Enquanto entro no prédio da universidade, minha raiva ainda pulsa dentro de mim, ecoando cada passo que dou pelos corredores. Os olhares curiosos dos outros alunos não passam despercebidos, mas eu não ligo. Estou determinada a resolver essa situação e provar que posso controlar as coisas.
Chego à sala de aula e me jogo na cadeira, ainda remoendo a indignação pela atitude do meu tio. Minha mente fervilha de pensamentos sobre como reverter essa situação, como recuperar o controle que perdi. Enquanto a professora entra e começa a aula, mal consigo prestar atenção nas palavras dela. Eu tento desesperadamente me concentrar nos esboços e nas apresentações que a professora explica com tanto entusiasmo, mas meu pensamento está longe. A discussão com meu tio, a perda do controle sobre as fotos comprometedoras e a expulsão de casa me atormentam.
A aula segue seu curso, mas minha mente vagueia, e eu mal presto atenção ao que está acontecendo ao meu redor. A raiva está me consumindo, tornando impossível focar no conteúdo da aula.
Nesse momento, Alexia, sentada ao meu lado, percebe minha distração.
— Kyra, você parece diferente hoje. Está tudo bem? — ela sussurra.
— Tudo uma merda, Alexia. Não tem ideia do dia que eu tive. — respondo, sem conseguir esconder minha frustração.
Ela franze a testa, preocupada.
— Quer conversar sobre isso? Pode ajudar, sabe?
Reviro os olhos, tentando ao máximo não explodir em raiva.
— Não, não quero falar sobre isso. Só preciso de um jeito de dar a volta por cima.
A aula continua, mas eu mal percebo o tempo passar. Quando finalmente toca o sinal para o intervalo, eu me levanto abruptamente, decidida a agir. Alexia tenta me alcançar, mas eu a ignoro, determinada a seguir o meu plano.
Após as aulas, eu chego em casa e vou para o meu quarto, arrumar as minhas coisas, como tio Ben havia ordenado. Meu objetivo é fazer parecer que estou obedecendo às suas instruções, mas, na realidade, estou apenas organizando algumas roupas e objetos para dar a impressão de que estou realmente partindo. Isso me dará uma desculpa para continuar na casa enquanto planejo meu próximo passo.
Naquele momento, eu lembro de Felipe, ele é apaixonado por mim e não gosta muito do meu tio. A ideia de usar Felipe como parte do meu plano começa a ganhar forma em minha mente. Se ele realmente me admira e não gosta dele, talvez eu possa contar com a ajuda dele para me manter na casa.
Saio do meu quarto e vou até o quarto de Felipe, com a esperança de encontrar uma maneira de usá-lo a meu favor. Bato suavemente na porta e escuto sua voz chamando-me para entrar.
Quando abro a porta, Felipe olha para mim com surpresa.
— Garota do campo? Você aqui no meu quarto? — ele pergunta, levantando uma sobrancelha com curiosidade.
Eu sorrio de maneira sedutora, sabendo que posso tirar vantagem da situação.
— Oi, Felipe. Sabe, eu estava pensando... Você é um cara inteligente e esperto. Acho que podemos nos ajudar.
Ele franze a testa, ainda confuso, mas claramente intrigado.
— Como assim? Do que você está falando?
Eu me aproximo dele, deixando um espaço mínimo entre nossos corpos, de modo que ele possa sentir minha presença. Minhas palavras saem como um sussurro provocativo.
— Acredito que você e eu compartilhamos um interesse em comum: não gostamos muito do seu padrasto, Benjamin. Eu tenho meus motivos, e tenho certeza de que você tem os seus.
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Meu Tio Gostoso
RomanceApós entrar na universidade, Kyra sai do interior, onde vivia com seus pais e passa a morar na cidade grande com a família de seu tio Benjamin, que ela não vê há anos. Porém, quando ela chega e reencontra Benjamin na rodoviária, ela se sente imediat...