Lennon 📍
—Se posiciona naquela janela e no final do Deco mete bala no Caveira... —Apontei para o Carioca que balançou a cabeça. —Não é pra matar, não tão fácil assim.
—Eu sei, irmão... —Ele se levantou jogando o fuzil para as costas e se esgueirando até chegar na posição que eu mandei.
Haridade segurava as crianças enquanto a Amanda se aproximava delas as levando para longe da casa. Seu corpo tava boa parte cheio de sangue e eu senti um pesar no coração em olhar para ela assim. Não quero se pensar em como ela vai se sentir quando tudo isso acabar. Tirar a vida de alguém não é como comer uma bolacha que tu não gosta, é algo que reflete na alma. Existe uns psicopatas que não ligam pra isso, mas a Amanda não é assim. E talvez quando a ficha dela cair pode ser um baque maior.
—Não se preocupa com ela... —Alencar apareceu batendo em meu ombro. —Ela sabia o que tava fazendo no momento que subiu em cima de uma moto vindo pra cá. Ela escolheu isso e vai lidar com as consequências.
Abaixei minha cabeça ainda me sentindo apreensivo, mas eu estaria do lado dela para tudo. Independente do quanto ela se sentir mal, eu estou preparado para lidar com a carga de carregar toda a dor por ela.
Marechal passou correndo pela minha frente se esgueirando por uma parte onde ninguém do lado de dentro teria visão. Puxei meu fuzil apontando para o lado de dentro, bem no cara ao lado do Caveira. Observei a mulher morena olhando para alguém que se arrastava pelo chão, completamente perdida em um pânico que poderia ser notado a milhares de quilômetros.
Franzi as sobrancelhas assim que observei o cara desnutrido completamente sujo e olhei de relance para o Marechal que já tocava no bigode com uma expressão de psicopata. Seja quem for aquele, vai estar morto em pouco tempo.
Caveira estava em pé parado ao lado dela apontando um arma para sua cabeça e de relance observei ela olhar na nossa direção, os olhos marejados e a expressão triste. E logo após o sinal do Deco ao meu lado Carioca soltou o dedo fazendo o vidro se estraçalhar e outro tiro acertando o ombro do Caveira. Pulei para o lado de dentro apontando a minha arma para o cara que no mesmo segundo levantou as mãos.
—Solta a arma agora, arrombado. —Gritei fazendo ele tirar o fuzil dos braços jogando no chão. —Bora! Vai lá pro canto antes que eu estoure seus miolos.
Todo mundo entrou apontando as armas para os outros seguranças que não demorou a levantar as mãos se rendendo. Assim que Soneca entrou se colocando no meu lugar me virei vendo Marechal tirar o Caveira de cima da morena. A mulher parecia completamente desnorteada, mas não poupou tempo em olhar para ele e parecer que um alívio percorreu seu rosto.
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PERDIÇÃO (MORRO)
RomanceAmanda é a típica filha de pais ricos que vive na área nobre do Rio de Janeiro, mas graças às suas amizades logo tudo mudaria. Ao mentir para o seu pai -um juíz renomado e conhecido- que iria dormir na casa de uma amiga, de repente ela se viu em um...