Capítulo 4

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Me surpreendi, quando os seus bracinhos me puxaram para um abraço longo e apertado. O que está acontecendo? Eu me perguntava. Ela nunca foi disso, o que será que estava acontecendo com ela.

- Duda me diz o qu-.... - ela me interrompeu quando fui falar.

- Não diz nada, por favor... - falou sussurrando. Por causa so seu pedido eu só assisti com a cabeça e a apertei ainda mais o seu corpo.

Parecia que a floresta ficou em completo silêncio, não se ouvia nenhum canto de pássaros ou algum barulho das folhas das árvores por serem balançadas por causa do vento. Mas esse silêncio acabou desfazendo quando ouvi um soluço e senti algo molhando em meu pescoço.

Assustei quando a vi chorando tristemente, mas desta vez, eu não a soltei. O meu coração parecia que estava se partindo em mil pedaços. Sem jeito, passei as minhas mão em suas costas para tentar consolar ela. Eu odiava ver ela assim.

Passou um longo tempo. Ela retirou o seu braço ao redor do meu pescoço e me encarou, com seu olhos cheios de lagrimas. Limpei com o meu dedo polegar a lágrima solitária que escorreu em suas bochechas rosadas e dei um sorriso fraco, da qual, eu não fui correspondida.

- Meu anjo, me conta o que houve. Ver você assim, está me deixando angustiada e preocupada. - encarei os seus olhinhos, mas ela acabou desviando o olhar e olhando para o chão. Peguei no seu queixo para que olhasse no meu rosto.

- Princesa.. Por favor... - supliquei.

Quando ela ia falar, ouvimos alguns galhos se quebrando. Imediatamente a coloquei atrás de mim, como um modo de proteção. Os barulhos começaram a aumentar. Não pode ser.... Vejo a Madre Rose saindo no meio dos galhos. O seu olhar era de ódio e estava vermelha de raiva. Olhava de mim para a Duda e solta um grito:

- O QUE VOCÊ PENSA QUE ESTÁ FAZENDO?? - O que ela está fazendo aqui? Por que as coisas tem que piorar ainda mais? Sinto o braço de Duda me abraçar por trás, eu sabia que ela estava com medo, a sua respiração estava acelerada.

- O que você pensa em fazer com a garota no meio do mato? - perguntou irritada. - Fica longe dela Duda, você sabe que ela não é alguém que se confie. - a Duda chocalhou a cabeça em negação. Essa mulher é um Satanás sem rabo. Disse Malu, me fazendo segurar o riso e colocando no lugar, um olhar de irritação para a Rose. - Já estamos indo ou você esqueceu? Não é mesmo Duda?

Olhei para Duda sem entender nada. Ela só me encarou de volta e saiu de perto de mim indo em direção da Madre Rose. A Rose pega em sua mão um pouco mais forte do que necessário, me fazendo soltar um rosnado irritada. Mas ela só deu um sorriso convencido.

- Vamos Duda! precisamos ir, deixa essa aí. - falou e começou a puxá-la para fora da floresta.

- Duda... - sussurrei. Ela me olha por cima dos ombros e deixa uma lágrima escorrer em seu rosto, logo depois sumiu da minha vista.

Acabei caindo sentada no chão e respirei fundo. Tampei o meu rosto com as minhas mãos e fiquei assim por alguns minutos na tentativa controlar um pouco as minhas emoções. Quando me senti melhor me levanto e saio correndo de volta para o orfanato. Preciso saber o que estava acontecendo. Abro a porta com força e começo a subir as escadas, mas quando eu estava quase chegando no quarto da Duda, sou barrada pela Madre Maria.

- Me deixa passar. - falei desesperada.

- Calma aí mocinha, primeiro preciso de um favor. - Como assim um favor? Pensei irritada.

- Eu vou, mas primeiro tenho que ver a DUDA!! - alterei a voz no final.

- Não. Primeiro você vai ao supermercado para comprar açúcar para mim. - disse sem nenhuma emoção.

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