Capítulo 31 - Declaração

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POV BENJAMIN

Estou na sala, meio distraído com o filme na TV. As imagens passam diante dos meus olhos, mas minha mente está em outro lugar. A proposta absurda de Kyra ecoa na minha cabeça. Seguro o remédio em mãos, observando-o como se pudesse encontrar a resposta para os dilemas que me atormentam.

— Será que eu faço isso? — murmuro para mim mesmo, sentindo o peso da decisão. Kyra mexeu com a minha cabeça, mas drogar minha própria esposa? Isso é um novo patamar, mesmo para mim.

Decido levantar do sofá e ir até a cozinha. A casa está silenciosa, apenas a luz fraca da TV ilumina o corredor. Passo pela porta da cozinha, determinado a seguir em frente com o plano de Kyra. Eu preparo um leite quente e coloco-o no micro-ondas, e enquanto espero, encaro o pequeno frasco de remédio em minhas mãos.

— Isso é loucura — resmungo, questionando minha própria sanidade. Mas a imagem de Kyra, com aquele sorriso provocador e o jogo que ela iniciou, paira sobre mim, alimentando a chama do desejo proibido.

O micro-ondas apita, indicando que o leite está pronto. Retiro o copo, misturo o remédio com cuidado, torcendo para que a minha consciência não me pese mais tarde. Caminho pelo corredor em direção ao quarto, carregando o copo com a mistura em minhas mãos.

Ao entrar no quarto, encontro Isabella vestindo uma camisola que realça sua beleza. Seus olhos brilham com uma centelha de desejo enquanto me observa.

— Oi, meu amor. Gostou da minha camisola nova? — ela pergunta, fazendo um pequeno giro para que eu possa apreciar completamente.

Eu tento sorrir, retribuindo seu gesto.

— Claro, está linda. — respondo, mesmo que minha mente esteja em outro lugar.

Isabella se aproxima, passando os braços ao redor do meu pescoço.

— Sabe, estava pensando em nós dois. Faz tempo desde a última vez que tivemos um momento só nosso, não acha?

Eu me sinto dividido entre a culpa por estar seguindo o plano de Kyra e a tentação que Isabella representa. Seus lábios encontram os meus em um beijo suave, cheio de carinho. Por um momento, sinto-me inclinado a abandonar o plano, mas a imagem de Kyra retorna, intensificando meu desejo proibido.

— Eu também estava pensando nisso. — digo, tentando manter uma expressão genuína. — Trouxe esse leite quente para você. Pode ajudar a relaxar um pouco.

Isabella olha para o copo e depois para mim com um sorriso agradecido.

— Que gentileza, meu amor. Você sempre sabe como me agradar.

Ela pega o copo, dando um gole enquanto mantém os olhos fixos nos meus. Meu coração bate mais rápido, parte por culpa, parte por antecipação do que está por vir.

— Eu vou só jogar o lixo fora, já volto. — digo, dando uma desculpa para sair do quarto por um momento.

— Não demora, meu policial favorito. — ela responde, piscando de maneira sugestiva.

Deixo o quarto, fechando a porta suavemente. Meu coração está acelerado, e a tensão entre o que é certo e o que é desejado está quase insuportável. Vou até a cozinha e recolho o lixo, jogando-o rapidamente na lixeira do lado de fora. Olho para o relógio do celular, calculando o tempo. A culpa começa a se manifestar, mas o desejo por Kyra continua a me consumir.

Passam-se alguns minutos, e, ao retornar ao quarto, encontro Isabella já deitada, os olhos pesados pelo efeito do remédio. Sinto um nó na garganta ao vê-la assim, vulnerável e inconsciente do que está prestes a acontecer. A culpa me atinge com força, mas minha mente insiste que não há mais volta.

Meu Tio GostosoOnde histórias criam vida. Descubra agora