Capítulo 23

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Depois que fui embora, eu transformei na minha forma de loba e começo a correr pelo o caminho de volta da cabana. Entretanto, eu nem sabia se eu estava realmente no caminho certo. Toda a minha atenção estava naquele homem estranho. Hector. Esse era o seu nome. As suas palavras tiraram um grande peso nas minhas costas, mas ainda me restava uma coisa que eu precisava resolver. As suas palavras tinham tanta sinceridade, que eu até fiquei sem jeito. Mas não foram somente as suas palavras que me surpreenderam, mas também a sua beleza. Eu posso ser nova, mas eu nunca tinha visto um homem tão belo como ele. Não apenas eu achei isso, a Malu ficou muito esquisita perto dele. Suas emoções oscilava em todo momento, mas no final ela ficou muito quieta e não falava nada. Apesar de tudo, ele ainda era um estranho e eu precisava me manter alerta quando encontramos novamente. Se encontramos novamente. Balancei a minha cabeça para tentar tirar os meus pensamentos sobre ele, mas eu sabia que não seria tão fácil. Então eu volto presta atenção no caminho por onde eu corria.

Eu olhei para o céu, vendo que já estava de noite e mesmo não tendo a lua, a floresta brilhava pela a luz das estrelas. Eu desviei de algumas árvores e reparei que eu já estava chegando a cabana. Ainda longe, um pensamento veio na minha mente dizendo para que eu me transformasse de volta antes que a dona Sueli me visse. Mas eu não fiz. Continuei a correr até que eu parei em frente da porta. Mesmo que eu estivesse buscando a coragem e tremendo internamente, eu sabia que eu estava mudando e me tornando uma pessoa diferente.

Eu estava pensando em como eu iria fazer para entrar, mas nem foi preciso fazer algo. A porta da cabana logo se abriu e a dona Sueli apareceu me encarando com os seus olhos arregalados pelo susto e de boca aberta. A sua reação fez com que meu coração doesse e me deixando triste e magoada. Aos pouco vou me afastando dela para evitar que ela ficasse com mais medo. Se eu estivesse na minha forma humana com certeza eu iria chorar, mas acabei me virando de costa, pronta para entrar correndo para dentro da mata. No entanto, a sua voz me fez parar.

- Ana? - a sua voz não mostrava medo e era bastante firme. Eu me permaneci parada ainda de costa para ela, mas eu não demorei muito para que eu virasse a minha cabeça para poder vê-la. - Aí meu deus é você mesma Ana?! - exclamou ainda sem acreditar tapando a sua mão na boca, mas eu só a encarei com um olhar indecifrável.

Por dentro eu estava perturbada e com medo. Medo da sua rejeição. Que grite e sai correndo para longe de mim. Talvez a minha insegurança está falando mais alto, fazendo com que eu tenha pensamentos negativos. Contudo, mesmo com toda essa imaginação e o medo, eu não consegui reagir muito bem quando ela começou a se aproximar de mim. Meu corpo automaticamente virou de volta e fiquei na sua frente, olhando ansiosamente a sua aproximação. Os seus passos eram devagar e hesitantes, mas parou a centímetros de distância. Eu não reagi somente a olhei no fundo do seus olhos, tentando passar uma mensagem silenciosa. Porém, os meus olhos se arregalaram e o meu coração acelerou, quando os seus braços chegou no meu pescoço, me puxando para um abraço forte e apertado.

Pareceu que tudo ao nosso redor se tornou em silêncio. O vento se tornou mais frio e forte, que balançaram os meus pelos e o brilho das estrelas se tornaram ainda mais forte. Eu conseguia ouvir a sua respiração rápida, mas não tão rápido quanto a minha. Porque aquele abraço acabou significando algo muito importante para mim. Significou que ela não me rejeitou.

- Nunca mais foge assim... - falou quase em um sussurro com a voz rouca, quebrando o silêncio. - Você não sabe o quanto preocupada eu fiquei. - me repreendeu ainda com a voz baixa, tentando apertar mais o abraço, mas ela não conseguia por eu ser bem maior, então eu me abaixei um pouco.

Entretanto a sua preocupação me fez pensar se ela se lembrava do que eu falei antes de fugi pela a janela. Derrotada, acabei voltando para a minha forma normal, ainda permanecendo nos seus braços. Eu não consegui conter o choro que eu estava guardado a muito tempo, então eu acabei chorando nos seus ombros. Ela me abraçou mais forte, enquanto lágrimas silenciosa e de alívio, escorriam pelo o meu rosto. Ela passou as suas mãos nas minhas costas tentando me acalmar e funcionou, que fez as minhas lágrimas diminuírem um pouco.

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