Capítulo 17

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Clarissa's Point Of View.

Já era segunda de novo, eu não sei se agradecia a Deus por sair de casa ou reclamava por ter que passar mais uma semana terrível naquela escola, os dois eram terríveis no fim das contas, eu queria sumir para bem longe, abro a porta de metal do armário e suspiro para meu uniforme de educação física, eu curtia me exercitar em dias normais e hoje não era um dia normal, hoje eu simplesmente estava de saco cheio de qualquer coisas que envolvesse qualquer esforço da minha parte.

Escuto um barulho forte fechando o armário do lado oposto do meu, meus olhos se encontram com os de Juniper, ela está com uma cara terrível até mesmo para segundas feiras, pinga o colírio nos olhos e senta no banco se inclinando para frente, seus pés batem ansiosos no chão.

— Oi — Digo me aproximando, eu conhecia uma crise quando via uma, e ela claramente estava ansiosa, geralmente eu relaxava chorando e esperneando igual uma criança, e Juniper usava muita maconha, mas apesar dos olhos vermelhos ela não parecia estar chapada agora — Você tá legal.

— Não Clarissa eu não estou legal — Ela se estica erguendo um pouco da regata branca, noto que estamos sozinhas no vestiário.

— O que eu fiz agora?

— O mundo não gira ao seu redor patricinha.

— Mas o seu gira aparentemente já que a única coisa que faz nos seus dias entediantes e encher a porra do meu saco.

— Acha que eu me importo com você? Acha mesmo?

— Você disse que se importa comigo.

Ela fica vermelha e levanta do banco ela não parecia assustadora apesar de querer passar um pouco de medo, eu sorrio.

— Eu não me importo — Ela da meia volta e vai até a porta, seguro seu pulso com força a puxando para mim, ela parece surpresa e em choque.

— Não, eu te proíbo de sair, você começou eu só fui simpática com você, por que eu achei que estamos amigas, me resgatou de uma festa, me deixou dormir na sua casa e na sua cama e me levou para tomar café da manhã, para no outro dia agir que nem uma babaca como sempre faz — Digo sem respirar ela me olha surpresa — Eu não sou seu saco de pancadas não Juniper, se você não começar a me dar o mínimo de respeito, eu vou sumir da sua vida.

Juniper avança sobre mim colocando as numas na minha nuca e me puxando para um beijo, um beijo de verdade não como quando nos beijamos na chuva que eu tomei a iniciativa essa era a Juniper tomando uma iniciativa e era bom de mais, o tipo de coisa que te levaria ao paraíso e ao inferno ao mesmo tempo, uma coisa linda e suja... eu nunca tive isso com o London eu nem sabia que beijar uma pessoa assim com tanto desejo era possível como ela estava beijando, coloco minha mão em sua cintura totalmente confusa sobre o fato disso realmente estar acontecendo, e esse momento vai se tornando cada vez mais real quando ela me empurra sobre o armário, e aproxima seu rosto do meu pescoço... isso tava errado muito errado...

— Não.

— Quê? — Pergunta confusa levantando o rosto e me lançando um olhar inseguro que parte meu coração.

— Não dá... nós não podemos — Ajeito blusa e me afasto dela — Eu não posso.

— Você não pode ou não quer?, o mundo não é como sua igreja pinta...

— Nao é só sobre a religião.

— Algo me diz que é sim.

Óbvio que a religião impactava, eu fui criada dentro da igreja, coisas assim não era toleráveis, mas ia tão além do que o pastor pregava... por que Juniper só não podia aceitar que era impossível?

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