Capítulo 28

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Juniper's Point Of View.

— Disse que tá com a Clara, não é? — Bay pergunta no refeitório me encarando com uma cara desconfiada.

— É complicado.

— Como você sempre e não é?

— Não é isso, ela quer ir de vagar, e eu pretendo respeitar isso por que eu também quero ir de vagar, eu falei muita bobagem ela falou muita bobagem, acho que nem ela entendeu direito o que tá rolando...

— Ela não deve ter entendido nada, por que... — Alex vira o rosto e encaramos Clara ao lado de London que está com as mãos em suas costas, se eu não tivesse muito chapada agora eu estaria fervendo em raiva e ciúmes, mas eu só consigo levantar meu braço e levar a comida até os lábios.

— E por que ela tá com ele ainda? Já que vocês se odeiam, e não responde "é complicado", porque na moral, olha para ela toda heteronormativo, sabe o que tá rolando aqui, né?

— Não começa Alex — Aviso.

— Ela só tá experimentando, todos temos nossa época de rebeldia, algumas pessoas como ela beijam garotas e enchem a cara...

— Mas se ainda está com ele significava que tem um plano B e você não é o A.

— Chega vocês dois — Digo em um tom contido.

— Ela tá te usando pirralha, só você não vê isso, alguma hora ou outra vai estar com o coração partido igual Margo e Finn deixaram, não pode compensar um fracasso com outro.

— Vindo de você Alex eu considero muito, qual relacionamento seu já deu certo? Ao menos tentou algum? Ou só desiste no meio do caminho por que é preguiçoso de mais?

— Tá bravinha porque é com ela, já que sempre dizemos a verdade um para o outro doa quem doer.

— Ou as vezes os três são extremamente babacas um com outro e usamos essa porcaria de desculpa para falar que temos passe livre quando só somos escrtos mesmo.

— Diz isso por você não pela gente.

— Que saber? Juniper vai dar uma voltinha usa seu remedinhos natural e vê se desesetressa um pouco, depois volta e conversamos sobre isso.

— É fofo acharem que realmente vou comentar isso com vocês de novo, eu aprendo fácil. — Me levanto da mesa ainda meio tonta e saiu do refeitório.

[...]

— Aí esta você — Clara diz se aproximando de mim, seu sorriso era fantástico e eu poderia facilmente a perdoa-la por ser apenas ela, estávamos na antiga quadra de novo — Pensei que íamos nos encontrar depois do jantar e da confusão.

— Ficou do lado dele — Digo.

— O que? — Pergunta confusa.

— Ficou do lado do London apesar de tudo que ele me fez e te fez também, por quê?.

— Eu conversei com o London sobre o que ele fez e está arrependido.

— Ah, você jura? London Bennett arrependido, poxa como eu me sinto bem.

— Tá sendo irônica, odeio quando faz isso.

— E eu odeio ter que te dividir com o cara que eu mais odeio na escola, mas cá estamos nós — Sento na arquibancada.

— Dividir? Nem sabemos o que temos.

— E de quem é a culpa? — Ela fica alguns segundos me encarando e eu respiro fundo — Não foi o que eu quis dizer.

— Nos decidimos isso juntas.

— Eu sei mas eu quero que entenda que não sou seu projetinho pessoal, ou sua vingança particular contra o babaca que te bateu, eu sou uma pessoa que gosta de outra pessoa, e a minha vida já é bem complicada.

— Acha que não é dificil para mim? Eu tô cometendo adultério e isso é completamente errado perante a Deus, tirando que eu to gostando de uma... — Ela para de falar

— Menina? — Completo o que ela ia dizer — Porra Clarissa, olha para mim sem a ideologia que foi forçada a engolir desde pequena, ok? Beleza, eu sou uma menina e você também, mas nos gostamos o que pode ser de tão mal para um Deus tão benevolente assim, hein? — Ela fica alguns segundos pensando.

— Eu não quis dizer isso, é que você tem que entender que tenho uma vida lá fora, onde meu pai é um policial e minha mãe é quase uma pastora, sério, ela não sai de lá, e London é o que me permite não ficar presa dentro de uma igreja.

— Foda-se seus pais, o London e seu Deus beleza? Eu tô de saco cheio de ser seu brinquedinho, se não terminar com o London nem vai começar comigo, pensa bem, a escolha é totalmente sua Clara— Passo por ela e a garota segura minha mão.

— Junie, não faz assim — Pede.

— Não fode — Me afasto dela e posso ouvir o seu choro, mas dessa vez não olho para trás.

[...]

— Como assim vai tirar minha maconha? — Pergunto para o Júpiter sentado na cadeira — Eu subi lá no ringue, apanhei para caralho, do jeito que você mandou — Aponto o dedo pra ele — E agora quer tirar minha erva?

— Não tô tirando, tô priorizando, enquanto a plantação não tiver de boa temos que priorizar o cliente.

— E você vai ficar sem sua erva? Ou só eu? — Pergunto irritada.

— É geral, até termos funcionário o suficiente para cuidar da plantação e ter uma colheita descente, estamos sem maconha pessoal — Ergue os braços em rendição, um burburinho toma conta do ambiente.

— Quanto tempo para ter funcionário? — Alguém pergunta atrás de mim.

— Não é fácil assim, temos que tirar alguns irmãos de outras funções e isso demanda tempo — Júpiter responde.

— Tá, mas quantos dias? — Eu pergunto.

— Quer dizer meses, né? — Mickael responde.

— Meses? porra Júpiter, cê sabe que não posso ficar sem — Bato com a mão na mesa.

— Isso é vicio maninha, e nos disse uma vez que não era viciada, era só para te acalmar, por isso deixamos você continuar com isso e além do mais, você tem um estoque.

— Para semana passada.

— Não e problema meu.

— Quer que eu compre da concorrência? — Ele ri sarcasticamente e apoia as costas na cadeira.

— Ninguém da concorrência venderia maconha para Juniper Johnson.

— Porra — passo a mão no cabelo puxando alguns fios, eu sei como parecia louca no momento mas são que o vício faz com a gente — Disse que tem pouco funcionário, eu posso ajudar em uma, Alex e Bay também.

— Se você insiste, semana que vem começa a plantação nova e vocês vão, por escolha sua não minha.

— Me manipulou para fazer isso não foi?

— Não, eu apenas tô te dando um objetivo, a maconha e seu prêmio maninha.

A próxima semana seria longa e as próximas mais ainda.

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