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Imediatamente Lucien se aproximou e na entrada de um dos becos, empurrou Graysen para dentro o afastando de Elain, que ficou um passo atrás de Lucien, que imediatamente verificou se ela estava bem.

Ao se virar para Graysen, os olhos de Lucien estavam vermelhos como fogo, a temperatura subindo, a raiva de Elain ajudado. Haviam anos que não o via, e ela havia esquecido do quanto ele parecia frio. Sempre frio e distante. Para o azar de Lucien, ele o via mais do que gostaria.

Por vezes, acaba por trombar com ele e graças ao Céus haviam se mudado da casa dele. Tinha pouco tempo, mas ainda sim, sempre que passa por ele, Graysen o olhava como se fosse superior e Lucien odiava aquilo, porém, para fins de paz, ele permitia.

Uma vez, Elain havia apontado que Lucien sempre defendia e cuidava de todos com unhas e dentes, mas que se tratando dele, ele era totalmente descuidado, e aquilo ficou claro ali. Porque ao ver o olhar de desprezo sobre sua parceira, Lucien quase avançou e o fez beijar o chão.

- O que faz aqui, sua cadela? - Ralhou Graysen. - Aqui não é seu lugar, maldita aberração.

Em qualquer outro momento, Elain teria abaixo a cabeça, dado as costas e saído. Porém, naquele dia não. Ela havia acordado com uma sensação boa, sentindo que a noite prometia. Ganhou uma visita surpresa de seu parceiro e não iria deixar que seu ex noivo a humilhasse.

Ela iria reagir e não iria recuar.

Vivia incentivando Lucien a ser mais forte e a lutar mais por si, iria fazer o mesmo por ela, devia isso a ele.

- Não vejo como isso possa ser da sua conta, e olhe como fala comigo, ou eu mesma coletarei sua língua!

O tom havia estalado como um chicote, surpreendendo tanto Graysen como Lucien, que havia se acostumado com o tom sempre comum e suave de Elain.

Graysen, após o breve choque, apenas riu desdenhoso.

- Ah, não me diga que irá corta-la com seus próprios dentes.

Um silêncio de ódio cortou o ar quando Lucien quase puxou Graysen pela gola, porém por um milagre, ele se esquivou. Graysen riu amargo.

- Vocês estão juntos? Ah, não me diga que já não me ama, Elain.

O tom doce e provocante havia atingido o peito de Elain que imediatamente sentiu suas entranhas embrulharem.

- Façamos um acordo, está bem? Implore.
Implore por mim, para que eu volte para você. Largue esse bastardo deformado por mim, agora e voltamos.

O coração de Lucien havia se quebrado por um segundo, e seus pulmões haviam virado fumaça ao ouvir a voz de Elain.

- Como se nada tivesse mudado? - Murmurou ela, doce como mel.

- Como se nada tivesse mudado, tem minha palavra.

Elain saiu de trás de Lucien, que mal conseguiu olhar para ela quando ela foi até Graysen, segurou suas mãos e sorriu para ela. Porém, para a alegria de Lucien, um grande e satisfatório som de algo se quebrando foi ouvindo quando a testa de Elain atingiu o nariz de Graysen, o sangue jorrando e sujando por meio segundo, até que ela fechou a mão em pulso e atingiu o rosto de Graysen, o cortando com um anel que usava, marcando seu rosto, enquanto ele que urrava de dor, agora, caído no chão.

- Nem mesmo morta, seu porco arrogante!
Eu prefiro morrer a se quer voltar a respirar o ar que você. Eu sugiro que fique no chão, porque é o seu lugar, seu verme maldito!

Ela o chutou nas costelas e então, se virou para Lucien, segurando sua mão e saindo correndo ao lado dele, ignorando a multidão, os dois atrás das barracas, passando por vendedores bravos e pessoas confusas com a correria.

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