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Ele não havia ido embora aquele dia, tinha passado o resto do dia pensando no horário marcado e quando Lucien chegou ao quarto de Elain, não sabia ao certo o que imaginava, mas ainda sim, ficou surpreso ao ser recebido antes mesmo que batesse na porta.

- Olá.

Ela disse, soando mais natural do que ele poderia imaginar.

- Olá.

A doçura na voz dele quase a fez derreter, mas ela seguiu em frente.

- Eu o chamei até aqui para conversarmos, e acho que eu posso ter falado antes no segundo sentido, então, não só para esclarecer, eu não quis soar provocativa.

Ele assentiu, se mantendo neutro e Elain deu espaço.

O quarto estava iluminado por velas, haviam dois sofás e um centro com chá e livros entre eles. Era pequeno, mas possuía uma cama e uma janela.

- Por favor, se senta.

Lucien se sentou em um sofá, e Elain em outro. Ela estava linda, e ele não parava de olhar para ela. Usava um hobby rosa e seu cabelo se prendia em uma trança.

Lucien usava apenas um conjunto antigo de algodão, com seus cabelos soltos.

- Essas velas garantem que ninguém vão nos ouvir, e por isso, eu pensei muito e tomei coragem para dar o primeiro paço.
Se você quiser, hoje e agora, eu quero que compartilhemos algo entre nós. Me conte a sua história e eu vou te contar a minha.

Lucien abriu e fechou a boca, pensado.

- No fim das duas histórias, vamos ver o que acontece.

- E se você não quiser ficar comigo?

Elain negou.

- É você quem sempre vai embora, Lucien, não eu.

Aquilo havia sido um corte digno de uma adaga de gelo, mas Lucien se manteve firme.

- Não é uma história muito feliz. -Avisou.

- A maioria geralmente não é, mas quero te ouvir. Quero sua palavra de que nada que falarmos vai sair desse quarto.

- Tem minha palavra de honra.

Lucien tentou não deixar transparecer a alegria que sentiu ao ouvir as palavras "eu quero te ouvir" e então, começou certo de que sua alegria logo iria acabar.

Lucien havia falado tanto que estava quase rouco, e havia sido interrompido uma única vez quando deixou acidentalmente escapar o motivo de não ir vê-lá com tanta frequência.

- E eu não me sinto a vontade na Corte Noturna.

Os olhos de Elain se abriram e seu rosto se passou para choque, e ao notar do que tinha falado, Lucien tentou se corrigir, mas graças ao chá, não pôde mentir.

- Não gosta daqui?

- Não me sinto a vontade e sei que pode parecer ingratidão mas, eu simplesmente não me sinto a vontade. Eu só venho aqui para te ver e vou embora o mais rápido possível. Sei que deve me achar um fraco mas,...

Elain negou.

- Eu também não gosto daqui. Sei que posso parecer ingrata; mas eu não consigo! Não consigo me adaptar para cá e sinto falta das terras humanas. Eu sei que não era uma boa época, mas era minha casa, e eu gostava dela.

- E por que não diz isso para Feyre? Por que não fala que quer ir embora?

- Perdeu a cabeça? Ela ficaria chateada. Não fui uma boa irmã, e agora que tenho a chance de mudar não vou estragar tudo.

Corte de Luxúria e Segredos Onde histórias criam vida. Descubra agora