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Lucien ainda olhava para o meio das coxas de sua parceira, a cabeça levemente para o lado. Elain não havia falado, feito ou se quer se movido desde que havia levantando a blusa. Não estava com vergonha, estava nervosa.

- Por favor, fala alguma coisa.

Lucien piscou e levantou os olhos.

- Eu não entendi. Para que é isso?

Elain respirou fundo, o ar gelido da noite que entrava pela janela preenchendo seus pulmões, a acalmando.

- Você já viu uma mulher nua, certo?

Lucien arregalou os olhos.

- Desculpe, essa não foi uma pergunta sem fundamento, eu juro. Mas, entre as coxas, existem dois tipos. As que se tocam e as que não se tocam. As que não se tocam são mais bonitas e as minhas, se tocam, logo; eu não tenho o espaço entre as coxas. As minhas coxas se tocam sem as fitas e é por isso que eu as uso.

- Não, não. Eu entendi o que são, mas para que servem? Isso não machuca?

Elain assentiu, não podendo mentir.

- Machuca. Alguns dias chegam a ficarem roxas, mas nada que eu não aguente. É só para... Ficar bonito, eu acho. Faço isso desde muito nova.

Lucien a olhou como se ela estivesse maluca.

- Machos te pedem em casamento só por você passar por eles. Acha mesmo que uma fita muda algo?

Elain assentiu, mas ele negou, sem acreditar naquilo. Ele então se aproximou da beira da cama, ficando sentado enquanto ela estava de pé, de frente a ele.

- Com licença.

Sem nem esperar por uma permissão, Lucien colocou uma das mãos na parte traseira da coxa de Elain e com a outra tirou a fita, a tirando.

- Lucien.. -Repreendeu Elain.

Pelo choque que corria nas suas pernas, ela tentou se afastar, mas ele apenas se aproximou mais.

- Não, não. Eu ainda não acabei.

Ele colocou as mãos na outra coxa e a libertou. Então se levantou e a levou até o espelho, de onde ela havia saído de trás. Uma mão na cintura dela, a outra em um candelabro, iluminando tudo.

Ele colocou o candelabro na estante a baixo e se colocou atrás da parceira.

- Olha para você.

Elain ia virar para ele, mas com a mão livre, ele colocou o queixo dela para frente, a fazendo olhar para o reflexo dela.

- Olha de verdade.

A mão de Lucien ainda estava na cintura dela, eles estavam tão próximos quanto na noite anterior, mas agora, depois de tudo o que havia sido dito, sentido e ouvido, algo estava diferente entre eles, e os dois sentiam isso.

Ela se olhou. Era bonita, mas nunca realmente havia se dado o luxo de dar atenção para aquele detalhe.

- Você acha mesmo que esse detalhe que você considera... Imperfeito, consegue destruir todo o resto? Porque eu sinceramente, acho que não.

- Eu não sei...

- Bom, eu tenho certeza que não.

Elain se virou e ficou na ponta dos pés para tocar o rosto de Lucien.

- Eu gostaria que visse isso sobre si mesmo. Porque aos meus olhos, - a mão dela passou pelo lado do rosto dele, roçando de leve na cicatrizes.-, você não tem defeitos. Você é perfeito como você é.

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