rapaz menear a cabeça e dizer com tristeza:

‒ O que aconteceu aqui? Essa não é a Van Horn em que eu nasci...

‒ Isso é o resultado do descaso das autoridades. O povo foi largado às traças, tantos que aqui nem tem policiamento. ‒ Dutch explicou.

‒ Quer dizer que o crime rola solto por aqui? ‒ Kieran ficou intrigado.

‒ Se alguém arranjar qualquer confusão que seja, os moradores se tornam bem violentos e mandam bala sem piedade. É bom tomarmos cuidado.

Quando o rapaz avistou uma estrutura destruída por um incêndio, ficou com os olhos marejados, chamando a atenção da noiva:

‒ O que houve, querido?

‒ Aquela era minha casa... Depois de invadirem, roubarem tudo o que tínhamos e ainda matarem minha mãe, aqueles malditos Murfrees queimaram tudo.... Eu e meus pai escapamos por um milagre...

‒ Mais ou menos o que os O'Driscolls fizeram comigo e com o Mike...

‒ Quando eu pegar aqueles miseráveis, vou acabar com todos eles com minhas próprias mãos! Esse é o meu desejo há anos.

A moça nunca tinha visto o noivo tão furioso, mas entendia perfeitamente o motivo de sua revolta, pois tinha essa mesma sede de vingança pelo que os O'Driscolls fizeram com ela e o irmão em Blackwater. Passando por um prédio alto feito de tijolos, Ricardo disse:

‒ Era ali que meu pai trabalhava.

‒ Nossa... Tudo parece ter parado no tempo. ‒ Marilia comentou.

Enquanto percorria aquelas velhas ruas empoeiradas, o quarteto se perguntava como encontraria Colm, Bronte e seus capangas, até que chegaram as docas, cujas estruturas de madeiras estavam velhas e esburacadas e bem ao lado, havia um barco todo furado, quase afundando. Mais adiante, viram o farol, que assim como tudo ao redor, parecia abandonado.

Desapontado, Kieran comentou:

‒ Se decadência fosse uma pista, já teríamos encontrado aquelas pestes.

‒ Não vamos desistir tão facilmente, filho. Eles são um perigo para todos e é nosso dever é dar um fim neles. ‒ Dutch declarou.

‒ Se encontrássemos os Murfrees, talvez soubéssemos do paradeiro deles.

‒ Kieran, você é um gênio! ‒ Marilia se animou.

‒ Eu sou?

‒ Claro que é. O Colm e o Bronte se aliaram aos Murfrees e provavelmente estão escondidos com eles em algum lugar. Só não sabemos qual....

‒ Acho que tenho uma ideia. Eles gostam de se esconder em cavernas e se eu não me engano, há uma não muito longe daqui. ‒ Dutch comentou.

‒ O que faríamos sem o senhor aqui, paizinho? Vamos lá!

RED STORYOnde histórias criam vida. Descubra agora