Minha mãe tinha um sorriso de rasgar o rosto e mesmo ela estivesse se esforçando para segurar as lágrimas, algumas já escorriam pelas suas bochechas.
- Meu filhinho já está tão grande! - ela cheio de felicidade se aproximou rapidamente para segurar as minhas bochechas e depois as puxou com força, quase me fazendo gemer de dor.
Felizmente, como eu já estava ansioso para vê-las, acabei me esquecendo das humilhações que ela sempre me fazia passar em público, como agora.
- Mãe aqui não. - falei desamparado e tentando escapar o mais rápido possível de suas garras. Mas acabou sendo inútil e a cada segundo ela apertava ainda mais forte. Enquanto isso eu apenas ouvia a risada da diabinha da minha irmã atrás da minha mãe.
Quando eu finalmente consegui me soltar, afastei um pouco e pude suspirar em alívio. Parece que ela sempre irá me tratar como o seu filhinho, mesmo quando eu estiver com 50 anos, me deixando extremamente envergonhado. Também isso tudo sempre servia como uma piada para a Julia. Me lembrando dela, olhei na direção da sua risada e a vejo quase se contorcer de tanto rir. Ela só começou a parar de rir apenas quando percebeu que eu estava a encarando. Com um sorriso vingativo no rosto eu comecei a andar na sua direção.
- Irmãzinha!! - no momento que ela percebeu o que eu estava planejando em fazer e tentou escapar, mas eu acabei segurando o seu pulso e a puxei para um abraço esmagador. Eu sabia muito bem, o que ela mais odiava na sua vida eram abraços.
Ela começou imediatamente se debater nos meus braços e me xingando de coisas, nas quais eu me fazia de desentendido para não pensar na onde que ela aprendeu aquelas coisas. Quando ela conseguiu se afastar, ainda me xingava com aquela língua malcriada. Dei um beijo estalado na sua bochecha e isso a fez fazer uma careta engraçada, enquanto gritava sem parar a palavra nojo e limpava o sua bochecha.
- Foi bom ver você também irmãzinha. - falei tranquilamente enquanto sorria para ela como se nada estivesse acontecido.
- Seu... seu... filho de uma p*** #%#1 - depois disso ela voltou a me xingar na qual eu ignorei. Eu olhei de volta para a mãe e acabei um pouco estranho quando eu vi que me olhando com os olhos cheios de lágrimas.
- Mãe? Está tudo bem? - perguntei um pouco confuso, mas ela apenas negou enquanto se aproximava.
- Eu estou bem, querido. Apenas estou te achando um pouco diferente. - falou sorrindo.
- Diferente? - fiquei um pouco atordoado com as suas palavras.
- Sim, você está parecendo muito mais feliz. Até parece um pouco mais como você era antes. - disse ela um pouco emocionada enquanto ficava mais perto e tocou no meu rosto. - Olhe para esses olhos, eles parecem estar mais luminosos do que antes...
- É a luz das lâmpadas mãe... - diz a Julia a interrompendo e deixando a Lucia um pouco com raiva.
- Fica quieta Julia! Eu estou conversando com o seu irmão. - falou autoritária fazendo com que a Julia bufasse irritada e voltando a se sentar no banco.
- Eu estou normal mãe. - digo enquanto eu me afastava dela.
- Eu te conheço deste quando você era um bebezinho, Hector. Eu também sei muito bem tudo o que você passou e como você ficou... Eu nunca imaginaria que eu iria te ver novamente sorrindo como você fazia antes. - falou com a voz chorona, fazendo mais de drama que o normal, me fazendo revirar os olhos por causa disso. Realmente a Julia teve para quem puxar a bipolaridade. - Eu não sei o que ou quem que fez isso com você, mas vou agradecer eternamente. - após da acabar de falar algumas lágrimas começaram a cair nos seus olhos, enquanto a isso, eu apenas dava tapinhas no se ombro tentando fazer ela se acalmar.
- É uma garota mãe! - falou Julia se intrometendo de novo na conversa e fazendo que a Lucia arregalasse os seus olhos com as suas palavras, mas antes de ela começar a falar eu acabei sendo mais rápido.
