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Era noite quando Elain recebeu a Carta que Lucien havia mandado de manhã.

Feyre havia saído com Nyx e as Valquírias tinham treino, as gêmeas ainda estavam trabalhando e Elain havia saído para colher maçãs, quando novamente viu Évora, dessa vez, em uma situação quase pior do que antes.

A gata machucada miava fortemente, enquanto a dona dela tinha a perna em um atoleiro.

- Pela mãe...

Elain murmurou, se aproximando e se abaixando para ficarem face a face.

- Oi... -Murmurou a ruiva envergonhada.

- O que aconteceu?

- Eu achei que tinha visto uma aranha, tentei pisar e...

Elain abriu a boca e Évora ergueu a mão.

- Nem vem com pena da aranha, nada com tantas pernas pode ser do bem.

A Archeron ajoelhou com apoio e ergueu Évora com força, que novamente a olhou com gratidão.

- Um dia eu te pago por isso, prometo

Elain negou sorrindo e a guiou até a casa dela e voltando para sua casa, apenas abriu a caixa de correios e de lá, pegou a de Lucien. A levou para o quarto e quando terminou de ler, fez suas malas.
Colocou roupas para uma semana, pegou um pouco de dinheiro e foi até a sala.

Acabou por dar de cara com Azriel, que se surpreendeu. Ela levou as mãos ao nariz machucado.

- Desculpe! Está sangrando?

Azriel a olhou preocupado e ela negou.

- Não, não. Eu estou bem.

Azriel a guiou até a cozinha, onde pegou água gelada, pegou um pano e o entregou para ela, que pós no nariz.

- Obrigada.

Após alguns minutos em silêncio, ela ergueu o rosto, olhou nos olhos dele e disse algo que ele não esperava.

- Eu ouvi.

Azriel a olhou sem entender.

- Eu te ouvi falando com o Rhys quando nós quase nos beijamos.

O ar do Azriel saiu de seus pulmões e seu rosto ficou mais pálido e ela ergueu a mão antes que ele tentasse falar.

- Eu gostava de você, mas, não daquele jeito. Eu o achava bonito, atraente e gentil comigo, mas, eu só queria um beijo e você uma parceria. Eu nunca considerei deixar Lucien por você. Eu nunca aceitei ele antes, não por não o achar o suficiente, mas, porque eu não me achava o suficiente. Você foi cruel, Azriel. Eu sou feérica agora, de carne e sangue, Não é porque seus irmãos tem um par de sapato que você precisa ter. O jeito que você me tratou, foi degradante, mas, o que você fez com a Gwyn foi pior. Se acha que Lucien não era digno de mim, espero que saiba que você também não é digno de Gwyn depois do que fez. Peça desculpas pelo colar; é a coisa mais descente que pode fazer.

Ela tirou o lenço do nariz.

- Obrigada pela ajuda.

Ela lhe deu as costas e a voz de Azriel foi ouvida.

- Eu sinto muito. Eu demorei, mas, agora sei que errei e espero que um dia me perdoe. Espero que vocês me perdoem.

Ela se virou, mas, ele já havia ido embora.
Seguiu até o escritório de Feyre e deixou um bilhete em sua mesa, e então, respirou fundo e entrou pelas suas sombras.

De primeira, Elain estava dormido e não sabia ao certo como havia ido parar no meio de uma floresta desconhecida. As folhas lá eram laranjas e ouvia o canto das cotovias em plena alvorada. Estava descalça e seus pés descalços não doíam, sinal de que não havia se machucado.

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