27: te quero para sempre

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Amanda Salles 🍫

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Amanda Salles 🍫

Me sentei naquela cadeira descontável agarrando sua mão gelada. O sorriso já não estava mais em seus lábios, os olhos não brilhavam intensamente e o corpo não era quente como em um dia ensolarado. O cabelo vermelho destacava ainda mais sua pele, mesmo que fosse apenas fazendo ela ficar mais branca. Seu rosto estava calmo e sereno, como se estivesse descansando. E talvez ela realmente esteja...

Tu precisa comer... —Senti Lennon tocar meu ombro, mas por algum motivo me afastei no mesmo instante. —Vida, é pelo bebê.

Me levantei sem sequer olhar para seu rosto e de relance vi Carioca com a mesma feição que a minha. Abatido, cansado de chorar, mas o ódio estampado em seu olhar. Minhas mãos sequer param de tremer desde a noite passada. Quando aquela maldita arma atingiu em cheio a minha melhor amiga, minha irmã, a levando para a morte. Nem sequer pude me despedir e dizer que tudo estava bem porque o tiro foi fatal. Talvez foi melhor, ela não sentiu dor. Mas eu quero ser egoísta, desejei a noite inteira que ela tivesse ficado no hospital viva, mesmo que sentisse dor ou tivesse sequelas. Porque ainda sim eu faria de tudo pra salvá-la.

Mas agora... O que me resta? Chorar sabendo que ela nunca mais vai voltar.

Passei a mão pelo rosto secando mais uma das lágrimas que escorriam pelo meu rosto durante as últimas horas. Fechei os olhos por alguns segundo puxando o ar com força e o soltando pela boca. Ao abrir os olhos avistei meu pai de longe e seu olhar logo pousou em mim. Ele se aproximou com um sorriso fraco nos lábios e agarrou meu corpo pousando minha cabeça em seu peitoral.

—Meu amor... Eu sinto muito. —Prendi o choro que se entalou na minha garganta e pisquei repetidamente tentando manter as lágrimas afastadas. —Você já comeu?

—Tô tentando fazer isso desde cedo, mas ela não me ouve de forma alguma. —Lennon respondeu e meu pai me afastou segurando meu rosto.

—Precisamos conversar. —Agarrei o braço do meu pai o puxando para fora, ao olhar para trás vi o Lennon vindo também mas parei no mesmo instante. —Preciso falar com o meu pai, sozinha.

—Beleza. Vou tá aqui caso tu precisar. —Balancei a cabeça concordando voltando a empurrar meu pai para fora.

Abri a porta do carro dele e me enfiei com tudo olhando ao redor, procurando qualquer pessoa que fosse suspeita e suspirei aliviada quando todos passaram pelo meu radar. O carro do meu pai é o lugar mais seguro que eu poderia ter, blindado por todas as partes, nem mesmo um tiro de fuzil passaria pelos vidros e lataria.

—O que tá acontecendo entre vocês dois? —Meu pai perguntou e eu apenas balancei os ombros. —Eu te conheço, Amanda... O que tá acontecendo?

—Não foi o Soares esse tempo todo. —Ele me encarou levantando as sobrancelhas sem entender nada. —As ameaças, o atropelamento... Não foi o Soares.

PERDIÇÃO (MORRO)Onde histórias criam vida. Descubra agora