NOVAS MAMÃES

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Dois meses se passaram e mesmo todos dizendo para Meleys ficar quieta no acampamento, ela continuava se aventurando onde não devia. Certa tarde, Conde a encontrou conversando com Tormenta, uma Puro-Sangue Árabe rajada que vivia nas montanhas, mas adorava visitar os índios.

Preocupado com ela e seu potro, ele se aproximou e lhe deu uma bronca:

‒ Meleys, quantas vezes vou ter que dizer para você sossegar? Pense no nosso potrinho!

‒ E quantas vezes vou ter que dizer que não gosto de ficar parada?

‒ Meu amor, estou dizendo isso para o seu bem...

‒ Agradeço muito, mas você deve se lembrar que há menos de 1 ano, eu era selvagem e me virava muito bem sozinha.

Fazendo um afago em sua amada, Conde disse com carinho:

‒ Sei disso, mas te amo demais e quero vê-la segura.

‒ É tanta doçura, que até me dá dor de dente. ‒ Tormenta reclamou.

Ignorando esse comentário, Meleys já estava se convencendo a voltar para o acampamento, quando sentiu uma dor muito forte e anunciou:

‒ Acho que chegou a hora. Vai nascer.

Aflito, Conde queria levá-la dali, mas sua companheira não tinha mais forças para andar e se prostrou na relva, já se contorcendo de dor. Nesse momento, Roy apareceu voando e perguntou ao cavalo albino:

‒ O que está acontecendo. Ela já vai parir?

‒ Vai sim. Chama o Dutch e o Harrold para ajudar aqui. Rápido!

Sem demora, o corvo voou até o acampamento, onde avisou ao holandês e ao ferreiro sobre a situação de Meleys. Como Ricardo e Marilia estavam com os dois, também os acompanharam para socorrer a égua.

Chegando ao local, Harrold sentou ao lado da amiga e a fez deitar a cabeça em seu colo. Enquanto ele e Conde a acalmavam, Ricardo e Dutch a ajudavam no parto, mas logo perceberam que o potro estava ao contrário e precisariam virá-lo para a posição correta.

Juntamente com Tormenta e os outros cavalos que se juntaram para acompanhar o parto, Marilia orava para que tudo terminasse bem. Depois de alguns minutos de angústia, Meleys finalmente deu à luz seu potro. Era uma linda fêmea vermelha malhada de branco e com olhos azuis.

Harrold ficou todo orgulhoso de sua menina, assim como Conde, que enchia sua amada de carinhos. Dutch, Marilia e Ricardo também estavam muito felizes por ela e encantados pela potrinha, que olhava para tudo e todos com muita curiosidade.

Assim que se levantou, Meleys lhe deu o primeiro beijo e a ajudou a ficar de pé. Enquanto a pequena mamava, Conde perguntou:

‒ Qual vai ser o nome da nossa filhinha linda?

‒ Ruby. O que acha?

‒ O nome de uma pedra preciosa.... É perfeito.

Sorrindo, Harrold comentou com Dutch:

‒ Será que essa mocinha vai ser tão teimosa como a mãe?

‒ Bem, ela já foi teimosa na hora de nascer, mas é bem possível que também herde a fibra da mãe. Como eu queria ter visto a Meleys arrastando o traidor do Micah feito um trapo velho...

‒ Se não fosse aquela peste, a Meleys não estaria conosco. Pelo menos ele serviu para alguma coisa. ‒ Ricardo comentou.

‒ E se ele não tivesse me atacado, eu não teria criado coragem para me tornar uma integrante da gangue. ‒ Marilia completou.

Não demorou muito para Ruby querer conhecer o mundo ao seu redor, mas como ainda não tinha equilíbrio nas pernas, acabou tropeçando bem na frente da filha de Hosea. Sorrindo, a moça a ajudou a se levantar, lhe deu um beijinho e logo ganhou uma nova amiga.

Ruby se divertiu muito brincando com seus novos amigos humanos, mas como já estava ficando tarde, ela e os pais foram levados para a aldeia. Assim que chegaram, souberam que Taima estava em trabalho de parto e correram para acompanhar o segundo nascimento do dia.

Enquanto Gwydion a acalmava, ela contava com a ajuda de Charles e Josiah, mas felizmente, seu parto foi bem mais tranquilo que o de Meleys. Sob os olhares de Marilia, Ricardo, Dutch, Harrold e de todos os cavalos e éguas da gangue, Taima teve um potrinho forte e saudável que ganhou o nome de Sitika.

O pequeno tinha o mesmo manto que cobria o corpo do pai, mas em vez de castanho, era cinza-escuro, assim como a cabeça, as patas e suas pintas, combinando com a mãe. Já a crina e a cauda eram pretas.

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