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No fim da história a cabeça de Lucien estava sobre o peito de Elain, que fazia carícias nos cabelos de seu parceiro, que ouviu tudo sem dizer nada.

- No fim, eu lavei minha adaga no rio e Isaac me disse que Thomas tem muitos inimigos, então, achamos que estamos a salvo e que não vamos ser suspeitos.

Ela ainda o fazia carinho, e o silêncio de Lucien a encheu de preocupação.

- Por favor, diga alguma coisa.

Lucien se virou para ela e havia algo em seus olhos, ele não conseguia olhar para os olhos dela.

- Eu...

Lucien passou as mãos no rosto, irritado e Elain sentiu seu coração tremer.

- Você... Você está bravo comigo, não está? Me acha um mostro, e pensa que faço isso por...

Lucien negou, segurando as mãos de sua amada e a olhou.

- Eu só estou irritado, porque não pude ter sido eu a te defender. Ele podia ter te machucado, e eu nunca me perdoaria se algo acontecesse com você, Elain. Você veio para cá por minha causa...

Ela negou.

- Você não pode assumir responsabilidade de tudo a sua volta. Está tudo bem agora, eu só... Você não está com receio de mim, está?

Lucien tocou o rosto de sua parceira e ela se deliciou com o toque de sua parceira, passando a bochecha pela palma de seu parceiro e seus olhos se viraram para ela. Os lindos olhos de corça.

- Como eu poderia ficar bravo? Você apenas se defendeu. Na verdade, não tem o porque estar bravo, nada aconteceu, certo?

Elain sorriu e concordou.

Lucien suspirou.

- Me desculpe por não conseguir ir na sua casa como combinamos.

Elain negou.

- Eu só queria te ver e, bom, agora eu vejo!

Ela beijou as bochechas de seu parceiro, que sorriu com a doçura do gesto. Lucien tinha se desacostumado a sorrir e voltar com o hábito era um pouco difícil, mas se tornava mais fácil com a presença dela.

- Como pode parecer tão animada?

Ela deu de ombros.

- Eu tento tirar o melhor de todas as situações. Eu quase fui abusada, mas, matei um homem horrível e nojento, e de bônus, vi Isaac e estou com você agora.

Lucien tocou a cintura de Elain, levando mil borboletas para o estômago da mesma, puxando ela para o colo dele, colocando eles na cabeceira.

- Me diga algo bom. -Pediu Lucien, olhando o sol se vida pela janela.

Elain, que olhava para a mesma paisagem fria e desbotada do sol por trás da janela. Os pensamentos de Elain vagaram e ela pensou na resposta.

- Da última vez que fui até a casa, deixei o quarto pronto e vou começar a pintar a sala e vou pintar o roda pé de verde, mas as paredes serão amarelas. Pensei em colocar alguma flores, como começos de trepadeiras.

Lucien pensou.

- É bobo pensar que talvez alguns pássaros apoiados nos ramos pintados ficariam bem?

Elain concordou, se virando para seu parceiro.

- Na verdade, eu pensei nisso e também acho que ficaria lindo. Você me disse que gosta de artesanato, sabe pintar?

Lucien negou.

- Nada tão bom quanto os desenhos e as pinturas de Feyre.

Elain negou.

- Duvido muito, devem ser tão bons quantos. Porém, sei que vai ficar envergonhado se eu pedir para me mostrar, então, fica a se critério.

Lucien assentiu.

- Obrigado. E eu adorei os poemas que você me mandou, o meu favorito foi sobre o brilho do sol.

Elain sentiu o coração remexer dentro do peito. Lucien vendo que não obteve uma resposta, voltou a falar.

- O com rabiscos de gerânios pelas folhas, a caligrafia mais bonita das folhas. Você lembra?

Elain assentiu, envergonhada.

- Sim... A caligrafia é minha, e eu quem o escrevi. Foi um engano, e na verdade, eu troquei. Não gosto daquele poema, acho que, porque foi meu primeiro e...

Lucien sentiu as bochechas ficarem rosadas, e ele se distanciou, tentando levantar.

- Luci...

Elain se levantou para ajudá-lo, e o apoiou, ficando ao lado dele.

- Não se esforce. O que você...

Ele se aproximou de uma gaveta e de lá, tirou um jarro. Era de cone redondo e base redonda, em tom branco com degradê em amarelo, com pequenos girassóis pintados por sua extensão.

- Lucien... Ele é lindo.

Ele entregou para ela e voltou para cama, se sentando e respirando fundo, a dor agonizante em seu tornozelo o fazendo arfar.

- Foi meu primeiro. -Confessou. - Eu fiz a muitos anos, mas, ainda é um de meus favoritos. É uma troca; dois poemas por um jarro.

Elain franziu a testa.

- Mas eu só te dei um.

- Exatamente, eu quero outro.

Elain sorriu, abobalhada, ele pegou a mão dela e a levou para perto, colocando as mãos nas costas dela e a aproximado mais.
Elain era pequena, e devido a isso e a altura em que ele se encontrava, o rosto ficou mais acima do decote e conseguiu beijar os lábios dela, com suavidade. Ela o retribuiu, mas, o desejo tomou conta de seus pensamentos e ela acabou por se aproximar mais, sentando no colo de seu parceiro, que afastou as mãos para baixo e a aproximou, retribuindo com a mesma intensidade. Em um momento de embreages, as mãos de Lucien foram até abaixo dos seios de Elain, enquanto a boca foi para o pescoço da mesma, as mãos dela passaram por suas costas e por seu peitoral, e quando os lábios de Lucien foram até a clavícula, ela o puxou pela nuca e com o contato, Lucien gemeu, e ela o deitou, segurando as mãos dele, os olhos dos dois brilhando de desejo, mais um beijo foi dado, as mãos de Lucien segurando a cintura de Elain.

Para o azar dos dois, a porta se abriu e ela se colocou de lado, saído de cima de seu parceiro. Na porta, estava Vassa, em choque, enquanto Lucien se virava pra encarar a amiga com toda a raiva que possuía, enquanto as bochechas de Elain estavam quentes.

- Me desculpem... Eu só vim chamar para o jantar, mas, aparentemente vocês já estavam servidos.

As bochechas de Elain ficaram rosadas e ela cobriu o rosto com as mãos e Lucien repreendeu a amiga, que saiu e fechou a porta, Lucien se virou para a parceira, e antes que ele falasse algo, ela riu. Ou melhor, ela gargalhou. As mãos cobrindo o rosto, levando Lucien a rir junto, e se deitar novamente.

- Pela Mãe, que vergonha...

Ela se deitou de bruços, o rosto próximo ao ombro dele.

- Podia ter sido pior...

- É, ela podia ter me pegando ajoelhada para você.

Lucien a olhou incrédulo, como se não acreditasse no que tinha ouvido, e então, ela voltou a rir, brilhante.

- Um dia pode acontecer, não é? Bom, não hoje, e talvez não amanhã, mas, um dia!

Ele estava em choque, ao pensar que a doce e inocente Elain havia acabado de falar que um dia, iria...

Ela por outro lado, apenas se levantou e ajudou ele a levantar, indo com ele para o andar de baixo.

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