Capítulo 39 - Bônus Alfa Jorge/part 2

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Fiquei quase a noite toda observando o seu rosto que tinha uma expressão calmo e parecia estar em um sono profundo. Felizmente, os machucados se curaram mais rápido do que a Sueli imaginava e isso me deixou um pouco mais tranquilo, mesmo assim, olhando para ela daquele jeito sem saber quando ela vai acordar, me fez sentir cada vez mais inútil. Eu era um idiota, eu ainda não entendia como fui capaz de fazer tudo aquilo com ela. Soltei um longo suspiro e olhei em direção da janela, observando os primeiros raios do sol. Devo ter ficado muito tempo preocupado, que nem percebi a hora passar. Eu a olhei para ela pela última vez antes de sentir os meus olhos se fecharem, até que sem querer, acabei dormindo. 

Senti uma mão tocar na minha bochecha, seu toque era macio e quente... Eu permaneci na mesma posição, não querendo que aquela sensação terminasse. Essa sensação era muito boa e me deixava completamente arrepiado. Eu me forcei ao máximo para não deixar que um sorriso bobo escapasse. Infelizmente, o seu toque foi retirado rapidamente quando a porta do quarto foi aberta. Pelo cheiro, eu sabia que se tratava da Sueli, a curandeira. 

Fiquei frustrado com a interrupção. Eu esperava ficar mais um tempo sentindo o seu toque, mas isso já não era mais possível. Portanto, acabei abrindo os meus olhos e me levantei um pouco lento. Mas, durante esse momento, os seus olhos acabaram se encontraram com os meus. Pareceu que tudo ao meu redor ficou paralisado e a única coisa que permanecia eram aqueles olhos cristalinos que brilhavam mais que a lua. Um forte choque percorreu o meu corpo e me deixou sem fôlego. Eu sabia que aquele era o sinal da ligação que temos. E sei que ela também sentiu o mesmo, pois o seu estremecimento e o seu arrepio foi a prova disso. Um sorriso sem jeito saiu dos meus lábios, mas logo de desmanchou quando o seu olhar que antes me olhavam com uma mistura de confusão e curiosidade, agora se tornou apenas raiva e decepção. 

Se eu falasse que eu não me eu não sabia a causa desta reação, eu estaria mentido. Só agora eu percebo o erro que cometi por tentar afastá-la. Não há felicidade sem o amor. E eu não ficarei feliz ou satisfeito se eu não consertar esse erro. E era isso que eu buscarei fazer. Vou tentar conquistar o amor, que pela minha causa, se perdeu. Eu devo isso a ela. Ela é a minha luz, minha lua, minha vida e meu amor. 

Dou um sorriso fraco enquanto eu me afastava dela e deixo com um pouco de espaço. Mas em nenhum momento eu desviar o meu olhar do seu. Eu queria mostrar atrás do meu olhar a promessa interna que eu tenha feito para mim mesmo. Queria demonstrar a minha determinação e ansiedade, mesmo que ela não entendesse nada. Eu vou procurar um jeito de cumprir a minha promessa e nunca irei parar até conseguir o seu amor de volta. Agora eu sei, que sem ela, eu não serei mais capaz de entender o que era viver. Pelo seu olhar, eu percebi que ela percebeu algo diferente, contudo, não deu para compreender melhor as suas reações, pois a Sueli acabou chamando a sua atenção.

- Que bom que você acordou querida. - eu vi que ela olhou para a Sueli um pouco confusa, mas não demorou muito para que ela se lembrasse o que tinha acontecido ontem a noite. Os seus olhos mostravam isso. Segurei o impulso de ir ate nela e abraçá-la dizendo que tudo foi a minha culpa. Poder pedir desculpa e dizer que tudo vai ficar bem. Mas sei agora não é o momento. Então eu apenas fiquei lá parado, observando tudo mesmo estando frustrado com isso. - Se lembra do que aconteceu? - continuou a Sueli e a Kinbble apenas concordou com a cabeça.

- Um pouco... - ela falou em uma voz tão baixa que pareceu quase que um sussurro. Sua voz tremeu um pouco, com um sinal de fraqueza. Ela abraçou a si mesma e parecia desconfortável com isso. Por um momento pensei que ela olhou em minha direção pelo canto do olho, mas isso foi muito rápido e eu sabia dizer se foi real ou a minha imaginação. A curandeira acabou percebendo o seu desconforto, assim, acabou mudando de assunto e começou a verificar se o seu corpo estava realmente bem.

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