Capítulo 17

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Kinbble, esse era o nome da esposa do alfa. Imediatamente reconheci que era o mesmo nome da mulher que eu tinha sonhado. Era ela? Mas como? Não, isso deveria ter sido somente uma coincidência. Como poderia ser a mesma pessoa. Mas e se elas forem a mesma pessoa? Como é possível?

- Ana... - chamou a dona Sueli, me tirando dos meus pensamentos confusos.

- Desculpe dona Sueli, eu estava pensando um pouco. - forcei um sorriso.

- Desde o momento que eu falei o nome da esposa do alfa, você ficou mais branco que um papel, até parece que viu um fantasma. - falou preocupada e com um olhar de curiosidade.

- Não foi nada dona Sueli. Eu acho que é somente o cansaço. - menti e evitando o seu olhar. Meu coração ainda estava acelerado, então aos poucos eu tentava recuperar a calma.

- Tudo bem, então eu vou lá em baixo preparar algo para você comer. Durante esse tempo, tenta dormir um pouco. - diz desconfiada, mas não perguntou mais nada.

- Obrigada. - falei com um sorriso mais sincero.

Depois que a dona Sueli saiu do quarto, fiquei deitada na cama com várias perguntas na minha mente. Pensei que seria muito difícil eu conseguir dormir com toda essa informação, mas aos poucos minhas pálpebras ficavam pesadas e acabei me entregando ao sono.

Quando eu acordei, olhei para a janela e observei que ainda estava de dia, com os primeiros raios do pôr-do-sol. Me levanto e vou ao banheiro tomar um banho rápido, para organizar os meus pensamentos. Quando acabei, vesti uma blusa larga e um short. Deixo o meu cabelo sorto e saio do quarto. Eu precisava de um ar puro, então pego somente uma maça na cozinha indo na direção da floresta.

No caminho vou comendo a minha maça me sentindo mais tranquila. Não adiantava nada eu ficar com a cabeça cheios de perguntas, se eu não vou conseguir as resposta. Então soltei um suspiro e me sentei em baixo de uma árvore. Depois de fechar os meus olhos, comecei a ouvir os cantos dos pássaros e sentir ar puro da primavera ao meu redor. Eu sorri, me sentindo em paz.

Entretanto, essa calmaria acabou sendo desfeita quando uma brisa trouxe cheiros de lobos. Era um cheiro diferente de qualquer outro lobo da alcateia. Parecia algo misturado entre sangue e urina. Mas eu sabia que além do cheiro nojento, havia algo perigoso que me forçava a sair dali o mais rápido possível. Por causa disso, me levantei na intenção de ir embora. Porém já era tarde demais. Um lobo de pelos brancos, com manchas cinzas e menor do que os outros lobos da alcateia, saiu por entre as árvores. Ele parecia farejar ao redor, até que me encontrou. No mesmo instante que me olhou com os seus olhos castanhos, começou a rosna agressivamente.

Acabei me assustando quando ele soltou um uivo e logo em seguida eu ouvi outros uivos. Isso acabou me trazendo lembranças do que eu passei na noite do acampamento. Eu sabia que tinha que sair dali, mas eu não poderia voltar para a cabana. Eu sentia que esses lobos eram perigosos e caso eu voltasse com eles me seguindo, acabaria trazendo um grande risco para todos da cabana. Então, com minha loucura, corro para o lado oposto e entrando ainda mais na mata.

Infelizmente, eu estava tendo o mesmo problema de antes, aonde o medo me impedia de ter o controle da minha transformação. Então a única escolha no momento, era eu correr o máximo que eu podia para não ser pega. No entanto, por causa de um descuido, acabei tropeçando em algo e cai no chão. Eu não tive nem tempo o suficiente para me levantar e correr de novo. Senti o peso do lobo em minhas costas, só que desta vez ele não estava sozinho.

- Olha o que temos aqui. - falou um homem aproximando de mim, depois que o lobo saiu. Ele agachou no chão e pegou no meu rosto me fazendo olhar para o seu rosto. - Parece que tivemos sorte, não é mesmo rapazes? - perguntou rindo. Sua boca saia um bafo de carniça, fazendo o meu estômago revirar.

Minha LobaOnde histórias criam vida. Descubra agora