Capítulo 42

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Cheguei na escola meia hora depois. Quando entrei pela porta o meu plano seria passar pelo corredor rapidamente sem ser percebida, mas acabou sendo uma ideia tola. No momento em que coloquei os meus pés naquele lugar, praticamente todos que estavam ao redor direcionaram os seus olhares em minha direção e começaram a me encarar como se eu fosse um bicho de sete cabeças.

Respirei fundo e comecei a andar tentando não me importar com aqueles olhares. Principalmente daquelas garotas que estavam com um olhar mortal, como estivessem prontas para me atacar. Eu não entendia exatamente do motivo para elas me olharem com tanto ódio, mas eu também não dei tanta importância. Mesmo assim, estava sendo insuportável lidar com essa situação sem atacar ninguém, então acabei apressando os meus passos para poder chegar logo ao meu armário. No entanto, quando aproximei acabei encontrando algo que eu não esperava e fez com que os meus olhos arregalassem com a surpresa.

Tinha vários cartazes colados por toda parte do armário. Não apenas no meu, mas também nos armários dos outros alunos. Quando fui ler o que estava escrito, me surpreendi quando vi haver duas imagens que praticamente cobriam a folha toda. A primeira imagem se tratava de uma foto em que eu e o Hector estávamos dançando no baile. Para piorar a minha situação, a segunda foto foi tirada no momento da confusão aonde eu estava sendo carregada nos ombros dele. Droga! Com raiva pego aquele papel, amasso e jogo em uma lixeira mais próxima. Agora eu conseguia compreender o motivo para aquelas pessoas me olharem daquele jeito.

Ainda envergonhada e constrangida, abro a porta com nenhum pouco de delicadeza e isso acabou gerando um barulho alto, o que acabou chamando mais atenção de outras pessoas. Franzi a minha testa e bufei irritada. Minha mente planejava algumas formas de torturas para a pessoa que colocou aqueles malditos cartazes na parede. Soltei um longo suspiro para ver se melhorava o meu humor. No fundo, eu sabia que a raiva que eu estava sentindo não era apenas por conta do cartaz. Eu também estava preocupada com o meu futuro nesta alcateia. A dona Sueli saiu com pressa dizendo que iria encontrar com o alfa. Eu não faço a miníma ideia do que eles estão falando e tudo isso estava me deixando muito cansada e irritada. Se eu não tivesse caído como uma tola na provocação da Catarina, isso provavelmente não estaria acontecendo. Tudo por causa daquela cobra! E falando no demônio...

- Ei você!! - a voz estridente da Catarina ecoou atrás de mim. Isso me fez revirar os olhos, pois eu já previa o que iria acontecer em seguida.

Peguei os restantes dos meus materiais sem pressa, só para poder irritá-la. Quando terminei abri um sorriso e virei o meu rosto em sua direção. Quando a olhei percebi que ela estava usando um óculos escuro. Não foi difícil perceber que ela o usava para poder esconder os olhos arroxeados e os vários hematomas espalhados pelo rosto. Principalmente o nariz que estava um pouco torto e isso fez com que o meu sorriso alargasse ainda mais.

- O que você quer? - perguntei fria. Eu estava com nenhuma paciência para lidar com aquela garota mimada.

- O que você é para o Hector?! - ela perguntou bruscamente. Era possível perceber a raiva e o ódio transbordando no tom da sua voz. Acabei rindo do modo que ela falou, parecia como se eu devesse dar satisfações para ela.

- Isso não é da sua conta Catarina. Cuida do seu próprio nariz que é o melhor. - falei enquanto eu afastava dela antes que eu perdesse a cabeça. Eu não queria piorar ainda mais a minha situação, mas também, eu não deixaria isso barato. Então antes de eu sair, olhei de volta para ela e abri o meu melhor sorriso. - Já aproveita para poder coloca-lo no lugar. - saio de lá segurando para não rir com a careta que ela fez.

Caminhei até a minha sala de aula em silêncio, mas com o humor muito melhor. Quando cheguei na sala, quase todo mundo já tinham entrado e como o esperado, vários pares de olhares começaram seguir a cada movimento meu. Sentei na minha mesa voltando a ignorar a todos, mas a minha paciência se esgotava cada vez mais. Felizmente, para o meu alívio a professora de espanhol chegou e fez com que a atenção se voltasse para ela.

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