Depois que eu aceitei o desafio, todos ao redor ficaram em silêncio e olhando na minha direção com espanto. Mas eu não me importei, pois a única coisa que me importava era derrotar aquela víbora. Por um momento desviei o meu olhar para a Catarina, para ver a sua reação, mas a única coisa que encontrei foi o seu sorriso de superioridade. O treinador olhava para nós duas com um olhar engraçado, mas eu não dei muito importância.
O treinador começa a falar um pouco sobre as regras que eram bem simples. Era proibido transformar em lobo e teríamos que lutar até que o adversário fosse expulso da quadra ou não conseguisse mais lutar. Assim, depois que todos entenderam ele nos chama para irmos para a quadra. A Catarina foi na frente e eu ia logo após, mas parei quando senti uma mão segurar o meu pulso.
- Não faz isso Ana! - pediu a Alice, com um olhar de medo.
- Não se preocupe Alice, eu vou ficar bem. - eu sorrio para ela poder ficar um pouco tranquila. Mas mesmo assim ela não queria que eu fosse.
- Você não entende Ana. A Catarina, mesmo sendo insuportável, ela é uma das melhores lutadoras da alcateia. - suspirou com raiva. - Não quero que você se machuque.
- Você não precisa ficar preocupada comigo, Alice. Eu ficarei bem. - dou um sorriso confiante.
- Promete? - perguntou e eu afirmei com a cabeça. Vendo a minha confiança, ela acabou dando um sorriso. - Então acabe com ela.
- Claro! - digo e ela ri.
Me despedi dela e caminhei na direção da quadra. Quando cheguei, a Catarina já estava do seu lado da quadra, olhando para mim com deboche e confiante que ia ganhar. A minha vontade de arrebentar aquele rosto só aumentava.
- Então que começa a luta! - falou o treinador assoprando o apito e faz com que as pessoas da a arquibancadas soltassem gritos animados.
Quem deu o primeiro golpe foi a Catarina, que veio em minha direção com rapidez e preparando um forte chute na altura do meu estômago. Porém, eu consegui pará-lo a tempo, protegendo minha barriga com as mãos. Entretanto, no mesmo momento ela conseguiu dar um soco em meu ombro machucado. Isso fez com que eu afastasse três passos e soltei um gemido de dor. Eu sabia que o seu sorriso aumentou satisfeita, mas eu dão deixaria isso de lado. Quando ela tentou dar outro golpe com o mesmo chute, eu desviei para o lado, já a golpeando com uma rasteira, o que a fez com que ela caísse.
Me aproximei querendo dar um soco em seu rosto, mas dessa vez foi ela que desviou e rolou para lado oposto. Na mesma hora, ela se levantou mais rápido que eu imaginava e me golpeando com um chute no estômago, que me fez ficar com falta de ar. Porém, ela não parou e deu um soco em meu rosto. E senti o gosto de sangue na minha boca. Com tontura, por causa do soco, acabei tropeçando e quase acabei caindo no chão. Nesse momento eu consegui identificar o grito da Alice misturado com as outras vozes que estavam na arquibancada. Com esse grito, me lembrei da promessa que fiz a ela. Então, antes que o treinador o apito, eu voltei a me equilibrar e fiz uma pose de luta.
Nesse momento, a Catarina veio na minha direção com rapidez. Ela era rápida, mas nem tanto. Eu peguei em seu pulso, antes de chegar ao meu rosto e o torci, fazendo com que ela soltasse um gritinho de dor. Contudo eu não parei, o meu sangue fervia com a adrenalina. Comecei golpear ela com vários chutes e socos, um atrás do outro. Ela não conseguia defender todos, porque eu estava mais rápido que ela.
Eu sabia que eu estava quase transformando, tendo os olhos cheios de sangue da minha loba. Com o meu último soco que dei em seu rosto, eu a vi cair no chão um pouco desacordada e com sangue escorrendo pelo o seu nariz quebrado. Desviei o meu olhar dela, para olhar em meu redor e tudo o que eu via, era o olhares assustados. Eu sabia que era por causa dos meus olhos. Respirei fundo tentando me acalmar, porém, quando fechei os meus olhos ouvi um rosnado atrás de mim.
Quando me virei, encontrei a Catarina em sua forma de lobo. Ela era um pouco maior do que eu, os seus olhos verdes e a sua pelagem era da cor cinza com manchas marrões. Os seus dentes estavam a mostra, como se quisesse demonstrar que estava preste a me atacar e foi isso que ela fez. Veio na minha direção querendo atacar o meu pescoço. Entretanto, eu pulei a tempo para o meu lado direito e desviando. Contudo, eu não consegui desviar completamente das suas garras, que rasgaram a minha costas e senti o sangue quente começar a escorrer.
Desta vez eu gritei de dor e raiva ao mesmo tempo. Transformação no meio da luta era contra a regra e por causa disso o treinador gritava de longe, tentando fazer com que a Catarina parasse. Mas ela não queria ouvir o treinador, então ela continuou vindo em minha direção, até que me arremessou contra a tela de proteção. Eu sabia que ela queria me ferir gravemente, ou até me matar. Mas eu não deixaria que isso acontecesse, então eu me transformei. Mostrando a minha loba pela primeira vez a todos. Se em algum momento havia conversas de pessoas, neste instante só restou o silêncio.
Aos poucos eu vou me aproximando da Catarina, que cada passo que eu dava ela se afastava. Eu rosnava, mas diferente dela, era muito mais alto e cheio de ódio, fazendo com que ela começasse a tremer. Porém, eu me cansei disso e dei um ruivo, um dos mais forte que eu já dei. Eu consegui ouvi gritos de medo vindo na arquibancada. Mas o que me deu mais prazer foi ver que a loba da Catarina abaixou a cabeça, como submissão.
Isso não foi o suficiente para me fez parar, eu corri na sua direção e a peguei pelo seu pescoço, arremessando ela contra a tela de proteção, com mais força do que ela fez comigo. Ela caiu no chão desacordada e mesmo assim, continuei me aproximando. Eu estava com muita sede de sangue e queria matá-la. Entretanto, quando eu estava quase perdendo o controle, me veio na cabeça lembranças daqueles homens que eu matei e isso me trouxe de volta a realidade. Eu parei de andar e fiquei sem saber o que fazer com aquela situação. Até que no fim, eu tentei ir embora. Quando me movi, fiquei muito fraca e com tonturas. Foi quando que tudo se escurece.
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Minha Loba
WerewolfMinha Loba (Atualizada) Depois da sua primeira transformação, Ana nunca foi a mesma. E o motivo? Foi que as pessoas que ela mais amava a chamaram de MONSTRO. Apartir daquele dia teve que conviver com a dor e a solidão. Porém, tudo isso muda quando e...