Capítulo 30

237 21 1
                                    

Eu o olhei estranhando a sua pergunta, mas apenas recebi um olhar de raiva e desconfiança. Eu não sei para que tanta raiva, mas no fundo eu desconfiava que a verdadeiro culpado é a Catarina. Eu tenho a certeza que ela inventou várias coisas sobre o meu respeito e infelizmente, o alfa acabou acreditando em tudo. Mas eu não posso culpá-lo, pelo o simples fato que ele apenas acreditou em alguém da sua família, diferente de mim, que era apenas uma estranha.

- Como? - perguntei não sabendo exatamente o que ele queria saber sobre mim.

- Não se faça de sonsa garota. Me diga quem é você? - perguntou novamente se levantando na mesa e começando a se aproximar.

- E-eu não sei do que está falando. - falei gaguejando e me afastando assustada pela sua aproximação. Eu o vi sorri, um sorriso irônico.

- Você não deveria mentir para mim, Ana. - falou e tocou com as pontas do seus dedos no meu rosto e desceu até no meu pescoço e o apertou com força, me fazendo ficar sem ar. - Sabe o por quê? Eu poderia muito bem te matar. - disse frio e eu comecei a me debater começando a ficar desesperada. - Porém, infelizmente tem algumas coisas que não me permite em fazer isso, ainda. - quando ele acabou de falar me soltou me jogando contra o chão.

- Por que você está fazendo isso? - perguntei com dificuldade e com a garganta dolorida.

- Por quê? - riu sem humor. - A minha sobrinha chegou aqui chorando com o rosto toda machucado e adivinha quem foi o culpado? Tinha que ser você. Uma garota sem alcateia, mas surpreendente forte o suficiente para deixar um lobo com ferimentos difíceis de se curarem. Você não acha isso suspeito? - Me acusou com um olhar cruel e eu encolhi os meus ombros por medo. - Ou você vai me negar que não foi você que fez aquilo? - perguntou e eu me permaneci calada. Aquilo não era mentira, mas infelizmente não era a toda verdade. - Viu, e ainda se faça de santa. Você não se passa uma cínica, que finge de inocente. Tanto que com essa carinha acabei concordando em você morar aqui por pena e o que você me arruma? Machucando alguém da minha família. Quem você pensa que é? - as suas palavras me machucaram mais do que eu pensava e senti as os meus olhos se encherem de lágrimas, mas recusei a chorar.

- Deixe-me explicar, eu... - fui interrompida quando ele deu um forte murro em sua mesa.

- Cala a boca, você não tem nenhum direito em falar após o que você fez. Além de tudo, eu descubro que você é uma bruxa. Pode ser apenas suspeitas, mas deste o momento que você chegou aqui, os números de ômegas ao redor da alcateia aumentou drasticamente. Não seria surpresa se você realmente fizesse parte daquele grupo. - falou com todo o desgosto.

- MENTIRA!! - eu gritei irritada e me levantando. - Eu não sou uma bruxa e você não pode dizer isso de mim. Você não me conhece, nem a minha infância e por tudo o que eu passei. Então não venha falar algo que não se passa de uma mentira contada por sua maldita sobri... - eu não consegui terminar a fala, apenas ouvi um forte estalo no meu rosto e logo depois veio a dor. Ele me bateu...

- NUNCA. MAIS. FALA. ASSIM. DA. MINHA. SOBRINHA. - falou com a voz rouca. Coloquei a minha mão no meu rosto e olhei para o seu rosto em choque.

O seu olhar demostrava raiva, mas também parecia algo como arrependimento, mas eu não consegui confirmar a tempo, pois logo depois ele se virou de costa para mim. O silêncio reinou o ambiente. Nesse momento eu já sabia que esse era o seu castigo dado a mim. Então aos pouco eu vou me afastando dele e indo em direção da porta. Mas acabei pausando os meus passos quando ele falou:

- Quero te dar o último aviso, se eu descobrir que os boatos são reais...Você já sabe o que vai acontecer.

Eu não falei nada apenas consegui sair daquela sala sem olhar para trás. No entanto, quando eu pisei do lado de fora, as lágrimas começaram a escorrer pelo meu rosto sem a minha permissão. Eu ouvi passos se aproximarem, até que senti uma mão quente tocar no meu ombro.

Minha LobaOnde histórias criam vida. Descubra agora