Capítulo 50 - Hector

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Fiquei preso no escritório deste a madrugada para resolver algumas papeladas. No entanto, quem disse que eu conseguia prestar a atenção em alguma coisa? Toda vez que tentava ler algo, parecia que estava escrito em outro idioma. Sempre os meus pensamentos iam para outro lugar. Mas não são apenas pensamentos que me atrapalham, como também os sentimentos de desconforto e de preocupação.

A cada momento tenho desejo de sair daquele escritório e ir atrás dela. Saber se ela estava bem, saber se ela já acordou, saber se está sentido dor. Saber...
Porém, eu ainda permanecia naquele escritório, sem ao menos deixar de pensar nela por nenhum minuto. Me fazendo sentir frustrado e aflito... Cobri o meu rosto com as mãos, e suspirei. O que eu devo fazer...

- Hector? - quando ouço a voz da minha mãe, acabei saindo deste conflito interno e voltei a retirar as mãos do meu rosto. Olhei na direção da porta e a vi que me olhando com um olhar estranho.

- Mãe? O que você está fazendo aqui? - perguntei surpreendido. Tentei abrir um sorriso para ela, mas sei que acabei falhando miseravelmente.

- Eu bati na porta, mas como não tive resposta, decidi entrar. - disse com a voz calma enquanto se aproximava da minha mesa, com um rosto sereno.

- Aconteceu algo? - perguntei com dúvida.

Deixei as papeladas na mesa e me levantei já ficando ao seu lado, fazendo o seu olhar direcionasse para o meu rosto.

- A minha única preocupação é com você, meu filho. Estou preocupada com você deste o momento que você saiu pela aquela porta com um olhar aflito e parecia até desesperado. E quando voltou, não saiu mais neste escritório por nada.

- Mãe, não tem nada para você se preocupar. Eu estou bem, só preciso terminar estas papeladas que tudo estará resolvido.

Eu sabia que ela queria dizer mais alguma coisa, mas ela somente acabou revirando os seus olhos e soltou uma respiração profunda. No mesmo momento eu abro os meus braços e a puxo para um abraço.

- Não fique assim, como eu disse, eu estou bem. - digo agora dando uma leve risada, o que a fez bufar.

- Não foi o que o seu amigo, William, me disse. - falou com um tom estranho, o que me fez a olhar com as sobrancelhas franzidas.

- O que aquele idiota do William disse para a senhora? - perguntei com um olhar irritado, mas a sua reação permanecia na mesma, calma e serena.

- Me diga você, Hector, o que você acha que ele diz? - perguntou ela de volta, me fazendo ficar calado. Eu sabia muito bem a besteira que o William tinha falado, mas eu não podia fazer nada em relação sobre isso.

- Isso não importa.

- Hector, meu filho, você não sabe como é bom em saber que finalmente o meu filho está amando alguém. - disse ela emocionada e ignorando a minha resposta. Agora fui eu que revirei os olhos. Principalmente por causa dessa mudança de humor.

- Então o William disse para você que eu estava apaixonado? Mãe, não seja tola para acreditar em tudo que aquele besta no William fala. - falei com um sorriso de deboche enquanto balançava a cabeça. Contudo, não era exatamente o que eu queria dizer.

- Filho, não vai adiantar em nada você negar agora. O seu olhar já demonstra tudo. - disse com confiança. Eu abri a boca por um momento para poder dizer algo, no entanto, não havia palavras que eu poderia dizer.

Cruzei os meus braços e me encostei na mesa. Naquela sala, um silêncio permaneceu, pois ninguém queria dizer algo. Mas, em nenhum momento ela desviava o seu olhar do meu rosto. Estava apenas esperando por uma resposta minha.

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