- Vamos indo então... - digo enquanto eu me virava, para evitar a conversa.
- Mas Hector você não vai pegar as malas? - perguntou Lucia confusa e me fazendo parar imediatamente.
- Que malas? - perguntei sem entender. Pensei que elas estavam apenas com as mochilas que estavam com elas. Só depois eu fui perceber as malas que estavam no chão mais afastados. - Para que tantas malas? Vocês não iriam para outro um outro lugar depois de visitar a minha alcateia?
- Visitar? Quem te diz isso? - perguntou ela ainda mais confusa. - Nós viemos para ficar! Vamos passar alguns dias na sua alcateia, Hector.
Fiquei sem dizer nada por alguns segundos, antes de eu dar um olhar mortal na direção daquela diabinha, que fingia de desentendida enquanto mexia com as pontas do seu cabelo. Essa garota já está me tirando do sério.
- E quantos dias vocês duas vão ficar na alcateia? - perguntei após soltar um longo suspiro.
- Não sabemos ainda, talvez algumas semanas ou meses... - disse pensativa.
- Tudo bem... - falei derrotado no final. - Vamos, eu ainda tenho que arrumar uma casa para vocês ficarem. - comecei a pegar as malas sentindo que uma era mais pesada que a outra.
- E quem diz que vamos ficar em uma outra casa, seu idiota! - falou Julia de repente, me fazendo olhar para ela surpreso.
- Então na onde vocês pensam que vai ficar? - me arrependi de ter feito essa pergunta, pois logo em seguida ela abre um sorriso doentio.
- Na sua casa, seu tolinho. - disse rindo, por um momento eu pensei que eu tinha ouvido errado, mas era a verdade.
Sem outras escolhas, comecei a carregar as suas malas para fora do aeroporto e coloquei no porta-malas do carro. Depois que terminei de colocar todas as malas, fui para o banco do motorista e esperei as duas entrassem no carro. Após alguns minutos, elas se acomodaram no carro e assim, eu pude dirigir de volta para a alcateia.
No meio do caminho eu ligo para o William avisando da chegada da Lucia e Julia. Como esperado, ele será o responsável de cuidar das coisas da alcateia, enquanto eu terei que hospedar as duas na minha casa. Depois da rápida ligação o silêncio reinou de dentro do carro. A minha mãe observa admirada a paisagens do lado de fora e a Julia usava os fones de ouvido tocando música na maior altura ao mesmo tempo que mexia no celular. Enquanto eu, apenas ficava tentando concentrar na estrada por causa da chuva que começou de repente. No início, posso ter sigo pego desprevenido com a sua chegada, mas, no fundo eu estava aliviado por ter a minha família de volta.
Quando chegamos, tivemos que entrar rapidamente por causa da forte chuva. Com a ajuda do William, pegamos todas as malas e as colocamos nos quartos que cada uma ficaria. Tudo terminado, minha mãe foi até à cozinha para poder fazer alguns lanches para todos. Julia foi junto com ela para ajudá-la e o William teve a ideia de colocar um filme.
Durante esse tempo, fiquei de olhos fechados e deitado no sofá, ocupando todo o espaço. Mas no instante seguinte um sentimento ruim no meu peito fez com que eu me sentasse rapidamente. Eu imaginava que este sentimento era besteira, mas cada vez que se passava, mais forte ele ficava.
- O que foi Hector? - perguntou William me olhando estranhamente.
Sem responder a sua pergunta, me levantei e caminhei em direção da porta de saída. Aonde eu passei direto e comecei a correr debaixo da chuva, entrando para dentro da floresta. No fundo, eu sabia o que esse sentimento significava. Ela precisa de mim...
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Minha Loba
WerewolfMinha Loba (Atualizada) Depois da sua primeira transformação, Ana nunca foi a mesma. E o motivo? Foi que as pessoas que ela mais amava a chamaram de MONSTRO. Apartir daquele dia teve que conviver com a dor e a solidão. Porém, tudo isso muda quando e...