Não sei em que ponto eu dormi, mas acordo com meu coração acelerado de novo, no meio ou no começo da noite, não sei dizer. Maressa me alertou que meu coração aceleraria com mais frequência e essa é apenas a segunda vez no dia. Sinto falta de alguma coisa… Talvez meu pai e ele não demora. Quando penso em chamar, ele e Maressa entram, com meu jantar numa bandeja.
Carne assada com batatas e cebola… Preciso lembrar de agradecer a Maressa por aliviar meus sintomas e me permitir comer enquanto meu coração dança rave. Meu pai come sentado na cadeira e Maressa senta na ponta da cama, afastada de nós dois. Enquanto como, tento ver em que pé está meu pai, confuso, irritado, feliz… Negligiciei ele por tanto tempo e ainda nem pedi desculpas por deixar que ele namorasse a Maressa só pra esconder meu segredo…
—Maressa me disse explicou melhor sua… doença. — Ele diz — Disse que você não está sentindo dor agora.
—Não tô não — Afirmei — O que mais ela disse?
Maressa revira os olhos.
—Que daqui a alguns dias vai começar a ter alucinações e depois que vai dormir por uma semana. Ah, e que o Mola que me tirou do trabalho na verdade era Peta disfarçada.
Ah, Mola… Espero que não esteja sendo pertubado pelos homens de preto.
—Como que foi isso? Quer dizer — Engulo a carne pra falar melhor — Como elas te trouxeram aqui?
—Elas não te contaram? — Faço que não, omitindo todo o drama — Bom, primeiro o Mola faltou no trabalho o que não é nada estranho, você sabe, ele vivia "doente" — Ele ri — E depois ele apareceu lá, com o carro dele mesmo e me chamou pra uma emergência. Eu não ia ir, eu não podia ir porque os… Como chamam, homens de preto?
—Isso — Maressa completa — Na verdade, chamamos de caçadores, sua filha quem deu o apelido.
Sorrio satisfeita por ele. Caçadores são os homens que matam sereias no mar, com a cara e a coragem, não os psicopatas que interrogam gente normal. Faz muito mais sentido.
—Esses caras me proibiram de sair de casa ou do trabalho e eu não queria ser preso de novo… — Seus olhos se perdem em lembranças que não conheço — Mas ele saiu do carro e disse que era seu respeito e aí, eu o segui, claro.
Eu não fazia ideia de que o controlavam tanto assim… Talvez seja uma imposição: concordaram em liberta-lo se ficasse sob vigilância. De qualquer forma, sei que preciso agradecer a Jonas.
—Aí no meio do caminho… Ele cantou pra mim. — Meu pai me olha esperando que eu fique surpresa, eu acho — E aí eu comecei a sentir um monte de coisa estranha e dormi. E acordei aqui… Com Maressa e minha cópia bizarra do lado.
Um plano simples e pelas roupas queimadas do falso Rodolfo, imagino onde o carro de Mola tenha ido parar.
—Maressa me contou que encenaram meu suidicio. — Ele completou cabisbaixo pra emendar num sorriso — Mas não importa, tenho você e Monara, não posso pedir por mais.
Mas devia. Devia… Sinceramente, ele e minha mãe eram tão caridosos, de onde puxei todo esse egoísmo?
—E como você… Está lidando com tudo isso?
—É muito confuso e toda vez que eu faço uma pergunta, surgem outras dez — Pelo menos nisso somos parecidos.
—Pode perguntar pra mim, se quiser — Sugiro.
—Hm… A questão que eu estou mais em dúvida… Se descobriram sobre Maressa e tem essa casa sob vigilância, por que não cortaram ainda a luz elétrica e a água?
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O Retorno das Alfas
FantasyHeli foi infectada, Anis foi liberta e o relacionamento entre Heli e Monara parece ter desmoranado enquanto o destino de Heli e Anis parece cada vez mais próximo. No último livro da trilogia, segredos serão revelados e a guerra que parecia ser apena...