Enquanto isso, no pântano, Angelo Bronte ainda estava vivo e quando finalmente acordou de seu desmaio, começou a gritar de desespero ao se ver cercado por meia dúzia de jacarés famintos, mas nesse momento, ouviu um assobio tenebroso e os animais nadaram até a margem.
O mafioso teve um breve momento de alívio, mas seu sangue gelou de medo ao ver um vulto surgindo no meio da névoa densa. Quando a figura misteriosa se revelou, ele viu que era um velhote esquisito que para seu espanto, começou a fazer carinho nos jacarés, como se eles fossem bichinhos de estimação.
Olhando para o homem pálido de medo, o velho perguntou sorrindo:
‒ Olá, meu amigo. Está precisando de ajuda?
‒ É claro! Não está vendo que estou amarrado bem no meio do pântano e esses bichos quase me comeram vivo?
‒ Minha nossa! Que noite difícil.
‒ Vai me tirar daqui ou só ficar com esse olhar de peixe morto?
‒ Devia respeitar os mais velhos, rapaz. Sua mãe não te deu educação?
‒ Va bene.... Desculpe pela grosseria, mas acontece que uns vagabundos invadiram minha casa, me sequestraram e jogaram aqui, para ser devorado por esses jacarés esfomeados.
‒ Oh, não se preocupe. Eles não iam te fazer mal algum. Só queriam brincar um pouco, pois se sentem solitários nesse pântano.
Fazendo força para não explodir de raiva, o italiano perguntou:
‒ Signore, poderia ter a gentileza de me tirar daqui? Per favore.
Dando outro de seus assobios sinistros, o velho chamou um belo cavalo alazão tostado já arreado e selado. Abrindo o alforje na sela, ele tirou uma corda prateada que usou para laçar o italiano e puxar para a margem.
Já em terra firme, ele foi desamarrado e o velho perguntou:
‒ Como é que se diz, rapaz?
‒ Grazie, signore.
‒ Muito bem. Por ter aprendido bons modos, vou te dar um presente.
Já de pé, Bronte tentava secar suas roupas e perguntou:
‒ Um presente? O que seria?
Segurando as rédeas de seu cavalo, o velho respondeu:
‒ Preciso de alguém para cuidar desse cavalo. Já estou velho demais e.... não sei quanto tempo ainda me resta.
‒ Está me dando ele?
‒ Isso mesmo, meu jovem. Eu tinha uma linda criação de cavalos, mas uma suçuarana pavorosa matou quase todos eles. Só me restaram esse e outros três que entreguei a uns rapazes muito simpáticos em troca de caçarem aquela felina maldita.
O italiano ficou um tanto intrigado com essa história, mas logo se encantou pelo cavalo e perguntou:
‒ É sério que o senhor vai me dar esse belo animal de graça?
‒ Na verdade, eu gostaria que fosse procurar os rapazes de que lhe falei, para que os quatro possam se unir na caçada da suçuarana. Ela é preta e tem olhos azuis que brilham como faróis à noite. Se vocês conseguirem, os cavalos serão seus para sempre.
‒ E se não conseguirmos?
‒ Ora, não seja pessimista. Com cavalos tão especiais, certamente conseguirão. Dei o prazo de 1 ano a eles, mas contando com sua ajuda, tenho certeza que conseguirão achá-la muito mais rápido.
‒ E onde eu encontro esses caras?
‒ Em Valentine. Tenho certeza que se partir agora, vai chegar lá em menos de duas horas, pois esse cavalo é muito veloz e nunca se cansa.
‒ Por que eu iria atrás deles? Posso cuidar do serviço sozinho.
‒ Eles podem te ajudar a se vingar de quem o mandou para esse pântano.
Bronte sorriu ao ouvir isso e quis saber:
‒ Como vou saber quem são eles, se nem sei os nomes?
Tirando um rolo de papel da manga de suas vestes, ele mostrou os cartazes de Micah, Colm e Cornwall e para surpresa de Bronte, ainda havia outro com sua foto.
‒ O que significa isso?
‒ Calma, rapaz. Poderia assinar seu cartaz? Eu faço coleção.
Desconfiado, ele relutou um pouco, mas logo atendeu seu pedido. Em seguida, ele apertou a mão do velho e quando montou no cavalo, a estranha figura já tinha sumido.
Dando de ombros, Bronte saiu a galope rumo a Valentine e percebeu que sua nova montaria soltava uma névoa que matava tudo em seu caminho, o que o assustou bastante no início, mas não se arrependeu do bom negócio que tinha feito.
Chegando ao seu destino, logo encontrou o trio bebendo no saloon, comemorando mais um assalto bem-sucedido. Sem cerimônia, ele foi até a mesa deles e Micah o convidou para sentar. Quando ele contou sua situação, os três logo deduziram que ele fora vítima da Gangue Van Der Linde e o receberam de braços abertos em sua aliança maligna.
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RED STORY
FanfictionOs irmãos Mike e Marilia Matthews viviam tranquilos em seu pequeno rancho perto de Blackwater, até o dia em que os O'Driscolls invadiram o local, os forçando a fugir para as montanhas. Lá, eles conhecem a Gangue Van Der Linde e suas vidas nunca mais...