Capítulo 36

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Clarissa's Point Of View.

Era terça, o dia que minha mãe me pegava na escola, o dia que eu relativamente odiava por ela fingir que me dava qualquer tipo de atenção. Mesmo morando na mesma casa, ela e papai chegavam de noite. E o único dia que temos em família é domingo, no jantar, que eu também odiava a propósito.

Se que é que posso chamar isso de família, um homem que deu seu precioso esperma e uma mulher que me carregou por nove meses, mas mesmo assim, eles pouco se importavam a não ser claro quando se tratava de imagem aí eu tinha quer a filha perfeita. A minha mãe me esperava em seu carro carro por vaidade.

Ela dirigia em um silêncio agradável quer dizer, agradável por ela não me perguntar qualquer coisa relacionada à igreja, ao invés de perguntar como eu realmente me sinto, ou como eu ia na escola, tirando isso era desconfortável não ter qualquer que fosse o tipo de assunto com a própria mãe.

Admito que dessas coisas que eu mais sentia falta nela, não precisava nem ser uma mãe presente, eu só queria que ela se importasse de verdade. Meu pai era o único que me apoiava em tudo, literalmente tudo, mas ocupado demais pra me apoiar nas horas que eu precisava.

— Clarissa? — Ela virou o rosto e ajeitou a blusa, eu a olho esperando ela continuar — Precisamos conversar.

— Sobre..? — Pergunto desconfiada.

— Em casa conversamos — Se vira pra frente de novo, ignorando minha existência.

E eu sabia que iria vir um baita problema que eu teria que enfrentar sem ao menos ter me preparado psicologicamente, isso me deixa ansiosa e minha mão coça pela garrafa que levo comigo.

Alex tinha razão, eu não poderia continuar com aquilo, mas óbvio que ele não entendia. Oque significava ser uma Smith, eu tinha problemas sérios por mais que não parecesse, não importava os luxos que meus pais me permitiram ter durante a vida toda, um carro legal, roupas de marcas, spas no fim de semana... não importava nada quando eu senti que não tinha o mínimo de afeto da minha própria mãe, então eu bebo um gole daquela bebida amarga e tento parecer o mais sóbria pelas próximas duas horas.

[...]

Chego em casa quase à noite, o trânsito estava péssimo e o inverno estava vindo com tudo. Dei graças a Deus por não começar a nevar por enquanto, esse frio todo me desanimava.

E o que me desanimava mais era a Juniper, que andava estranha nos últimos dias mais que o normal ma verdade. Fazia quase duas semanas que não ia para escola, e dois dias que não me dava sinal de vida de novo, eu não queria parecer uma louca que perseguia ela, mas eu não parava de mandar mensagens, ela deveria ter um pouco de consideração minha ansiedade que me corria aos pouquinhos.

Lembro que ela disse "Nos vemos na segunda" e ela não apareceu na aula, nem segunda-feira e nem terça-feira, já estava ficando pilhada com tudo isso.

Você tá aí????

Você está bem? Só me responde isso. Por favor..

Em minutos, a garota visualizava e ficava offline, minha cabeça criou tantas teorias que estava prestes a explodir a qualquer momento. Resolvo ir até a casa dela, mesmo a garota sendo bem clara pra não aparecer lá mas eu estava disposta a correr esse risco, quem sabe ela não parasse com toda sua desconfiança sobre mim, em todos essas semanas ela nunca havia feito nada do tipo, nunca havia me ignorado dessa maneira e estava me deixando extremamente chateada.

Coloco um casaco pelo frio e desço as escadas, minha mãe estava sentada na poltrona e conversando com um casal, e um garoto, London. Chego mais perto pra ela perceber que estou ali e pelo menos me dar uma explicação.

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