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Sorte.

Lucien, quando criança, tinha pequenos rituais, pois acreditava, que lhe traziam sorte. Não passava pela porta com o pé esquerdo, evitava dormir com as mãos descobertas e que a Mãe o livrasse de ver duas borboletas no mesmo dia. Porém, Lucien cresceu, muita coisa mudou e ele simplesmente aceitou que alguns dias eram melhores ou piores que outros.

Porém, aquele com certeza era um dos piores.

Para começar, metade dos funcionários não apareceu e Lucien precisou ir pessoalmente em todos os lugares verificar se está tudo bem. Na metade do caminho, começou a chover e não parou até que Lucien por fim, tivesse andado quase todas as terras mortais.

Ia comprar uma nova camiseta, quando notou que havia esquecido a carteira e quando estava voltando para casa, viu passar por ele o ser humano que ele mais odiava. Graysen estava ali, junto a um grupo de machos humanos nojentos, fedidos e de índole duvidosa.

A vontade de Lucien era o derrubar no chão, encher seu rosto de socos, chutes e o sufocar com as próprias mãos, mas, não podia, por isso, apenas deu a volta, mas, acabou por machucar o pé em um buraco e teve de ir mancando para casa.

Ao chegar lá, entrou pelos fundos para não molhar a entrada principal e teve que subir as escadas longas e tortuosas, que machucaram mais seu pé. Logo após tomar um rápido banho e deitar, escreveu novamente para sua parceira.

"Elain;

Parabéns, mais uma vez, você acertou!
Eu não deveria ter saído; agora estou doente, torci o tornozelo e só quero dormir,, então me perdoe desde já, porque não será uma carta longa.

Meu dia foi péssimo, e espero de todo meu coração quebrado que o seu tenha sido melhor.

Para minha atadura, Azul ou branco?

Bom, estou indo dormir.
Mil beijos de luz, você é maravilhosa, incrível e tudo de mais.

Você é linda, forte e adorável.

Obs: Não estou irritado, só caindo de sono."

Lucien fechou a carta e assim que ouviu passos na escada, gritou.

- Jurian!

O amigo entrou, atrás dele, sorrindo radiante, estava Vassa, que ao ver o estado crítico de Lucien, ganhou um ar preocupado.

- O que aconteceu com você?

Jurian por outro lado, largou a mão de Vassa e foi até Lucien, colocando a mão na testa e no pescoço do mesmo, conferindo sua temperatura.

- Eu só me molhei um pouco. Amanhã estarei melhor. Está tudo correndo bem, todos estão fazendo seu trabalho e...

Ele pegou um lenço e espirou.

- Perdão.

Vassa olhou para ele.

- Só você se desculpa por estar doente.

Lucien a ignorou.

- Amanhã entrego um relatório melhor, o meu acabou de molhando e...

Jurian o parou.

- Eu confio na sua palavra. Se está bom, está bom. Amanhã, você fica na cama.

Lucien negou.

- Não é necessário. Só por favor, coloque essa carta no correio.

Vassa se aproximou, analisando o pé de Lucien.

- Está inchado.

- Eu torci. -Admitiu.

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