Capítulo 41 - Escolhas

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Pov: Heli

   Tremendo de frio, encaro Talana esperando seu próximo movimento.

Sinceramente, pensei que a luta de sereias acontecesse sob a água e depois de reclamar sobre isso com ela, Talana concordou comigo, mas que as lutas, as lutas boas de verdade, apenas começavam nela mas terminavam sobre terra firme.

Debaixo da água, somos fluidas, poderosas e elegantes, nossa Energia se renova mais rápido assim como nossos ferimentos então faz sentido ir pra terra firme desestabilizar sua oponente. E depois de um longo discurso dizendo que eu deveria parar de reclamar ela me elogiou dizendo que eu tenho alguma vantagem nisso.

Algumas sereias vivem e morrem sem nunca ter andado sobre os pés, é diferente. Algumas perdem o equilíbrio, outras não sabem se controlar decentemente, mas você sabe. Passou dezoito anos da sua vida fora da água.

Não comentei que Anis não parecia ter essa desvantagem, somente agradeci por eu também ter e voltamos a tentar nos matar.

Nessas primeiras semanas, tudo o que eu tenho feito é aprender métodos de não morrer pateticamente usando o mínimo de Energia possível. Eu fiquei surpresa como isso pode acontecer, como numa briga, uma fica tentando o tempo todo ferver ou congelar o sangue da outra... Eu quase morri uma vez, porque ao lutar no frio, é difícil perceber que seus movimentos estão lentos não por fora mas por dentro e evitar morrer assim é mais fácil, basta fazer o inverso.

Então, esse foi meu primeiro ensinamento: não se distrair tanto numa briga a ponto de esquecer sua temperatura corporal. O resto foi mais fácil.

A lição número dois é mais difícil. Na briga, em hipótese nenhuma Anis deve colocar a mão no meu corpo e caso isso venha acontecer, eu devo cortar a parte em que ela tocar pra evitar a morte. Por isso, agora, ambos meus braços parecem uma colcha de retalhos e isso me levou à terceira lição. A pele de Anis é muito, muito, muito mais dura que a minha, o que significa que se por um momento ambas perdessemos a magia, ela me venceria fácil fácil. Minha sorte é que isso só vai acontecer quando minha Energia estiver muito, muito baixa... De qualquer forma, pra conseguir perfurar a pele dela, não vai bastar alguma arma qualquer de gelo que eu vá criar, eu vou precisar descer muito, muito mesmo a temperatura da arma e principalmente da pele dela no menor espaço de tempo o possível.

E isso claro, se eu conseguir enxergá-la. E ainda nem chegamos a parte dos clones.

Nessas semanas inteiras só treinamos isso. Não ferver, não congelar, não ser tocada, congelar muito, muito mesmo, o máximo que consigo a pele de Talana, desviar de ataques de gelo do nada e principalmente o controle da água.

Talana diz que eu vou morrer, mas Maressa está esperançosa. Não sei em quem acreditar.

E aqui estamos, depois deu comer cinco vacas inteiras, esperando o primeiro ataque de Talana.

A dez minutos.

— Tá esperando o que? – Grito.

Começo a ficar tonta, o primeiro e muito, muito perigoso sinal dela tentando ferver meu sangue. Rápido, mas nem tão rápido, faço o caminho inverso, abaixando minha própria temperatura e... O chão começa a tremer, eu consigo sentir. Anis. O poder de invisibilidade dela me trás um monte de problemas.

Usando minha Energia na sola de meus pés, uso a neve que se acumulou no chão pra me empurrar pra cima segundos antes de uma pedra de gelo pontuda surgir do chão, prestes a me matar.

Vôo... Até começar a cair. É um pouco desesperador, mas estou bem alto com meu jato de água e pra me lembrar que Anis também sabe voar, Talana se transforma em pássaros brancos que me envolvem numa nuvem enquanto caio no chão... Mas ainda não me encostam.

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⏰ Última atualização: Sep 24 ⏰

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