25: escolha PT2

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Amanda Salles 🍫

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Amanda Salles 🍫

—Quer que eu escolha entre meu filho e o homem que eu amo? —Perguntei em completo choque. —De que merda tu tá falando? —Me levantei no mesmo instante sentindo o ar ficando pesado.

—Não mandei tu se levantar. —Passei as mãos pelo cabelo puxando o ar. Por que é sempre tão difícil respirar nesses momentos? —Escolhe!

—Como pode me pedir pra escolher? Lennon é o seu filho... Como... —Me falta palavras nesse momento.

—Isso quer dizer que tu escolheu a criança? —Ele pegou o celular prestes a mandar mensagem para alguém.

—O quê? Não! —Ele parou levantando o olhar e puxando o ar com força. Parou por alguns segundos e virou o celular na minha direção.

Lennon estava na foto, parado dentro do carro com o Conrado e o Marechal. Sua expressão era séria, exatamente quando ele fica quando está preocupado com algo. A pequena ruga na testa de tanto ele franzir as sobrancelhas. Como em tão pouco tempo eu consegui decorar todos os seus detalhes?

—Se tu disser que escolheu a criança, eu acabo com tudo nesse momento. Lennon paga a sua dívida por ser filha do Alencar e tu sai de dentro da comunidade tranquilamente. O mesmo serve pra criança... —Meu corpo começou a ficar pesado e a força se esvaiu.

—Por quê? Por que eles tem que pagar por uma coisa que nem eu tenho controle? —Meus olhos se encheram de lágrimas instantaneamente.

—Lennon traiu a gente, Amanda. Não sacou ainda? Posso acrescentar mais uma coisa. —Ele se aproximou segurando meu queixo e aproximando seu rosto do meu. —Se escolher o Lennon e deixar a criança, eu perdoou a traição dele. E vocês podem viver felizes pra sempre.

—Como tem coragem de fazer isso com o seu próprio filho? —Meu coração se parte pelo Lennon. Talvez agora eu entenda um pouco mais toda a sua solidão.

—Eu matei minha própria mulher, acha que o filho dela vai me fazer diferença? —Minhas sobrancelhas se uniram no mesmo instante. A mãe do Lennon não tinha sido morta por um inimigo?

—Filho dela? Lennon não é seu filho? —Ele jogou a cabeça para trás e puxou o ar mais uma vez.

—Pra que preciso te contar a história? Eu só quero que faça a escolha, Amanda. —Seus olhos voltaram a me encarar.

—Não existe fazer essa escolha, Caveira! Eu escolho os dois. É meu filho e o homem que eu amo. —Meu peito descia e subia desreguladamente. Não consigo ter controle algum.

Ele se levantou fechando os olhos, como se sua paciência tivesse se esgotado. Saiu do quartinho durante alguns segundos e quando ele voltou um pedaço de madeira estava em suas mãos. Meus olhos se arregalaram na medida que ele dava mais um passo se aproximando. Outra vez ele voltou a se sentar batendo a madeira contra o chão, talvez tentando me deixar com medo. E a única coisa que eu sei é que ele estava conseguindo.

PERDIÇÃO (MORRO)Onde histórias criam vida. Descubra agora