A REVOLTA DO CORONEL

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Enquanto isso, no Forte Wallace, o coronel estava a ponto de arrancar os cabelos de tanta raiva, pois nenhum dos cavalos do regimento foi recuperado. Como Inácio foi um dos poucos que permaneceu no estábulo, ele logo quis saber:

‒ Quem deixou os outros cavalos fugirem? Você viu?

‒ Eram três: um índio, uma garota e um dos soldados, mas as pestes estavam disfarçadas e ficaram de boca fechada o tempo todo, por isso, não sei quem eram.

‒ Então, quer dizer que também tinha índio no meio dessa história? Deve ter sido uma distração para soltarem aquele selvagem, mas pode ter certeza, meu caro Inácio, isso vai ter troco.

‒ Mal posso esperar, mas senhor, como os selvagens souberam que aquele moleque estava preso aqui?

‒ Com certeza há um traidor entre nós.

‒ Eu até desconfio quem seja.

‒ Eu também... Soldado Mezenga.

‒ O que vai fazer com ele, senhor? Vai jogar na solitária para morrer à mingua? Ou mandar para a forca? Talvez um espancamento diante de todos os homens? Vai ser divertido demais!

‒ São ótimas ideias, mas vou pensar um pouco. Primeiro, precisamos arranjar novos cavalos para o regimento e sei exatamente onde encontrar.

Reunindo seus homens, o coronel ordenou:

‒ Hoje à noite, vão até a aldeia daqueles selvagens imundos e peguem todos os cavalos deles. Serão suas novas montarias.

‒ E como vamos chegar lá sem cavalos, senhor? A reserva é longe... ‒ um dos soldados reclamou.

O coronel começou a rir da cara dele, mas logo o derrubou com um soco e gritou bem dentro de seu ouvido:

‒ É só ir andando, seu idiota preguiçoso! Pra que você tem pernas?

Alguns homens riram da situação, mas acabaram apanhando do superior, que estava a ponto de explodir. Como estava desconfiado de Gabriel e do Capitão Monroe, ele deu um jeito de mantê-los ocupados até tarde da noite, para que não tivessem chance de avisar aos índios sobre o furto dos cavalos.

Naquela noite, cerca de 30 soldados marcharam até a reserva e aproveitando que todos estavam dormindo, prepararam seus laços para pegar os cavalos dos índios, mas o que eles não sabiam era que os membros da gangue também moravam lá e nunca dormiam em serviço.

Bill e Mike estavam de guarda e assim que viram os invasores, deram alarme para a aldeia inteira. Não demorou muito para começar uma troca de tiros entre a gangue e os soldados, seguida por uma chuva de flechas dos índios. Capturando um deles. Águia Voando perguntou furioso:

‒ O que vocês faziam em nossa aldeia na calada da noite?

‒ O Coronel Favours nos mandou pegar seus cavalos, já que os nossos fugiram. Ele sabe que seu povo imundo está envolvido nisso.

Furioso, o rapaz nocauteou o soldado com um único soco, cortou sua língua e Arthur completou com um tiro na cabeça do insolente. Terminada a confusão, os índios e a gangue retiraram os corpos de seus adversários da aldeia e enquanto eles eram incinerados em uma grande fogueira, Chuva Caindo disse a Dutch:

‒ Agradeço a todos por nos ajudarem esta noite, mas acho que esse foi o primeiro passo para uma guerra com o Exército.

‒ Vocês sempre viveram nesta terra e esse Coronel Favours se acha dono dela. Ele está brincando com fogo.

‒ Acha que temos alguma chance contra ele e seus homens?

‒ Pelo que vi lá no forte, não há tantos soldados e agora são ainda menos. Estamos em maior número, mas só para garantir, o senhor poderia aproveitar que o Águia Voando está namorando com a Pocahontas, para fazer uma aliança com os Lakota. Eles podem nos ajudar quando precisarmos.

‒ Tem razão. Os Lakota são um povo forte e valente.

Os dois ainda conversaram por um tempo, mas logo voltaram para a aldeia, onde tentaram voltar a dormir. Felizmente, não houve nenhum ferido no tiroteio.

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