Corte de Luxúria e Segredos

12

Abençoada fosse a boca de Lucien, que apenas com um toque, fazia todo o corpo de sua parceira formigar e borboletas surgirem por todo seu corpo.

O beijo, que havia começado como algo suave, havia ficado mais forte. Lucien havia encontrado seu novo gosto favorito nos lábios de Elain, e enquanto o beijo acontecia, as mãos de Lucien seguiam explorando a cintura de sua parceira por contra própria, hora indo para os quadris, os apertando com propriedade e hora subindo até a lateral do corpo dela, a fazendo suspirar entre o beijo.

O ar dos dois parecia não acabar, porque enquanto um buscava o ar, o outro ia para o pescoço ou para o maxilar e então voltavam para o beijo.

Nenhum dos dois sabia quanto tempo tinha que estavam ali, mas para eles, o mundo poderia acabar e a felicidade deles permaneceria intacta por terem um ao outro, Lucien tinha sua nova esperança e Elain agora tinha seu sol particular.

Os lindos fios brilhantes do cabelo de Lucien junto aos outro fios vermelhos brilhavam de forma que mesmo com os olhos de Elain fechados, podia sentir o brilho. Ela não sabia como vinha ou se ele via o que podia fazer, mas adorava aquilo.

Tudo só pareceu voltar ao normal quando algo a frente deles, pigarriou.

O susto foi tomado pelos dois e enquanto Lucien se afastou um pouco demais, Elain se apoiou completamente na árvore.
Na frente deles, se encontravam Feyre e Rhysand, se braços dados. Rhysand com uma sobrancelha arqueada, olhando Lucien de cima a baixo, Feyre com as bochechas rosadas e um toque de choque em seus lindos olhos azuis.

Quando mais nova, Elain lembrava de sentir inveja os olhos das irmãs, que além de serem muito semelhantes, eram mais altas, e aquele sempre havia sido um ponto sensível na autoestima da Archeron do meio.

- Boa tarde. -Murmurou Elain.

Feyre abriu e fechou a boca.

- Boa tarde.

Lucien apenas assentiu, evitando o olhar sutil de acusação nos olhos de Rhysand.

- Vamos entrar? -Convidou Feyre.

Lucien ia responder, mas Elain segurou sua mão e ele parou, junto aos Grãos-Senhores que param apenas para olhar o gesto.

- Daqui a pouco vamos.

Feyre olhou a irmã com uma dúvida clara.

- Tem certeza?

Elain assentiu sem hesitar.

- Absoluta.

Feyre e Rhys foram sem olhar para trás e assim que os perderam de vista, Lucien se encostou na árvore e respirou fundo.

- Sua irmã vai me matar, isso se Rhysand não me capturar primeiro.

Elain riu.

- Isso, ria enquanto seu parceiro está sobre ameaça de vida!

Elain riu novamente, dessa vez segurando o rosto de Lucien.

- Não seja exagerado, no máximo vai ser um conversa.

- Para você uma conversa e para mim uma caçada contra um Grão-Senhor ou contra as suas irmãs, que lindo.

Elain beijou Lucien e ele sentiu todos os músculos descansarem, e sim, valeria a pena enfrentar qualquer coisa por aquilo.

Não demorou muito para que os dois entrassem, e assim que entraram, todos os olhos de voltaram para eles e para as mãos dadas que nenhum dos dois havia se dado conta de que estavam ali.

Na sala, ao lado de Feyre e Nestha, estavam Gwyn e Emerie, que conversava com Amren. Assim que a ruiva viu Elain, as duas trocaram um olhar e Gwyn, sem que ninguém notasse, saiu da sala, logo depois, Elain se virou para Lucien.

- Eu já volto, um segundo.

Ela então deu as costas e foi até o quarto dela, onde Gwyn esperava sentada na cama, aguardando ansiosa.

- Me conte tudo!

Lucien sentiu o sangue correr frio por suas veias quando sua parceira lhe deu as costas, o deixando sozinho na sala cheia de abutres. Ele, por sua vez, não hesitou em seguir para seu quarto, mas foi parado na porta por Feyre e Nestha, que vinham logo atrás.

- Lucien? -Chamou Feyre. - Podemos conversar?

Ele pensou seriamente na possibilidade de falar não, arrumar suas coisas e pular pela janela mais próxima, mas resolveu que seria melhor guardar o pouco que restava de sua dignidade.

- Claro.

Feyre se aproximou, unindo as mãos e as encarando, como se tentasse ver por onde começar, enquanto Nestha cruzava os braços e encarava Lucien com olhos de uma tigresa. É importante dizer que, Feyre não havia contado a Nestha por contar. A mais velha das Archeron viu a mais nova chegando pálida e sem fala, então se aproximou e a chamou para conversar, onde Feyre sem querer soltou o que havia visto.

- Bom... Nós queríamos saber sobre você e Elain.

Lucien quis morrer por dentro, mas apenas cruzou os braços e olhou para as duas de forma natural, apesar de entediado.

- O quê exatamente?

Feyre ia falar, mas Nestha foi mais rápida, dura e direta, como uma adaga que acertava diretamente seu ponto.

- Como até ontem ela nem te olhava na cara e hoje vocês estavam se beijando em um local público?

Lucien abriu a boca para falar, mas a fechou. Sua parceira ainda não havia falado sobre ele para suas irmãs. Não era algo que o magoasse, até porque, havia sido algo rápido, mas o que ele deveria dizer agora? Não sabia.

- Ela é irmã de vocês, por que perguntaram para mim e não para ela?

- Elain é tímida, ingênua e cegamente gentil. Ela não nos contatos se você tivesse tirado algum proveito, mas você vai.

Lucien sentiu o rosto dele empalidecer e as olhos com incredulidade, que deixava claro o desgosto em sua voz.

- Acham que eu fiz isso?!

Feyre negou rapidamente.

- Nestha tem suas dúvidas, mas eu sei que você jamais faria isso. Eu só... Nós só queremos entender o que aconteceu.

Lucien pensou e por fim, resolveu que não ia dizer nada.

- Falem com ela, então.

Nestha respirou fundo e Feyre negou.

- Não, Lucien. Você não está entendo... Ela não vai falar se formos até ela.

- E por que eu deveria? Na verdade, por que ela deveria falar?

As duas olharam para ele. Nestha, no fundo, sabia que ele estava certo, mas não iria falar isso. Feyre, também sabia, mas queria proteger a irmã e aquele era o jeito mais óbvio.

- Ela é adulta; sabe perfeitamente o que está fazendo.

Feyre ia falar, mas Lucien levantou a mão e ela parou. Após respirar fundo, ele continuou, apesar de incomodado.

- E se não souber, tudo bem.

- Como é? - As duas perguntaram juntas.

- Se ela não souber, deixem ela. Deixem que ela caia, levante, quebre a cara e seguida em frente. Isso aconteceu com vocês, por que não pode acontecer com ela? Isso é completamente natural, você não podem protegê-la de tudo. Ninguém pode!

Antes que algo mais fosse dito, Lucien deu as costas a elas e entrou em seu quarto, fechando a porta.