Capítulo 5

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A minha respiração estava acelerado e o meu peito já ardia pela falta de ar. As minhas pernas ficaram doloridas, denunciando que eu estava correndo por um longo tempo. Havia árvores por todos os lados, mas passavam ao meu redor como um borrão por ser de noite. A única iluminação era da lua cheia.

Eu corria sem parar com um sentimento de medo. Até que ouço um ruivo, logo após outros. Corra. Essa foi a voz que ouvi dentro de mim, me fazendo apressar ainda mais os passos. Mas acabo chegando em um penhasco, que logo abaixo, havia um rio com fortes correntezas. Naquela hora não havia como eu escapar. Se eu pulasse eu acabaria me afogando, pois eu não sabia nadar direito, mas se eu ficar parada, aqueles que me perseguiam iriam me pegar. Mas parece que a segunda opção chegou primeiro.

O meu coração se acelerou quando vi que não eram pessoas e sim lobos. Alguns tinham pelagem marrom e outros cinzas. O comum eram os seus olhos castanhos escuros famintos, que brilhavam pela a luz da lua. Com os dentes e garras a mostra, eles rosnavam na minha direção. Tentei me afastar, mas foi impossível. Eu já estava no topo do penhasco.

Nesse momento, os lobos começaram a abrir o caminho, até que um homem começa passar e ficar na frente deles. Parecia que ele olhava para mim com a atenção, até que deu um sorriso sombrio, que fizeram os pelos das minhas costas se arrepiarem. Mesmo com a luz da lua cheia, eu não conseguia ver direito o seu rosto. De repente, o seu corpo começou a crescer e logo depois se transformou em um lobo. Era maior que todo os outros e seus pelos eram pretos. Mas o que mais destacou foram os seus olhos, que também eram pretos e frios. Mais escuro que a própria escuridão. Ele era igual a mim: um lobisomem.

Nunca desejei tanto em me transformar, mas parecia que algo me prendia. Tentei dar o meu último passo para trás, mas pareceu que foi um sinal para que ele me atacasse e foi isso o que ele fez. Correu em minha direção com os dentes a mostra e pulando em cima de mim.

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Acordei com o coração acelerado e suor escorrendo pela a minha testa. Eu nunca tive um sonho assim. O meu corpo ainda está tremendo pelo o que ocorreu. Me levanto da cama ainda um pouco atordoada. Vou ao banheiro e tomo um banho gelado para me acalmar. Volto para o meu quarto enrolada na toalha e depois me visto. Coloquei uma calça jeans, uma blusa regata, uma jaqueta e faço uma trança em meu cabelo. Coloco os meus tênis e pego a minha mochila. Saio do porão pela a porta do fundo, indo na direção da floresta.

Olho para o céu que esta tendo os primeiros raios do sol. Chego até no lago, e sento-me nas pedras que ficavam ali perto. Respiro fundo sentido o vento frio da manhã começarem a balançarem os meus cabelos, deixando um sentimento bom. Mas logo isso acaba, quando tenho visões do sonho que eu tive a noite. Mas o que mais me deixou intrigada foi ver lobos. Não lobos comum, e sim parecidos comigo. Mas por que eles estavam me perseguindo? É algo que talvez eu nunca irei saber. Ou talvez tem...

- Malu?

Só agora que você lembra de mim?

- Me desculpa Malu, mas agora eu preciso da sua ajuda.

Já sei. É por causa do sonho não é mesmo?

- Sim, mas você sabe de alguma coisa? - perguntei animada

Sinto muito Ana, mas desta vez eu não sei de nada...

Acabei soltando um suspiro de frustração.

Mas eu quero saber o que você vai fazer, depois que a Duda foi embora?

- Eu não sei, ainda estou em dúvida. Se eu fico no orfanato, ou... nós fugimos quando chegamos no acampamento. O que você acha? Se eu ficar aqui por mais tempo eu poderia acabar matando aquela mulher. - dei um sorriso sínico. Mesmo que eu quisesse, eu não podia matar aquela mulher, as outras crianças que também moram no orfanato ficariam traumatizadas.

Minha LobaOnde histórias criam vida. Descubra agora