A ADORÁVEL STRAWBERRY

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Dessa vez, o quarteto teria um longo voo pela frente, passando por Saint Denis, Rhodes e Valentine. Ao cair da tarde, resolveram acampar no Big Valley, para evitar o encontro com Colm e seu cavalo da Peste durante a noite, quando a batalha seria bem mais complicada.

Na manhã seguinte, eles seguiram por um caminho verdejante e cheio de belas árvores, até que avistaram o portal de entrada de Strawberry. Diferente das anteriores, essa era um cidade adorável e acolhedora aos pés do Monte Shann, por isso, era de clima frio, lembrando as cidades europeias.

O quarteto mal conseguia se locomover pelas ruas por causa do tráfego intenso de carroças, até que Marilia comentou:

‒ Nossa. É muito trânsito para uma cidade tão pequena.

‒ O prefeito quer torná-la uma cidade turística. ‒ Dutch explicou.

Ao longo de seu trajeto, puderam ver um pequeno rio que cortava a cidade e cumprimentaram um homem que sempre estava pregando pelas ruas. Mais adiante, puderam ver uma roda d'água, uma represa, o correio, o açougue, o Armazém Geral, um hotel, a cadeia, o escritório do xerife e a forca, além de lindas casinhas no estilo europeu.

Perto do Centro de Visitantes, havia o mercado e o consultório médico. Dutch já estivera na cidade alguns anos antes e foi apresentando tudo aos mais jovens, até que Kieran comentou:

‒ Gostei daqui. Pode ser um bom lugar para eu morar com a Mary Beth quando nos casarmos.

O holandês não escondeu o espanto ao ouvir isso e perguntou meio desapontado:

‒ Quer dizer que... você e Mary Beth vão nos deixar?

O rapaz ficou sem jeito e hesitou em responder:

‒ Bem.... Nós temos conversado muito sobre nosso futuro e.... gostaríamos de levar vidas honestas.... Normais.

‒ Eu entendo, filho...

Percebendo a tristeza em sua voz, Marilia tentou mudar de assunto:

‒ São tantos lugares para procurar.... Por onde começamos?

‒ Bem.... Podemos ir ao estábulo e pedir informações aos funcionários, assim como fizemos em Saint Denis.

Concordando com sua proposta, todos seguiram para o estábulo, onde logo viram 3 Kentucky Saddler e 2 Morgans dentro dos limites de uma cerca branca que havia ao redor. Muito simpáticos, os animais foram cumprimentar os visitantes e ficaram conversando com seus cavalos enquanto o quarteto entrava para buscar alguma pista de Colm.

Enquanto Marilia e Dutch falavam com os funcionários, Kieran e Ricardo ficaram explorando o local, onde viram os belos cavalos vendidos ali: uma Warmblood Holandesa castanha-escura (que mais parecia cinza ou preta) e um Puro-Sangue Inglês rajado, mas quem mais chamou a atenção da dupla foi um Andaluz baio-escuro, cuja pelagem era meio avermelhada.

Assim que Ricardo se aproximou para lhe fazer um afago, ele começou a farejá-lo, o que o deixou meio confuso:

‒ O que foi, rapaz?

‒ Sinto cheiro de amoras.

‒ Caramba! Colhi várias delas hoje cedo e esqueci de comer.

Enfiando a mão no bolso, ele tirou um punhado de frutinhas e deu ao animal, conseguindo conquistá-lo na hora. Sorrindo, ele brincou:

‒ Pelo jeito, eu te fisguei pelo estômago, não é?

‒ Estavam deliciosas, mas também gostei de você. Nunca te vi por aqui.

‒ Sou o Ricardo. Cheguei a cidade hoje, mas só estou de passagem.

‒ Sou o Caraxes.

Os dois ficaram conversando alegremente, até que Marilia e Dutch foram chamar o rapaz e se encantaram com a amizade entre ele e o cavalo, até que a moça lhe perguntou sorrindo:

‒ Quem é seu novo amigo? Ele é lindo.

‒ Esse é o Caraxes. Conseguiu alguma pista do Colm?

‒ Sim, ele foi preso ontem à noite por arranjar confusão no bar. A cidade inteira está sabendo.

‒ Parece que o desgraçado vai ser enforcado hoje à tarde por outros crimes que andou cometendo pelas redondezas. ‒ Dutch comentou.

‒ Então, quer dizer que não vamos ter que sujar nossas mãos dessa vez? ‒ Kieran se aproximou para ficar à par da situação.

‒ Conhecendo essa praga que é o Colm, não serão meras grades de prisão ou uma sentença de enforcamento que irão detê-lo.

Sem perder tempo, o quarteto se preparou para ir atrás de sua presa, mas Ricardo achou difícil se despedir de seu novo amigo, até que Marilia disse algo ao ouvido de Dutch e ambos se afastaram, voltando a falar com o responsável pelo estábulo e em seguida, voltaram sorrindo, o que deixou o rapaz confuso:

‒ O que vocês estão tramando dessa vez?

‒ Só quisemos garantir que você e o Caraxes fiquem juntos. ‒ Marilia respondeu alegre.

‒ Como assim?

‒ Nós o compramos para você, filho. ‒ Dutch esclareceu.

‒ Não acredito.... Usaram o dinheiro que ganhamos em Van Horn com a venda daqueles cavalos? Era para nossas despesas de viagem!

Beijando o rosto do noivo, Marilia explicou:

‒ Só nos custou 70 dólares, seu bobinho, além do mais, amizade é uma coisa que não tem preço. Nós vimos o quanto se apegaram um ao outro.

‒ Nem sei como agradecer aos dois... E como vamos levá-lo?

‒ Daremos um jeito.

Feliz e muito agradecido, Ricardo levou Caraxes para fora, onde o apresentou a Balerion, Meleys, Daenerys e Nokk. Pouco depois, todos seguiram seu caminho, ansiosos para concluir sua missão.

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