21: esse é o dever de um pai

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Amanda Salles 🍫

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Amanda Salles 🍫

—Amanda! —Escutei sua risada enquanto o vento balançava meu cabelo de um lado para o outro. A sensação de estar no balanço é incrível.

O vento frio batendo na minha pele não me dá nenhum pouco de calafrio, apenas um sensação gelada no estômago. Não posso evitar sorrir e gargalhar, é como se fosse automático.

—Se segura! —Olhei para trás vendo a minha mão me empurrando levemente.

Naquela época parecia que ela estava me jogando quase na lua, mas ela apenas me distanciava levemente. Mais atrás estava o meu pai observando a gente com um dos seus livros grandes de direito nas mãos. Mesmo tão ocupado ele ainda mantinha seus olhos em nós.

...

Acordei abrindo meus olhos, apenas a escuridão no quarto. Minhas mãos foram diretamente na minha barriga e soltei um suspiro aliviada sentindo que ela estava da mesma forma de antes. Uma lágrima involuntária passou pela minha bochecha, eu nem sequer tinha percebido que estava chorando. Olhei ao redor vendo Lara sentada na poltrona completamente torta.

Enquanto eu me decidia se a chamava ou não, a porta foi aberta e o Lennon passou por ela igual um furacão com o Soneca do lado. Seus olhos rapidamente vieram até mim, ele fechou os olhos e soltou um suspiro também de alívio. E veio na minha direção tocando meu cabelo carinhosamente.

Vida... —Ele depositou um beijo na minha cabeça. —Como tu tá?

—O bebê tá bem? —Outra vez coloquei minhas mãos na barriga. —Fala logo, Lennon.

—Tá tudo certo. —Por que parece tanto ser uma mentira?

—Meu pai acordou? Eu tive um sonho maluco que ele tava aqui comigo. —Outra vez a porta se abriu e o meu pai passou por ela também igual um furacão. —Pai...

—Filha! Como você está? Tá se sentindo bem? —Segurei sua mão que tocava meu rosto.

—Eu que deveria te perguntar isso. Como acordou? —Ele sorriu e limpou outra lágrima que descia na minha bochecha.

—Não sei também. Só sei que eu senti que precisava acordar por algum motivo. —Pisquei algumas vezes tentando manter as malditas lágrimas nos olhos. —O que aconteceu?

Só então parece que eu me lembrei de todo o acidente. Olhei para o Lennon que observava cada canto do meu corpo, analisando talvez se eu estava machucada.

—Tu trocou de número? —Ele então levantou o olhar.

—Não, ia trocar mas não tive tempo. —Soltei um suspiro pesado.

—Eu recebi mensagens de alguém que dizia ser você... Me pediu para descer para entregar um chinelo. —Senti a mão do Lennon apertar a minha. —Quando eu desci seu carro tava parado do outro lado da rua.

PERDIÇÃO (MORRO)Onde histórias criam vida. Descubra agora