Capítulo 5

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   Juniper's Point of View

— Eu não acredito que me tirou da escola no meu terceiro dia — Digo a Hércules, que dirigia o empala que era de todos os Johnson, uma maldita herança de família por que era isso que tínhamos, um carro e drogas.

— Pensei que odia-se a escola — Diz sem me encarar.

— E eu odeio — Dou de ombros suspirando como a criança mimada que eles falavam que eu era — Mas mesmo assim.

— Pense como seu fim de semana adiantado — Hercules ainda trocava alguns pronomes, e sua voz era arrastada para o grego, até que era engraçado seu sotaque.

— Como estou feliz com isso Ξάδελφος (Primo) — Falo sarcástica.

— Seu grego esta cada vez mais fluente.

— Quando eu aprendi a falar, estava falando em grego, tá me enrolando? — Acuso — Vênus não quer que me tirem da escola por qualquer motivo.

— Tem que ter mais paciência — Ele respira fundo passando pelas vegetaçoes — Eu só fui te buscar, beleza? Relaxa um pouco.

— Eu não vou gostar disso, né? — Pergunto já sabendo a resposta

Ele me encara pela primeira vez e seus olhos já me dizem tudo.

— Sinceramente? Não.

[...]

— Eu não vou visitar o papai e fim de papo — Grito com Júpiter em seu escritório, Vênus estava sentada na cadeira de couro respirando fundo como se aquilo se trata-se dela e não de mim, encostado na porta estava o Hércules, junto com seu cãozinho mandando Mickael.

— Isso não é um pedido Juniper, é uma ordem — Diz tentando manter toda sua calma serena que eu sabia que era puro fingimento, já que na verdade nós éramos iguais, dois idiotas movidos pelo sangue quente em nossas veias.

— Eu não estou nem ai se é uma ordem, eu não sou obrigada a vê-lo e ponto.

— Quantos anos tinha quando o viu pela última vez? — Vênus pergunta calmamente, como se aquilo se trata-se dela e de sentimentos e não obrigações.

— Não importa, mas quer saber de uma? — Pergunto irritada e sarcasticamente, antes de continuar Júpiter me interrompe.

— Nossa querida e amada Αδελφή (Irmã) tinha treze anos, são tres anos, não são tres semanas ou meses, são anos Juniper.

— Junie e pelo nosso Bampà ( Pai) — Vênus fala tentando amenizar a situação mesmo que ela tenha sido um dos motivos da piora.

— Ele matou a minha mãe, cara.

— Chega! — Júpiter joga o copo na parede atrás de mim, assustando todos a sua volta menos eu, ja estava mais do que acostumada com os seus momentos de raiva, tudo que eu faço é um olhar de deboche — Olha para você Junie e se ponha no seu lugar — Se aproxima e segura meus ombros — Você mora de baixo do teto dele, come a comida que ele nos deu, e tem a porra de uma família por causa dele — Grita na minha cara.

— Quer que eu o agradeça? Por colocar os filhos deles para vender drogas, e selar nosso destino ao nascer? — Grito no mesmo tom. — Ótimo, obrigado Perseus por ser um pai de merda e criar seus filhos como um bando de idiotas babacas.

— Você sempre foi mimada — O homem estava transbordando de fúria, a nossa volta todos se preparam para o pior, ele me encara mais profundamente que antes apertando mais meus ombros, fazendo uma pequena dor despontar — Por mais que nosso pai e eu falamos para mamãe, ela sempre te deu esse complexo exagerado de fantasia, essa é nossa realidade. Se liga Junie você não nasceu em uma família rica ou normal, nasceu aqui nesse lugar, você nunca vai sair daqui e cortar seus laços sanguíneos, sabe por que pirralha ? — Não respondo — Por que "Αίμα πρώτα" (sangue em primeiro lugar), evolua ou morra — Ele repete o "lema", eu reviro os olhos.

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