Capítulo 42

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Clarissa's Point Of View.

Eu tranquei o carro, e mesmo assim notei que Alex estava por perto já que eu claramente podia ouvir ele falando no telefone com Kira, me apoie no encosto no banco, por incrível que pareça eu não chorei estava muito irritada com isso, eu nunca chorava nas minha discussões com Juniper pelo menos agora, a garota conseguia me deixar em um nível paralelo de raiva fazendo com que meus sentimentos se nublassem e eu não soubesse se eu queria matar a garota ou me casar com ela, mas isso foi de mais.

Pego meu celular e disco o número da delegacia mas precisamente a da sala do meu pai, chama duas vezes e ele atende. Não tenho coragem de chamá-lo ou falar qualquer coisa,na minha mente a palavra "assassino" rodava e rodava, sem parar e infinitamente, a imagem de Richard se perdeu, ele sempre tentava me controlar mas eu sabia que suas intenções eram boas, ele me aceitou mesmo que de vez em quando em sentisse que não tinha seu amor ele tratava demonstrar que me amava, mas ele matou alguém importante para alguém importante para mim, uma mãe de família... uma pessoa, o que isso o diferenciava de Perseu que foi preso em seu lugar?

—Clara? — Ele me chama e eu fico em silêncio — Clara meu amor, o papai tá muito ocupado no momento, tá tudo bem? precisa falar comigo...

— Pai, você matou mesmo ela? —Silêncio agora da sua parte.

De longe vejo Juniper se aproximar, ela fala com Alex algo e ele concorda, os dois se abraçam e ela da um beijo na bochecha dele, eu raramente via algum dos três trocarem afetos em público mas cada vez mais eu tinha certeza que existiam dos versões da Juniper.

Ela se aproxima do carro e me encara, nota que estou no telefone e se afasta de novo com as mãos no bolso me dando privacidade, o que foi fofo da sua parte mas eu não podia admitir isso não agora quando eu estava puta com as duas pessoas que mais gostava no mundo pelo mesmo motivo.

— Está com ela não esta? — Pergunta desapontado, ele não tinha esse direito eu estava desapontada não ele.

— Pai, não interessa com eu estou, ou onde estou. Você matou uma mulher, uma mulher com filhos e uma família, por mais torta que essa família seja não merecia algo assim. E você a tirou deles.
Pai, nega ou fala que foi um mal entendido, por favor.

— Clarissa, podemos conversar depois? — Pede com calma.

— Não, não podemos. Você deixa tudo sempre pra depois, primeiro seu trabalho, depois sua mulher. E eu? Eu não tenho um lugar fixo na sua lista de prioridades? Eu sou sua filha mereço um pouco mais de respeito da sua parte.

— Eu quero que saiba que independente do que qualquer um deles falem eu nunca matei Julie propositalmente... So me promete que vamos conversar em breve apenas nos dois.

— Ok. Não me espere em casa hoje, não sei se vou conseguir voltar. — Digo por fim desligando o celular, Juniper abre a porta do carro, entra e fica em silêncio por um longo tempo o que começa a me irritar, nosso silêncio nunca foi irritante ou constrangedor — Eu fui uma babaca sobre o lance da sua mãe, não deveria exigir que me falasse alguma coisa sobre um assunto que te machuca, isso eu admito mas eu não vou admitir que fui idiota pelo lance da Pan não vou.

— Ok.

— E então? é a sua vez.

— Pandora não significa nada para mim, nada, meu coração não pertence a ela, meus desejos não pertencem a ela, nada pertence a ela eu sou sua Clarissa como nunca fui de ninguém, é isso tem que que valer de alguma coisa para você.

— Você não entende.

— Minha vida é uma bagunça des de que sai da Grécia, tudo se resume a eu ser uma Jhonson, meus sentimentos minhas ações, tudo se resume a minha família, eu entendo que queira saber cada pedacinho de mim e eu quero te contar, mas eu não posso te contar tudo, eu não podia te contar que foi a arma do seu pai que matou minha mãe, eu não podia te contar que minha prima só transava comigo para me controlar, eu não podia te contar que quase me mataram em uma campo de maconha, eu não posso te contar esse tipo de coisa, e não é por que eu quero te proteger eu sei que é grandinha sei que aguenta ouvir que sua namorada é um caos completo e que eu não sou perfeita, eu sei disso Clarinha, mas isso envolve pessoas e pessoas, eu sou leal a você mas eu também sou leal a minha família, independente do que me fizeram passar, então é Clara tem coisa que eu não posso te contar, existe duas versões de mim e eu te digo que está com a melhor delas.

Mordo meus lábios e abaixo meu rosto, ela toca minha bochecha e sinto uma lágrima escorrer, e ela limpa me puxando para si.

— Mas eu posso te contar como eu me sinto em relação ao London, ou a eles, posso te contar sobre a Margo, posso te contar sobre todas as garotas que fiquei, posso te contar sobre como era na Grécia, posso te contar sobre a Lizzy e a Mads, posso te contar como me sinto quando te vejo, como sinto que nossas brigas me destruem por dentro, como me sinto sem a maconha... eu aceito que brigue comigo pela falta de sexo eu aceito mesmo e eu posso te explicar o por que.

— Por que? — Meus olhos estão marejados.

— Pode ser o excesso de maconha, ou os remédios que eu tomo eles tiram toda a vontade na maioria do tempo, ou o fato de que eu não quero te definir como isso, todas as minhas relações se definiram a prazer e eu tenho medo que isso que temos se defina apenas a isso, eu posso te dar tanta coisa além de prazer eu ando dando tanto de mim para você Clara, e eu tenho medo de não estar preparada para você.

— Para mim?

— Para você, o lance com a Margo foi carnal puro sexo e drogas eu queria mais ela não queria, nunca estava contente só comigo sempre precisava de alguém a mais...

— Eu sou uma idiota.

— Você não é.

— Sou sim, por que eu perguntei para Margo se vocês transavam muito e ela disse sim, e eu fique irritada que não tenta nada comigo, pensei coisas terríveis e você tem aí um motivo... cara eu sou uma idiota.

— Não é, eu sou — Ela beija as costas das minhas mãos — Eu amo você Clara e eu toparia muito transar com você agora se quiser.

— Eu não quero que faça forçada.

— Não é forçado eu tô falando sério, se tá tudo bem para você...

— Tá não deu para notar? — Eu sorrio e ela me acompanha.

— Ok, a gente vai fazer isso agora — Ela liga a chave do carro — Eu só preciso fazer uma ligação.

Sorrio e vejo ela ligar para Madson.

— Preciso da sua casa na cabana.

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