CONTANDO HISTÓRIAS

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Na manhã seguinte, enquanto Abigail estava ocupada lavando roupa no rio, Mary Beth ficou tomando conta de Jack. Curioso, ele logo se deparou com um livro diferente em uma mesinha e perguntou:

‒ Tia, esse livro é novo? Nunca tinha visto antes.

‒ Na verdade, eu o tenho há tanto tempo que até tinha esquecido. Encontrei enquanto arrumava minhas coisas.

‒ Será que eu posso ler?

‒ Claro que pode, meu amor. Acho que você vai gostar bastante.

Dando um beijinho no rosto da moça, ele agradeceu:

‒ Obrigado, tia. Vou ler lá fora.

‒ Pode ir, mas não saia do acampamento.

‒ Tudo bem.

Animado, o menino correu até uma grande árvore, sentou encostado ao tronco e começou a ler. Curioso, Velho Amigo se aproximou para cumprimentá-lo:

‒ Oi, mocinho. O que está lendo hoje?

‒ Um livro muito legal que a tia Mary Beth me emprestou. É sobre criaturas mágicas e tem algumas que você vai gostar.

Nesse momento, Viserys, Daemon e Baylock apareceram e também ficaram bem curiosos sobre o que Jack estava lendo, mas antes que ele pudesse responder, Boaz e Taima se juntaram ao grupo. Empolgado com a chegada dos amigos, o menino lhes mostrou a figura de Pegasus, o lendário cavalo alado dos mitos gregos.

Encantada, Boaz comentou:

‒ Nunca tinha visto um cavalo tão magnífico assim e que belo nome ele tem.... Se um dia eu tiver um potro macho, ele vai se chamar Pegasus.

Não demorou muito para toda a tropa ficar curiosa com essa história, até mesmo Roy, que estava sobrevoando a área. Assim que Conde viu o desenho da bela criatura, comentou todo feliz:

‒ Ele se parece comigo. Será que não somos parentes distantes?

Todos caíram na risada e Ennies ironizou:

‒ Só em seus sonhos, meu amigo.

Jack estava se divertindo com a empolgação dos amigos e resolveu mostrar as outras criaturas do livro. Ao ver a figura de um unicórnio, Balerion perguntou confuso:

‒ Por que esse cavalo tem um chifre bem no meio da testa? Que coisa mais esquisita.

‒ Isso é um unicórnio. O chifre dele tem poderes mágicos, mas só as moças virgens e puras podem chegar perto e fazer carinho. É o que está escrito aqui no livro.

Em seguida, o menino falou sobre os alicórnios (unicórnios alados), hipogrifos (cavalos com asas de águia), hipocampos (cavalos-marinhos gigantes), centauros (criaturas metade homem, metade cavalo) e ao ouvir sobre Sleipnir (o corcel de 8 patas de Odin), Shruikan comentou todo animado com Grey Ghost:

‒ Imagina como seria bem mais fácil puxar carroças se tivéssemos 8 patas!

‒ O coitado do Harrold ia sofrer para trocar tantas ferraduras.

‒ É verdade... Ele não merece isso.

Dentre todas as criaturas que Jack mencionou, a única que todos odiaram foi o kelpie, um maligno cavalo da mitologia celta que arrastava as pessoas para o fundo do rio para devorá-las. Branwen ficou todo assustado com essa história, mas o menino o acalmou, dizendo que era só uma lenda.

Durante quase meia hora, os cavalos ouviram sobre fadas, sereias, elfos, dragões, grifos, harpias, a fênix e várias outras criaturas curiosas. Não muito longe dali, Dutch estava conversando com Susan, quando resolveu ver por que toda a tropa estava aglomerada ao redor daquela árvore.

Abrindo caminho até o centro do grande círculo, ele viu Jack mostrando o livro aos amigos e se agachando ao seu lado, disse sorrindo:

‒ Então, esse é o motivo para todos estarem juntinhos aqui.

Voltando-se para o homem, o pequeno teve medo de levar uma bronca e tentou se explicar:

‒ Desculpa, tio Dutch. É que a tia Mary Beth me emprestou esse livro e vim mostrar aos cavalos. Não quis causar problemas.

‒ O que é isso, rapazinho? Você não causou problema algum. Só quis saber por que todos estavam aqui.

‒ Você não vai acreditar! Nesse livro tem o desenho de um cavalo que deve ser meu parente! ‒ Conde ainda estava na maior empolgação.

‒ É mesmo? E que cavalo é esse?

‒ É o Pegasus. O cavalo mais lindo que já vi na minha vida... ‒ Taima respondeu com a maior cara de apaixonada.

‒ Agora fiquei curioso. Pode me mostrar esse desenho, Jack?

Prontamente, o menino lhe apresentou o imponente cavalo alado no livro, deixando o holandês encantado:

‒ Agora entendi o motivo de tanta empolgação. Imagina se o Conde tivesse essas asas...

Como Jack já tinha mostrado o livro inteiro, os amigos tiveram que se dispersar, mas passaram o dia inteiro comentando sobre todas as histórias que tinham ouvido e ficaram imaginando como seria incrível conhecer tais criaturas, mesmo Jack tendo dito que elas não passavam de lendas.

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