34: pegue o pombo

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Lennon 📍1 semana depois

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Lennon 📍
1 semana depois...

Balancei a cabeça para a esquerda deixando a fumaça do cigarro sumir entre a noite. Meu olhar cravado na casa da pedreira, observando o movimento e tentando descobrir se o diabo está lá dentro. Amanda agarrada na minha cintura com o mesmo olhar furioso encarando a casa. Estiquei o meu braço levando minha mão até sua perna e fazendo uma carícia. Seus lábios se abriram e um suspiro pesado deixou sua boca.

—Ele não parece ter voltado pra cá. —Ela disse me fazendo concordar. —Acha que ele ainda tá na ilha?

—Não sei, vida. Por isso nós estamos aqui observando. Soneca tá na ilha de vigia também. —Peguei o capacete colocando na cabeça e ligando a moto. —Uma hora esse rato vai sair da cova e nós vai pegar ele.

—Não vejo a hora dele tá morto.

Escutei ela falando mas acelerei a moto pra dar um giro na quadra. Não dava pra ficar lá parado muito tempo ou perceberiam com facilidade a gente. Obviamente trazer a Amanda nessa parada me deixa puto, mas a mulher é uma onça quando quer alguma coisa. E ela mesma já disse que só vai sossegar no dia que ver o Caveira morto nos pés dela. Exatamente como ela viu a Lara e nosso filho.

Eloise ficou em casa com o avô. O velho pra ser babão. Desde que chegamos ele mal deixa de segurar a criança, mas só de ver o sorrisão da Amanda meu peito se aquece. Então até fico feliz em dividir minha pequena. Mas confesso que o ciúme bate na tecla o tempo todo.

...

—Olha lá... Olha lá vida! —Amanda sussurrou no meu ouvido apontando para o cara saindo da varanda fumando. —É ele.

—Não da pra ver direito... —Forcei a visão tentando enxergar, mas comecei a me considerar meio cego.

—É ele, Lennon. Achamos o filho da puta. —Balancei a cabeça concordando. Mesmo não enxergando confio no ódio da minha mulher.

Liguei a moto saindo silêncio, sentindo seu coração batendo forte em minha costas. Tudo que eu queria era agarrar ela e dizer que agora tudo ia pra frente. Amanda nunca mais sofreria, não se dependesse do meu ódio. Confesso que depois de tudo a minha confiança é igual a do Conrado. Obviamente ele é meu irmão, mas nesse mundo todo mundo leva facada de todos os lados. Imagina eu que fui apunhalado pelo meu próprio sangue.

Enfiei a mão no bolso puxando o celular e enviando uma mensagem para o Deco. A cúpula precisava se formar e entrar em reunião. O papo ia ser dado hoje e é hoje também que o Caveira vai cair. Sangue vai escorrer pelo chão e a única pessoa que vai estar sorrindo vai ser eu.

PERDIÇÃO (MORRO)Onde histórias criam vida. Descubra agora