Capítulo 41 - Planos para Viagem

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Enquanto estamos deitados na cama, eu aproveito para deitar a minha cabeça em seu peito, ouvindo as batidas aceleradas do seu coração.

— Você está mais calma? — ele pergunta, acariciando meus cabelos.

— Sim, obrigada por isso, tio Ben... — respondo, com um suspiro.

Ele suspira, passando a mão pelo meu braço.

— Você me promete que vai procurar ajuda? — ele pergunta.

— Sim, tio, eu prometo. — respondo com sinceridade, olhando nos olhos dele. — Não quero mais seguir por esse caminho destrutivo. Sei que preciso de ajuda para lidar com tudo isso.

Ele parece aliviar um pouco, mas ainda mantém a expressão preocupada.

— Vamos enfrentar isso juntos.

— Obrigada por estar aqui por mim, mesmo depois de tudo.

Eu me aproximo de seus lábios e nos beijamos suavemente, e eu deito novamente em seu peito.

— Tio Ben...

— Sim?

— Vamos viajar, juntos?

— Viajar... Juntos? — ele repete, como se estivesse processando a proposta.

— Sim, tio. Pode ser a oportunidade que precisamos para recomeçar, longe de toda essa confusão. Um tempo para colocarmos as coisas nos eixos e encontrarmos um caminho novo. — insisto, mantendo meus olhos fixos nos dele.

Ele suspira, refletindo sobre a sugestão.

— Até que não é uma má ideia, mas a minha mulher pode desconfiar, não é?

— Desconfiar de quê? Quem iria desconfiar de um tio e uma sobrinha, hein? — digo, com um sorriso travesso. Ele balança a cabeça, ainda um pouco indeciso.

— Temos que ser cuidadosos. Não quero mais problemas.

— Vai valer a pena, tio. Um tempo só nosso, longe de tudo isso. Pense nisso. — insisto, tentando convencê-lo.

Ele sorri, balançando a cabeça.

— Eu vou pensar nisso, mas antes eu preciso focar na recuperação da Jéssica e só depois vamos pensar no nosso futuro. — ele diz, mantendo um olhar sério.

— Tudo bem, tio. Vamos focar na recuperação dela primeiro. Estarei aqui para ajudar no que for preciso. — respondo, aceitando a condição.

Permanecemos deitados por mais alguns minutos, compartilhando um silêncio confortável. O peso emocional da situação ainda paira sobre nós, mas a perspectiva de tentar encontrar um caminho melhor se faz presente.

— Qual lugar você gostaria de ir? — ele pergunta, quebrando o silêncio.

— Não sei, para qualquer lugar está bom. — respondo, me aninhando ainda mais em seus braços.

— Sabe, eu estava pensando em voltar para nossa terra natal, no campo. Eu sinto falta de lá. — Ele sorri, enquanto seus dedos continuam a acariciar meus cabelos.

— O campo, tio? Ai, não, eu odeio aquele lugar. Aliás, não quero ver meus pais tão cedo. — digo, com um sorriso irônico.

Ele ri, balançando a cabeça.

— Ah, Kyra, mas eu sinto falta de lá. Lembro dos tempos bons que eu passei na fazenda. É um lugar tranquilo, longe de toda essa confusão.

— Tio, o campo é para pessoas simples. Nós somos feitos para uma vida mais emocionante, mais urbana. — argumento, tentando persuadi-lo a reconsiderar.

Meu Tio GostosoOnde histórias criam vida. Descubra agora